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Enviado por alexandre em 10/02/2015 10:07:13

Datafolha: partidos têm imagem de Cosa Nostra

Josias de Souza(Blog)

Juntam salteadores, aproveitadores, fisiológicos e pilantras de toda espécie e, quando todos esperam que chamem isso de caverna de Ali-Babá, eles colocam a tabuleta na porta: “Partido Político”. Nunca foram vistos como coisa nossa. A julgar pelo resultado do Datafolha mais recente, firmaram-se como Cosa Nostra.

Nos últimos três meses e meio, saltou de 61% para 71% a quantidade de brasileiros que declaram não ter um partido político de sua preferência. É o pior resultado desde que o instituto passou a produzir esse indicador, há 26 anos. Como não consegue elevar a estatura dos seus representantes pelo voto, o brasileiro rebaixa-lhes dramaticamente o pé-direito.

É como se, em tempos de mensalões e de petrolão, as pessoas passassem a enxergar os partidos como meros paraísos fiscais —100% financiados pelo déficit público. Nessa matéria, o que já é ruim pode ficar muito pior. Há 32 partidos registrados no TSE. Outras três dezenas esperam na fila para nascer.

Em termos ideológicos, há de tudo: meia esquerda, um quarto de esquerda, três quartos de esquerda, esquerda Vaccari, direita envergonhada, direita dissimulada, direita responsável, direita Bolsonaro. Para que servem tantos partidos? A maioria dedica-se a fazer negócios.

Enquanto a reforma política não vem, só há duas providências possíveis: pelo lado dos partidos, o restabelecimento de um certo grau recato. O descaramento, quando é muito, prejudica os negócios. Pelo lado do eleitor, o aperfeiçoamento da pontaria. Educação e imprensa livre ajudam. Juntas, levam fatalmente ao à plenitude da consciência crítica.


Globo blinda FHC no noticiário sobre Barusco

Neste fim de semana, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou o seguinte email a todos os chefes de núcleo da emissora:

"Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato

Atenção para a orientação

Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique".

O email foi divulgado pelo jornalista Luís Nassif neste domingo. O recado foi enviado após a veiculação de uma reportagem que procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para repercutir as declarações do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco – de que recebia propinas na estatal desde 1997, antes do governo Lula.

Barusco prometeu devolver aos cofres públicos uma fortuna de US$ 97 milhões em dinheiro desviado. No Jornal Nacional, a acusação de Barusco sequer foi divulgada, mas deu-se todo destaque ao comentário de FHC sobre o caso (assista aqui). O tucano assegurou que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual entre Barusco e os fornecedores. Já no governo Lula, eram fruto de acertos políticos.(Do Portal SP 247)


Rumo ao abismo

Vinicius Mota – Folha de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff está em apuros. Em menos de sete dias, caminhou voluntariamente para a beira do precipício que significará a inviabilização de seu governo ou coisa pior.

O vexame de Dilma e do PT na eleição para presidente da Câmara dos Deputados poderia ter sido facilmente evitado. A solução, aceitar o favoritismo do peemedebista Eduardo Cunha e com ele compor, era cristalina desde o fim de outubro.

A derrota aumenta os riscos de naufrágio, no Legislativo, das medidas emergenciais de arrocho econômico. O partido do governo parece relegado à condição de minoria na Câmara, algo raro em 30 anos de "presidencialismo de coalizão".

Um lance ainda mais exemplar de auto-imolação de Dilma Segunda estaria por vir. Graça Foster deixou a chefia da Petrobras como uma colegial abandona um grupo de animadoras de torcida. Na sequência, a presidente escalou um dos seus cumpridores de tarefas para o posto. Deu um tiro de bazuca no próprio pé. Lançou pelo ralo a oportunidade de resgatar a confiança na estatal despedaçada.

O que se passa na cabeça da presidente? Por que está obcecada com os assuntos errados, como o de normalizar depressa e a alto custo os pagamentos a empreiteiras e outros grandes prestadores de serviços da Petrobras em penúrias financeiras? Essa, afinal, parece a tarefa encomendada por Dilma a Aldemir Bendine, premiado com a presidência da estatal após ter acelerado, no Banco do Brasil, socorro bilionário a um desses gigantes falimentares.

O violento mergulho na impopularidade, em nível jamais vivido por gestões petistas, recomendaria outra conduta. Dilma não entendeu que precisava afastar a Petrobras da ingerência política que asfixia e destrói a empresa. Conseguirá compreender que, a partir de agora, está em questão a sua capacidade de exercer a Presidência da República?


Continua cassada aposentadoria do juiz Lalau

Em decisão unânime, o Órgão Especial do Tribunal Superior do Trabalho manteve a cassação da aposentadoria do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, condenado a 26 anos e meio de prisão pelo desvio de cerca de R$ 170 milhões – cerca de R$ 1 bilhão atualizados, segundo a Procuradoria da República -, das obras do Fórum Trabalhista da Capital. A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 9, pelo TST.

Aos 85 anos, o ex-juiz não recebe os vencimentos de sua aposentadoria desde outubro de 2000, quando o então presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, Francisco Antonio de Oliveira, suspendeu o pagamento da aposentadoria de Lalau por irregularidades no recadastramento de inativos. Aliado a isso, no ano passado, o plenário do TRT-2 cassou a aposentadoria do ex-magistrado, após o Supremo declarar que o processo contra ele havia transitado em julgado.(De O Estado de S.Paulo – Mateus Coutinho)


Quem quer dinheiro?

O relator do Orçamento de 2015, senador Romero Jucá (PMDB-RR), vai anunciar nesta terça-feira que destinará na proposta R$ 10 milhões em emendas para cada novo parlamentar do Congresso. A medida vai impactar as contas do governo em R$ 2,4 bilhões e foi articulada pela cúpula do PMDB, sem consultar o Palácio do Planalto. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, em reunião entre Jucá e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL). A informação é de Vera Magalhães, na sua coluna desta terça-feira, na Folha de S.Paulo.

Dos R$ 10 milhões a que terão direito, -- completa a colunista --, os novos parlamentares deverão destinar R$ 5 milhões para emendas a projetos ligados à saúde, e a outra metade a propostas de caráter geral. As emendas apresentadas à peça de 2015 por parlamentares que não foram reeleitos ou que continuam exercendo mandatos, orçadas em R$ 8 bilhões, não sofrerão alteração.

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