Rondônia: A violência se espalha pelo Brasil. Escolas de Porto Velho, em Rondônia, trocaram os seguranças por câmeras. E, desde então, mais de 30 foram atacadas. Os ladrões não se contentam em levar objetos de valor. Eles quebram tudo nas salas de aula.

Foi o segundo ataque a uma escola em menos de dois dias. E o oitavo este ano. Dois rapazes arrombam a porta da sala de supervisão, mas saem correndo minutos depois de o alarme disparar.

"A sociedade quer uma escola de qualidade e agora a gente está refém desses furtos que estão acontecendo", reclama o diretor Junior Freire.

Os crimes começaram há pouco menos de um ano, quando a Secretaria de Educação cancelou o contrato com os vigilantes que cuidavam das 419 escolas de Rondônia. No lugar, instalou câmeras de segurança. Mas isso não intimidou os ladrões.

Para impedir que ação fosse registrada, os bandidos quebraram as câmeras e levaram também os HDs com todo sistema de monitoramento da escola.

Em outra escola, o laboratório foi queimado. Em uma das escolas, nem os cabos da internet e o bebedouro foram poupados. "Acho que tudo que deu para levar, eles encostaram o caminhão, colocaram dentro e levaram sem pressa nenhuma. Porque arrebentaram todas as portas", conta a diretora Ana Maria de Oliveira.

Os bandidos levaram até as fichas com os dados dos alunos. Para retomar as aulas, os professores vão ter que improvisar. "A gente vai ter que voltar ao tempo do quadro e do giz porque ficamos sem material nenhum para trabalhar", diz a professora Katia Pilatti.

Em uma escola, além de roubar, os bandidos deixaram um recado para a polícia.

Além dos roubos, duas escolas foram incendiadas. "A gente fica aqui desassistido, não tem segurança, às vezes, aparecem pessoas estranhas na frente, a gente fica até com medo de entrar na escola", afirma a professora Marlene de Souza.

A Secretaria de Educação de Rondônia disse que não renovou o contrato com os vigilantes por causa do custo.