O clima político volta a esquentar, enquanto aumentam as especulações de novas operações policiais no Estado. O certo e que está em andamento uma investigação federal relacionada diretamente ao governador Confúcio Moura – sobra da Operação Termópilas e da Operação Apocalipse. Mas neste final de semana, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Hermínio Coelho ao conceder entrevista a um jornal de Brasília, disse que vai até a capital federal apresentar novas denúncias contra o governador Confúcio Moura, considerado por ele como corrupto e perseguidor. Para o presidente da ALE, o governador do Estado ‘não tem moral’ para disputar a reeleição. Confira a reportagem:
Dinheiro público depositado em conta de parentes, super-faturamento de aluguel de sede de órgãos públicos e perseguição implacável a adversários políticos e até a ex-aliados. Este é o rol de denúncias que o deputado estadual Hermínio Coelho (PSB) desfiou contra o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB). As revelações, que não são novas para os rondonienses, escancaram a relação do governador com o chefe do poder Legislativo, que promete não dar trégua ao seu desafeto.
“O Confúcio não tem moral para disputar a reeleição. Não tem moral e não tem nem voto e apoio. Prova disso é que membros de partidos aliados não estão dispostos a seguir com ele na aventura da reeleição. Esta desmoralizado e desacreditado”, disparou Coelho, se referindo ao deputado federal Padre Ton (PT), que descartou peremptoriamente a possibilidade de ser vice de Moura. “Está mais fácil eu voltar a celebrar missas do que ser vice de Confúcio”, disse o ex-religioso.
A declaração do deputado Padre Ton teve sérias repercussões em Porto Velho, a capital rondoniense. De um lado os defensores do arco de alianças entre PMDB e PT consideraram precipitada a declaração. De outro os aliados do governador, que trataram de comparar a afirmação como uma agressão à Igreja Católica. E, correndo por fora, os oposicionistas de Confúcio aplaudindo as refregas entre os supostos aliados.
Hermínio Coelho afirma considerar a postura reticente do PT, ou pelo menos do seu nome mais cotado para a dobradinha, um indicativo de que ninguém “quer embarcar na canoa furada de Confúcio Moura”. Tudo por conta, reitera o presidente da Assembléia Legislativa, da “desmoralização do governador perante a população”.
Entre vários episódios, Coelho relembra o caso dos depósitos de dinheiro público do estado nas contas de sua irmã, Cláudia Moura, e seu cunhado, esposo dela, Francisco de Assis Oliveira. O caso rendeu investigações contra Moura, mas não chegou à condenação. Coelho afirma que o governador se aproveita do poder para pressionar e intimidar quem ousa aprofundar na apuração “dos desmandos de Confúcio”.
O presidente da Assembléia Legislativa cita vários casos de perseguição de Confúcio contra adversários políticos e ex-aliados, colocando a máquina do estado contra seus desafetos. “Eu mesmo tenho sido vítima das sanha vingativa de Confúcio, que não se conforma em ter gente que denuncia seus desmandos. Um filho meu chegou a ser preso arbitrariamente pela polícia a mando do governador”, afirmou.
Hermínio Coelho disse por telefone à reportagem do Brasil Notícia que está vindo a Brasília para mostrar revelar documentos antigos e inéditos sobre “os desmandos em Rondônia”.
A reportagem do Brasil Notícia tentou contato telefônico com a assessoria de Confúcio Moura, mas não obteve êxito. Outro contato foi feito com o Escritório de Representação de Rondônia aqui em Brasília, mas ele se mantinha fechado nesta sexta-feira (02).
A fotografia é do retorno do presidente da ALE, deputado Hermínio Coelho, após ter passado um mês afastado do mandato por decisão judicial, embasado em documentos apresentados pela Polícia Civil (cujo gestor maior é o governador do Estado).
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