Policial : OUROPRETENSE
Enviado por alexandre em 31/05/2014 00:53:22


Familiares protestam em 1ª audiência de PM's acusados de matar jovem no Acre

Rayssa Natani Do G1 AC

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Familiares protestam em frente ao Fórum de Capixaba (Foto: Rayssa Natani/G1)Familiares protestam em frente ao Fórum de Capixaba (Foto: Rayssa Natani/G1)

A primeira audiência dos quatro policiais militares acusados de espancar até a morte o técnico em radiologia Magdiel Wellington, de 28 anos, no dia 21 de abril deste ano, foi marcada por protesto de familiares da vítima, na tarde desta quinta-feira (29), no Fórum de Capixaba (AC). Com faixas e camisas com a foto da vítima, eles pediam justiça. Ao menos 15 pessoas, entre réus e testemunhas, foram ouvidas pela Justiça.

Entre lágrimas, a mãe da vítima, Jacira Chaves, não se conforma com a morte prematura do filho e clama por justiça. "Não dormi essa noite imaginando meu anjinho levantando as mãos, dentro de casa já, e eles mataram ele. Cuidei tanto do meu filho ele sempre fez as coisas certas. Fico pensando em como ele sofreu. Ele era meu presente de Deus, meu melhor amigo. Eles têm que pagar pelo que fizeram com o meu filho", diz.

Viúva de Magdiel se emociona ao falar do marido (Foto: Rayssa Natani/G1)Viúva de Magdiel se emociona ao falar
do marido (Foto: Rayssa Natani/G1)

A viúva de Magdiel, a enfermeira Gerusa Sarkis relembra o dia em que viu o marido sendo agredido pelos policiais. "Vi quando chutaram ele para algemá-lo, ele já agonizando, estava sangrando, não me deixaram prestar socorro. Os quatro policiais estavam lá só olhando ele morrer. Quando disseram que filmariam a agressão, eles jogaram meu marido na caminhonete, como se fosse um bicho", relata.

O presidente da Associação dos Militares do Acre (AME), Isaac Ximenes, acompanhou a audiência e diz que a entidade vai fazer o que estiver ao seu alcance para defender os policiais. "Oferecemos tudo o que for necessário para defendê-los. Agora a justiça vai fazer o trabalho dela", diz.

Desde o dia do ocorrido, os PM´s estão recolhidos no Batalhão do Pelotão Ambiental de Rio Branco. E faixas, familiares e amigos pedem que o caso vá para Juri Popular.

Entenda o caso
Quatro policiais militares são acusados de espancar até a morte o técnico em radiologia, Magdiel  Wellington, no dia 21 de abril, em Capixaba, cidade distante 72 km de Rio Branco. De acordo com a esposa da vítima, Gerusa Sarkis, Magdiel bebia com um vizinho no último em frente à casa onde moravam, na cidade de Capixaba. A vítima saiu para consertar a bateria do carro e acabou sendo perseguido pela polícia, segundo ela, porque estava dirigindo o veículo com habilitação vencida.

A enfermeira saiu à procura do esposo e quando voltou, uma viatura estava em frente à garagem de sua residência e o esposo no chão sangrando. O técnico chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu.

'Quero que paguem', diz mulher que acusa PMs de espancamento no AC

Enfermeira Geruza Sarkis diz que marido foi espancado até a morte.
Associação dos Militares do Acre considera o caso como acidente de trabalho.

Caio Fulgêncio Do G1 AC

Ténico morto  (Foto: Geruza Sarkis/ Arquivo pessoal)Enfermeira Geruza Sarkis, de 32 anos, diz que quer
justiça pela morte do marido Magdiel Welligton
(Foto: Geruza Sarkis/ Arquivo pessoal)

Após perder o marido em uma perseguição policial, a enfermeira Geruza Sarkis, de 32 anos, diz que quer justiça. Ela acusa quatro policiais militares de ter espancado Magdiel Welligton, de 24 anos, até a morte na segunda-feira (21) em Capixaba, distante 72 km de Rio Branco. Como apelo, uma manifestação está programada para segunda-feira (28) durante o aniversário do município em que ocorreu o caso.

"Eu quero que seja feito justiça, que esses policiais paguem pelo que fizeram. E como será a festa da cidade [Capixaba], a gente vai preparar cartazes para questionar como é que estão em festa se a cidade está um caos com relação ao policiamento", reclama Geruza.

De acordo com a Polícia Militar, após o ocorrido, os quatro envolvidos foram afastados e estão presos no Batalhão do Pelotão Ambiental em Rio Branco. A enfermeira conta que não descarta a possibilidade de acionar a Justiça, porém está aguardando o resultado das investigações feitas pela polícia.

"Vou esperar primeiro para ver no que vai dar, se eles vão ser punidos ou não. Eu estou atrás de um advogado e depois vejo o que eu faço, se é que tem alguma coisa para eu fazer", fala geruza.

O presidente da Associação dos Militares do Estado do Acre (AME-AC), Isaac Ximenes lamenta o ocorrido e considerou o caso como um 'incidente de trabalho'. Ele diz que todo direito de defesa está sendo proporcionado aos policiais, inclusive, um pedido de relaxamento da prisão.

"Na hora da imobilização, o cidadão caiu batendo a parte frontal do rosto, vindo a ter um traumatismo craniano. Ou seja, não existia a intenção dos policiais militares de atentar contra a vida desse cidadão. A gente considera que foi um acidente", diz Ximenes.

Entenda o caso
Geruza Sarkis diz que o marido, o técnico em radiologia, Magdiel Welligton bebia com um vizinho na segunda-feira (21) em frente à casa onde moravam, na cidade de Capixaba. Após a bateria do carro descarregar, ele saiu para tentar consertar. Nessa saída, foi perseguido pela polícia.

Então, a enfermeira saiu à procura do esposo e quando voltou, uma viatura estava em frente à garagem de sua residência e o esposo no chão sangrando. O técnico chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu.

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