Regionais : Contratos de marmitex foram tomados e direcionados para “doador de campanha”
Enviado por alexandre em 14/10/2014 18:16:04

Contratos de marmitex foram tomados e direcionados para “doador de campanha”

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Em depoimento à Polícia Federal José Batista revela que Winston Saíta doou R$ 500 mil em troca de contratos milionários com o Estado. Empresa pertence ao cunhado do governador, Wagner e Saíta

Francisco de Assis é cunhado de Confúcio Moura

Francisco de Assis é cunhado de Confúcio Moura

Porto Velho – As revelações feitas pelo ex-homem forte do Confúcio Moura, José Batista, em seu depoimento à Polícia Federal após sua prisão em novembro de 2011 na Operação Termópilas detalham o lado mais sórdido da política brasileira. Uma trama revelada em parte por PAINEL POLÍTICO, mas sem a riqueza de detalhes, já que recebíamos apenas parte das  informações. O depoimento de Batista retira das sombras o esquema engendrado nos porões do Palácio Getúlio Vargas para favorecer diretamente doadores da campanha peemedebista de 2010. Um deles, o empresário Winston Saíta, proprietário da empresa Nutrimais, é casado com a filha da assessora direta de Confúcio Moura e pessoa de sua extrema confiança, Vilma Alves dos Santos.

Segundo Batista, “Saíta, por ter ajudado na campanha de Confúcio com R$ 500 mil, ficaria com os contratos de prestação de serviços de alimentação do estado, no tocante a saúde e presídios (SESAU e SEJUS)”. Batista afirmou ainda que a determinação para isso lhe foi repassada por Francisco de Assis, cunhado de Confúcio e mais tarde confirmada pessoalmente pelo próprio governador. Mas existia um problema chamado Júlio César Fernandes Martins Bonache, proprietário da empresa Fino Sabor, detentor do contrato, ganho em licitação no governo anterior. Batista explicou que não poderia rescindir um contrato vigente para fazer um “emergencial”.

Após alguns dias, Batista recebeu um documento da empresa Fino Sabor informando que estava desistindo do contrato, sob a argumentação que o mesmo “não era viável economicamente”. Batista ficou curioso e foi conversar com o proprietário da empresa para tentar descobrir porque ele abriu mão do contrato da SESAU e manteve o da SEJUS. Batista narra o seguinte: “Júlio foi até minha casa em um sábado, acompanhado de Rafael Santos Costa (assessor de Valter Araújo) discutir o assunto. Que Júlio disse que não teria mais como ficar com a empresa Fino Sabor na SESAU”.

“Porra, você quer me fuder, já fiz e paguei todas as rescisões trabalhistas dos meus funcionários e não tenho como voltar atrás”

Júlio então lhe contou uma história que Batista classificou como ‘macabra’. Segundo ele, Júlio havia sido procurado por Wagner e Assis, sendo que ambos convidaram Júlio para entrar em um carro para conversarem, contudo foram dirigindo até a margem do rio Candeias, em Candeias do Jamari e Júlio chegou a pensar que seria assassinado. Lá chegando, Wagner e Assis determinaram que ele tirasse suas roupas, e os dois também ficaram apenas de cuecas e colete salva-vidas e pularam no rio, quando então, no meio do rio, Wagner e Assis teriam obrigado Júlio a renunciar ao contrato da SESAU em favor de Saíta. Batista disse que iria acionar Júlio César judicialmente, uma vez que o contrato era sério e necessitava de efetiva prestação de serviços.

José Batista conta que Júlio ficou exaltado e disse, “porra, você quer me fuder, já fiz e paguei todas as rescisões trabalhistas dos meus funcionários e não tenho como voltar atrás”. Na segunda-feira seguinte, houve uma reunião no Hotel Rondon da qual estavam presentes Batista, Assis, Júlio César e Saíta. Antes de entrarem na sala, porém, Assis determinou que todos os celulares fossem recolhidos. Na reunião, Batista ainda tentou manter o contrato com a Fino Sabor, em função da ilegalidade do contrato emergencial, mas o rompimento era inevitável, já estava decidido e Saíta, inclusive, já havia assumido a prestação dos serviços e para evitar o acionamento judicial, houve a substituição do documento enviado por Júlio César a Batista, sendo que o novo, com nova fundamentação foi redigido por José Milton Brilhante (também preso na Operação Termópilas), sendo então impresso e entregue por Júlio.

Mas a situação ainda não estava completamente resolvida. Saíta já estava prestando o serviço, porém, não estava recebendo, pois o contrato “emergencial” não estava formulado. Batista e Carla Mangabeira (diretora financeira da SESAU) foram chamados para uma reunião na Junta Comercial com Gilvan Ramos (presidente da Junta e tesoureiro da campanha de Confúcio), Ricardo Rodrigues (ex-secretário de Saúde e à época adjunto da SESDEC), Winston Saíta e José Lenzi (advogado e militante do PMDB). Na reunião, segundo Batista, Gilvan teria sido “taxativo” em relação ao contrato de Saíta, dizendo que o governador havia determinado que fosse resolvida a questão do contrato emergencial. A partir dessa determinação, a SESAU foi obrigada a fazer um reconhecimento de dívida dos dois meses de serviços prestados por Saíta sem contrato. Mas essa manobra precisava de um parecer favorável da Procuradoria do Estado e isso foi feito.

Batista revelou ainda que a SESAU foi obrigada, com tal determinação, a confeccionar o contrato emergencial beneficiando a empresa Nutrimais, que segundo Batista pertence a Saíta, Wagner e Assis, desde o início do contrato com a SESAU.

Júlio César foi extorquido por Assis, Valter Araújo e Míriam Spreáfico

Júlio César passa a ser extorquido novamente

Com a desistência de seu contrato, Júlio César fica com um crédito de aproximadamente R$ 1,6 milhão para receber do governo, em serviços prestados anteriormente. O valor foi liberado pela Secretaria de Saúde, porém, o ex-deputado Valter Araújo, à época presidente da Assembleia Legislativa ligou para Batista e mandou “segurar” o pagamento pois o mesmo queria “fazer um acordo” com Júlio César. O governador então interviu e determinou que Batista liberasse o dinheiro da empresa, o que, segundo Batista, “não era normal o governador se manifestar sobre pagamento a fornecedores diretamente com ele”. Mas Batista atendeu Valter e reteve o pagamento por dois dias e quando Valter lhe telefonou dizendo que “já havia conversado”, o pagamento havia sido liberado naquela manhã. Ao mesmo tempo Batista era convocado para uma reunião na Junta Comercial, com Gilvan Ramos e Carla Mangabeira para explicar os motivos da demora em pagar a Fino Sabor. Batista explicou que já havia recebido ordens de Confúcio e tinha efetuado o pagamento. Batista não soube dizer se Júlio havia pago propina a Assis ou a outra pessoa.

Mas ele pagou. Júlio César foi preso na Operação Termópilas e contou, em depoimento mantido sob sigilo por tratar-se de delação premiada, o empresário afirmou ter pago propina ao ex-deputado Valter Araújo e quem fazia a “correria” era Rafael Santos Costa. Júlio também contou ter pago propina a Miriam Spreáfico, na época secretária de Justiça que vinha “segurando” seus pagamentos no contrato de fornecimento de alimentação para os presídios. A Miriam ele teria dado uma camionete avaliada em quase R$ 200 mil. Em 30 de outubro de 2012 Júlio César foi condenado em primeira instância pelo Tribunal de Justiça a  1 ano e  dois meses de prisão e pagamento de multa no valor de R$ 135 mil por utilizar de três laranjas para figurar como sócios-proprietários da sua empresa para poder contratar com o Governo, pois ele estava impossibilitado de tal contratação por causa de uma condenação.

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