Regionais : Vai pra rua, Aécio!
Enviado por alexandre em 14/03/2015 19:40:00

Vai pra rua, Aécio!

Ricardo Noblat

Em 1999, quando a passeata dos 100 mil chegou a Brasília pedindo o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi Lula o orador a saudar os manifestantes

Por que Aécio Neves não para de fingir que nada tem a ver com a manifestação marcada para amanhã?

Na última quinta-feira, ele leu um documento do PSDB de apoio à manifestação.

Ontem, distribuiu um vídeo chamando o povo para as ruas.

- O próximo domingo, dia 15, vai ser lembrado para sempre como o dia da democracia, o dia em que os brasileiros acordaram e foram para a rua para dizer: ‘Chega de tanta corrupção, chega de tanta incompetência, chega de tanta mentira’ – proclamou ele.

Aécio teme a patrulha.

Ou imagina que o PT o tratará melhor por ter ficado em casa?

Em 1999, quando a passeata dos 100 mil, convocada pelos movimentos sociais, CUT à frente, chegou a Brasília pedindo o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi Lula o orador a saudar os manifestantes.


Coluna do sabadão

Dilma TensaClima de tensão no País

As atenções no País se voltam para as manifestações de rua amanhã, convocadas pelas redes sociais, em defesa do impeachment. É possível repetir o sucesso dos atos de junho de 2013? É bom cautela para os que acham que terá gente na rua com cara de povo.

O perfil dos que protestam amanhã remete à classe média, presente com mais força hoje na internet. Se houver uma presença maior acima disso será surpresa, embora o Governo, precavido, tenha destacado uma super força policial em todo o País para evitar problemas de violência no ato.

Até os ministros foram convocados pela presidente Dilma. Informações dos serviços de inteligência sobre as manifestações chegaram, aliás, a levar pânico ao Palácio do Planalto. Ministros começaram a ser informados ontem de que não poderão deixar Brasília a partir de ontem.

Todos os órgãos do governo estarão mobilizados para tentar esvaziar os protestos u para enfrentar eventuais “consequências”. Serviços de inteligência advertiram para possíveis confrontos. Os milicianos do MST fizeram manifestações em favor do impeachment, no Rio, cercando e agredindo opositores do governo.

Na Itália de Mussolini, jovens milicianos eram treinados para caçar e agredir opositores do fascismo. Era os “camisas pretas”. Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) adotam a estratégia de chamar indignação popular de “ódio”.

Nas ruas o Brasil real

Carlos Chagas

Tem gente achando que amanhã acontecerá a última volta do ponteiro. Se em todo o território nacional  milhões forem às ruas para manifestar seu repúdio a Dilma, ao governo,  ao PT e aos políticos,  como imaginar os próximos quatro anos?  A rejeição se transformará em ebulição. O país ficará ingovernável, com a presidente confinada em seus palácios, os ministros impossibilitados  de administrar os setores a eles destinados e o Congresso legislando para o vazio. A população terá passado o atestado de óbito nas instituições, tornando-se fatal a necessidade de profunda reforma de homens e de objetivos.

Claro, essa é uma visão catastrófica. Pode não ser nada disso, caso o governo e o Congresso  se conscientizem da necessidade de anunciar e de promover  mudanças fundamentais,  antes que as ruas o façam. O diabo é que a presidente Dilma, os deputados e os  senadores, ao menos até agora, julgam-se estar  cumprindo suas obrigações. Ignoram  a distância que separa o Brasil real do Brasil formal. Não se trata, apenas, de acabar com a corrupção e a impunidade, mas de alterar as estruturas econômicas, sociais e políticas que sustentam a nação.  Essa era a proposta do PT, quando fundado. Deixou de ser.

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