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Enviado por alexandre em 28/01/2015 10:01:15

Ministério da soneca

 Carlos Chagas

Entre uma campanha e outra, Napoleão fez mais pela França com a pena do que com a espada. Diante da confusão de regulamentos e leis regionais, decidiu botar ordem nas relações entre os cidadãos e entre eles e o Estado. Reuniu uma comissão de notáveis para preparar o Código Civil unificado. Depois de pronto, com 2.281 artigos, foi denominado de Código Napoleônico, exemplo até hoje seguido por muitas nações modernas. Por ironia, eram 39 os participantes da monumental tarefa, que o Imperador presidia de manhã, à tarde e quase sempre à noite, quando exauridos e fatigados, muitos cochilavam. Mola mestra dos trabalhos, o Corso não perdoava, exortando-os com um apelo: “Vamos, cavalheiros, ainda não ganhamos os nossos salários…”

Reúne-se hoje pela primeira vez o novo ministério da Dilma, por ironia contando com 39 ministros. Vão trabalhar pela manhã, presume-se que de tarde também, mas de noite, nem pensar. O que não impede que muitos tirem sua soneca vespertina, embalados pelas palavras da chefona e, com certeza, de alguns condenados escolhidos para expor planos e programas. Parece impossível que os 39 disponham de tempo para se fazer ouvir, hipótese que levaria a reunião ministerial até o dia seguinte. Com a natural tendência ao sono, quantos não resistirão? Até porque, ao contrário dos notáveis de Napoleão, a maioria dos presentes da reunião já em andamento nada teria a relatar ou sugerir, convocados por injunções partidárias fisiológicas, sem maior intimidade com os temas afetos aos respectivos ministérios. Essas contradições fluem para uma única semelhança entre a Brasília de hoje e a Paris de ontem: quantos dos presentes à reunião ministerial poderão dizer que estão ganhando os próprios salários?

Em toda a crônica recente jamais se viu um grupo tão heterogêneo, insosso, amorfo e inodoro. Excetuando-se aqueles aos quais a presidente da República penalizou com a missão impossível de consertar a economia e as finanças públicas sem arcar com a impopularidade, os demais apenas ornamentam a paisagem. Por isso, sem dúvida, será razoável o número dos que estarão cochilando. Sem ter ganho os salários, vale repetir…


iz que vai, vai, vai

Carlos Brickmann

O ditador italiano Benito Mussolini não disse exatamente essa frase, mas é como se tivesse dito: ser ministro de Dilma não é difícil, é apenas inútil.

Dilma ainda nem havia reunido o Ministério e já tinha forçado seu homem de confiança, o ministro do Planejamento Nelson Barbosa, a recuar na questão do aumento do mínimo; e, em seguida, deixou claro que as posições da estrela de seu Governo, o ministro da Fazenda Joaquim Levy, não são as que vai adotar. Acha que ele foi infeliz ao dizer que o seguro-desemprego no Brasil está ultrapassado. Quem manda é ela, só ela, que neste mandato não obedece nem a Lula.

As normas anunciadas por Levy para o seguro-desemprego (cujo custo se multiplicou, enquanto o Governo jurava que o desemprego nunca foi tão baixo) e o seguro-defeso (se o Brasil tivesse tantos pescadores quanto os que recebem o seguro-defeso, pago durante o período em que a pesca é proibida, estaríamos nadando em peixe), visavam uma economia anual de R$ 18 bilhões. O primeiro a atacá-lo foi um colega de Ministério, Miguel Rossetto, secretário-geral da Presidência, dilmista desde criancinha. Só diz, e com alegria, o que Dilma determina.

Certo, ser ministro tem suas vantagens: carro com chapa de bronze, motorista, jatinho, gente que vai à frente abrindo as maçanetas. O problema é que os parceiros internacionais não querem saber se o ministro tem direito a pompas, nem se é um sábio: querem saber se podem confiar em suas palavras. Se não puderem, irão ouvi-lo só por gentileza. E lhe darão menos atenção do que Dilma lhe dá.


Youssef diz que pagou propina a assessor de Roseana

Youssef disse que, em 2013, viajou a São Luís para levar uma parcela de R$ 1,4 milhão a ex-chefe da Casa Civil da ex-governadora Roseana Sarney

Portal Terra

O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, disse, em depoimento de delação premiada, que pagou propina a João Abreu, chefe da Casa Civil da ex-governadora Roseana Sarney. Conforme Youssef, a "comissão" tinha por objetivo favorecer a empreiteira UTC/Constran com a liberação de um precatório de R$ 110 milhões, referente a obras de pavimentação da BR-230 na década de 1980.

O doleiro afirmou que a UTC tinha interesse em receber rapidamente o precatório, que poderia levar anos para ser pago pelo governo. De acordo com o depoimento, ficou acertado que Abreu receberia R$ 3 milhões dos R$ 10 milhões pagos pela empresa, cujo pagamento foi dividido em 24 parcelas.

Youssef disse que, em 2013, viajou a São Luís, em avião fretado, para levar uma parcela de R$ 1,4 milhão ao ex-chefe da Casa Civil, mas foi preso pela Polícia Federal antes de entregar o dinheiro. Segundo ele, a outra  parte foi levada por Adarico Negromonte e Rafael Ângulo, presos na Lava Jato por transportarem dinheiro a mando do doleiro.

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