Mais Notícias : Romário e Lula ganharam briga com a Veja
Enviado por alexandre em 07/08/2015 09:30:19

Romário e Lula ganharam briga com a Veja

Renato Riella

A redação da Veja deve estar passando por uma revolução, pois há duas semanas lançou uma edição com duas informações gravíssimas, porém mentirosas, atingindo o jogador Romário e o ex-presidente Lula.

Uma delas já foi corrigida. No site da revista, você pode ler agora: “VEJA reconhece erro e pede desculpas a Romário”.

Realmente, era falso o extrato que indicava dinheiro alto (milhões de euros) numa conta na Suíça.

Veja diz que vai investigar essa coisa, mas o certo seria indicar o nome de quem produziu a fraude. Alguém usou recursos gráficos sofisticados, para levar a revista ao erro. Não se pode acobertar o infrator, mesmo que seja um repórter.

O prejuízo da Veja nesse episódio será enorme. Nas próximas horas, Romário vai se engrandecer, pois teve reação fantástica nos dias anteriores. O jogador saiu limpão desse episódio, com mais prestígio ainda para apurar as bandidagens do futebol.

Mais ainda: depois dessa, Romário passa a ser mesmo o grande nome para disputar a eleição de prefeito no Rio.

 

CAPA DO LULA FOI GRAVE ERRO

 

O grande drama do Lula é o outro caso “vejal”, que merecia tratamento semelhante ao do Romário.

Veja anunciou com grande destaque, usando toda a sua capa, que o ex-presidente Lula seria preso dentro da Operação Lava-Jato, graças à delação premiada do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro.

A OAS desmentiu a informação. Os advogados do tal Leo também negaram que houvesse negociação pela delação premiada. Mesmo assim a Veja manteve a sua versão.

Hoje lemos que, realmente, não só Leo Pinheiro recusou-se a fazer delação premiada, como foi condenado ontem a 16 anos de prisão.

Assim, a acusação contra Lula, pelo menos partindo do ex-presidente da OAS, não aconteceu.

Pergunto: como Veja tratará este erro de informação nas próximas horas?

Quem garantiu a Veja que Leo Pinheiro estava fazendo delação premiada?

A revista está sendo sabotada por informantes falsos ou por repórteres irresponsáveis?

Como explicar dois erros tão grosseiros na principal publicação jornalística brasileira?

Na verdade, os ânimos estão tão exaltados no Brasil, que o jornalismo precisa ser rediscutida.

Jornais, revistas, TVs, rádios e sites têm duas formas de abordar situações graves, a saber:

1.    Noticiando o fato com isenção, de forma direta, a partir de fontes confiáveis.

2.    Analisando situações diversas, inclusive questões políticas, com inteira liberdade, mas assumindo o ônus de direcionar conceitos e apoiar tendências.

Veja tem misturado as coisas: é notícia ou é análise?

É informação ou é editorial?

Isso precisa ficar melhor definido nas próximas edições da revista, que anda acelerada demais, quase celerada.

Programa do PT alvo de panelaço em todo o país

O programa nacional do PT, exibido nesta quinta-feira (6) em cadeia nacional de televisão e rádio, foi alvo de protesto em bairros de pelos menos 16 capitais estaduais e no Distrito Federal.

Houve "panelaços" e "buzinaços" em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Brasília, Goiânia, Palmas, Salvador, Fortaleza, Recife, Maceió, João Pessoa, Belém e Manaus.

A reação à propaganda petista levou a hashtag "#panelaço" ao topo dos trending topics –assuntos mais comentados– do Twitter no Brasil e foi uma das mais compartilhadas na rede social mundial.

PUBLICIDADE

Na capital paulista, moradores de bairros como Bela Vista, Pinheiros, Vila Mariana, Santa Cecília, Higienópolis, Vila Buarque, Saúde, Ipiranga, Limão, Chácara Klabin, Aclimação, Barra Funda, Vila Prudente, Tatuapé, Campo Limpo, Brooklin, Butantã, Morumbi, Santana, Moema e Perdizes protestaram durante a propaganda de dez minutos, que exibiu discursos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No interior de São Paulo, nas cidades de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Santos e Campinas, as manifestações de críticas ao governo federal também se repetiram.

Na capital fluminense, a manifestação teve início antes mesmo da fala da presidente. Em bairros como Leblon, Jardim Botânico, Ipanema, Laranjeiras, Botafogo, Flamengo, Humaitá e na Lagoa, as pessoas foram às janelas bater panelas.

Os cariocas que dirigiam durante a transmissão do programa petista também buzinaram.

Em Brasília, além do "panelaço" e do "buzinaço", houve rojões durante a propaganda partidária no Plano Piloto. As manifestações ocorreram na Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste e em Águas Claras.

Um grupo batendo panelas saiu às ruas e se posicionou perto de um shopping com gritos como "o Brasil não é a Venezuela". Os fogos de artifício continuaram depois que o programa petista havia terminado.

No Recife, os protestos começaram antes mesmo do início do programa petista e seguiram por três minutos.

Em Porto Alegre, os panelaços foram mais intensos do que em outras manifestações.

No programa partidário, o PT admite que o país vive uma crise econômica, afirma que o governo está trabalhando para contornar o problema e conclama os brasileiros a não deixar que ela se transforme em uma crise política, que "demora muito, e o sofrimento é imenso".

Apresentado pelo ator global José de Abreu e com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e do presidente do PT, Rui Falcão, o programa termina com uma ironia aos panelaços, dizendo que o PT foi o partido "que mais encheu a panela dos brasileiros".

O PT defende que, no governo, evitou por seis anos que a crise internacional chegasse ao Brasil, que hoje o país vive "problemas passageiros na economia" e que há pessoas tentando se aproveitar disso para "criar uma crise política que poderia trazer efeitos bem piores do que uma crise econômica".

E conclama o cidadão para evitar que isso ocorra: "Hoje, há uma pessoa capaz de evitar uma grave crise política no país: você".

São mostradas imagens de políticos oposicionistas como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e José Agripino (DEM-RN) e o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). 


Esse cara é ele?

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

Ato falho, na linguagem psicanalítica, é um deslize que revela um desejo ou pensamento reprimido. Para muitos políticos, o vice-presidente Michel Temer cometeu um dos grandes nesta quarta, ao dizer que o país precisa de alguém capaz de "reunificar a todos" e apontar uma saída para a crise.

Sempre cuidadoso com as palavras, o peemedebista passou a ideia de que está à disposição para assumir a cadeira de Dilma Rousseff. O escorregão animou defensores do impeachment, como mostrou o "Painel", mas também assustou o PSDB.

"Temer jogou a presidente aos leões quando disse que precisamos de alguém para unir o país. Só faltou imitar o Roberto Carlos e cantar 'Esse cara sou eu'", brinca o líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima.

Apesar do bom humor, aliados de Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão inquietos. Se Temer assumir, o PSDB será pressionado a apoiá-lo, o que pode inviabilizar os planos de seus presidenciáveis para 2018. Entre os três possíveis candidatos do partido, a ideia só interessaria a José Serra.

Os aecistas ensaiaram uma reação nesta quinta, ao dizer que a saída para a crise não é o impeachment, e sim a convocação de novas eleições presidenciais. A ideia foi sustentada até pelo líder do PSDB na Câmara, o incendiário Carlos Sampaio.

Os tucanos sabem que a tese não tem respaldo na Constituição, mas querem evitar que o vice seja visto como a única alternativa a Dilma.

O PT também se assustou com o ato falho de Temer. O peemedebista tentou se explicar, mas não afastou totalmente a suspeita de que está a flertando com a conspiração.

O crescimento da sombra do vice pode produzir mais uma aliança inusitada em Brasília: petistas e tucanos unidos no discurso de que "o cara" não é ele. Nos dois partidos, já se ouve o argumento de que a ascensão de Temer significaria entregar o poder a um aliado de Cunha, Renan e Sarney. Alguém quer viver num país governado por esse trio?

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia