Cunha, em foto anterior ao implante capilar: tempos em que ainda estava apenas na Sara Nossa Terra
Eduardo Cunha bota um pé em cada canoa quando o assunto é religião – atitude que guarda semelhança com o que faz na política, filiado ao governista PMDB, porém fazendo oposição a nove de cada dez propostas de Dilma Rousseff.
Em fevereiro, deixou correr a versão de que havia saído da Igreja Sara Nossa Terra para ingressar na Assembleia de Deus de Madureira, chefiada pelo pastor Manoel Ferreira. Logo Cunha, que usa o seu twitter para desmentir qualquer notícia publicada - mesmo que verdadeira – que o desagrade.
O fato atípico é: até o momento, Cunha aceitou integrar a igreja liderada por Ferreira, mas não deixou formalmente a denominação do Bispo Robson Rodovalho - e nem irá fazê-lo.
A assembleia de Deus de Madureira o ajudou muito na campanha para deputado, mas a ligação com a Sara vem do passado, quando Francisco Silva, dono da rádio Melodia FM, do Rio de Janeiro, o levou a Rodovalho.
Algum líder evangélico brasileiro hoje está disposto a questionar Cunha pela “dupla filiação”? Claro que não, estão todos felizes da vida com o atual poder do presidente da Câmara. Assim como Cunha que, se achar necessário, pode até entrar noutra igreja evangélica, sem sair das duas atuais, claro.
Babilônia: lutando para subir
Continua a agonia da Globo com a audiência de Babilônia. Em sua primeira semana, a audiência foi de 28 pontos, na Grande São Paulo, de acordo com o Ibope. Na segunda semana, caiu para 25 pontos e, na terceira, para 23 pontos.
Com algumas mudanças, afinal a Globo não briga com o público e fará tudo para conquistar o telespectador arredio, a novela começa hoje sua quarta semana.
Cunha sua a camisa
Pelo menos nos números de sessões realizadas e projetos aprovados, Eduardo Cunha arrancou na frente de Henrique Eduardo Alves, se comparados os dois primeiros meses de cada um à frente da Câmara.
Da posse para cá, Cunha aprovou 42 diferentes matérias, sendo três emendas constitucionais (PECs) já aprovadas em dois turnos, uma em dois turnos e 37 projetos de lei, entre uma medida provisória, 21 leis novas, três leis complementares, cinco resoluções e sete decretos legislativos.
Naquele período, Henrique aprovou 18 matérias, sendo uma PEC aprovada em dois turnos e 13 leis.
Cunha fez 58 sessões, sendo 32 deliberativas (quando algo é votado), entre extraordinárias e ordinárias. Henrique fez 48 entre fevereiro e março de 2013, mas apenas 20 deliberativas.
Embora não se possa medir de fato a qualidade do trabalho de um presidente da Câmara pelo volume de projetos aprovados e de sessões realizadas, este não deixa de ser um indicativo de quanto Cunha trabalha.
Já na capacidade de brigar com o Executivo, outra métrica possível para se medir o desempenho de um presidente da Câmara, Cunha também ganhou de lavada.