Política : Produção
Enviado por alexandre em 27/12/2010 23:13:49



Câmara de vereadores de Ouro Preto: Produção anódina

Dados divulgados pela organização Transparência Brasil revelam, em números, aquilo que quem costuma acompanhar o dia a dia das câmaras municipais, assembléias legislativas e do Congresso Nacional já percebeu faz tempo: grande parte da produção dos nossos parlamentares é de abobrinhas.


Vereadores, deputados e senadores adoram batizar ruas, dar nomes a praças e rodovias, criar datas comemorativas, fazer homenagens a mortos, vivos e vivíssimos, conceder títulos e honrarias a torto e a direito. E ainda há aqueles que até contabilizam toda essa obra como prova tida como inequívoca de uma ativa e profícua atuação parlamentar. A tal produção de amenidades irrelevantes é tamanha que a Câmara de Vereadores de Ouro Preto chegou ao cúmulo de por muito pouco apreciar e logicamente aprovar um projeto dando nome do quase concluído Anfiteatro a uma pessoa viva (fato proibido por Lei federal) e o que é cômico que o local já tem nome devidamente aprovado e sancionado com Lei datada de 2004. Este e outros fatos mostram a falta de preparo de nossos vereadores em ser de fato e direito representante do povo.


Tudo bem que essa é uma tradição nacional, mas o fato é que, no quesito projeto abobrinha, os vereadores de Ouro Preto estão entre os campeões, o que vem a ser, simplesmente, mais uma clara evidência do baixo nível em matéria de conhecimento do que é ser um vereador. No primeiro semestre deste ano, a Transparência Brasil apresentou um balanço denominado “Perfil da produção das casas legislativas brasileiras” e nossos deputados apareceram entre os que mais produzem matérias classificadas como de baixo ou nenhum impacto.


O pior é que a enxurrada de matérias anódinas não implica apenas num grande exercício de futilidades. Toda essa produção de utilidade duvidosa ocupa tempo e espaço no processo legislativo, já demasiadamente lento e ineficaz. Atrapalha o andamento mais ágil de temas relevantes, e ainda por cima custa ao contribuinte. Ou seja, pagamos cada vez mais caro por parlamentares que trabalham cada vez pior.


Autor: Alexandre Araujo


Fonte: ouropretoonline.com
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