Porto Velho, Rondônia – Depois de prometer, por duas vezes, definir se seria candidato à reeleição, o governador Confúcio Moura (PMDB) preferiu continuar em cima do muro e o mistério cerca a sua decisão sobre uma nova disputa ao Governo. Cobrado publicamente pela culpa do partido, Confúcio teve reunião à portas fechadas com lideranças peemedebistas, há um mês, quando não decidiu nada e gerou ainda mais desconfiança em sua decisão, adiando mais uma vez o anúncio para o final deste mês de março. O motivo da suposta desistência do governador em tentar um segundo mandato seria a sua insatisfação com o desempenho de sua administração, que ele mesmo admite que não estaria a contento. E para evitar mais saias justas, críticas de opositores e outros dissabores, o governador deverá anunciar, na próxima semana, que vai encerrar seu mandato em 31 de dezembro deste ano, sem buscar um novo mandato. Enquanto não bate o martelo, o governador tenta dar um ritmo de ação em seu Governo, maior do que ele estava acostumado. Para muitos, agenda cheia é um sinal de que estaria pavimentando a sua nova candidatura. Ocorre que a demora em se decidir gera insegurança em sua base aliada, que começa a ser “cooptada” por eventuais adversários. É assim: “se o governador não se decide, vou com você”. Principalmente no interior do Estado é grande a insatisfação de lideranças e correligionários do governador com a sua indecisão. A reportagem do Rondonoticias contatou com alguns prefeitos, que preferiram não se identificar, que manifestaram essa preocupação. “Se alguém me pergunta se o Confúcio é candidato, eu digo que sim. Mas, como ele não fez ainda esse anúncio, as pessoas não acreditam e já começam a manifestar apoio a outros nomes que despontam como pré-candidatos declarados”, disse um prefeito. Vereadores também afirmam que a indecisão “baixa a moral dos correligionários”. Além de desmotivar a tropa e de abrir espaços para que outros pré-candidatos fechem acordos com lideranças, a falta de definição causa ainda um mal estar no próprio PMDB. É que o partido fica refém da decisão pessoal de Confúcio e não tem como, até as eleições, preparar uma candidatura substituta. Reeleições Desde o advento da reeleição, permitida a partir das eleições gerais de 1998, caso se confirme a sua desistência, Confúcio seria o primeiro governador a não buscar a reeleição. Antes, Valdir Raupp (PMDB), eleito em 1994, tentou a reeleição em 1998, mas foi derrotado por José Bianco (DEM).Por sua vez, Bianco foi derrotado por Ivo Cassol em 2002. Cassol foi o único governador reeleito em Rondônia. João Cahulla (PPS), que era vice de Ivo, assumiu o Governo em março de 2010 e tentou ser eleito nas urnas, mas fracassou. |