Partido político virou um negócio da China
Criar um partido político no Brasil é garantia de acesso a dinheiro fácil. Só no ano passado, quando houve eleições municipais, somando o Fundo Partidário e as doações, os 30 partidos registrados na Justiça Eleitoral movimentaram a cifra de R$ 1 bilhão – isso sem contar eventual caixa dois, prática já admitida nos últimos anos, depois do mensalão, por políticos de todas as tendências. Em ano de eleição presidencial, esse valor é muito maior. Para poder pegar um naco desse filé, não é preciso ter representante na Câmara dos Deputados, nem filiados. Basta existir formalmente. Sem representação no Congresso e com 247 filiados registrados no TSE, o Partido Ecológico Nacional recebeu R$ 343 mil do fundo em 2012 — R$ 1.389 por filiado, 69,8 vezes o repassado ao maior partido, o PMDB (R$ 19,91 por filiado). Dos 30 partidos existentes, 24 têm representação na Câmara atualmente. Mas mesmo aqueles sem parlamentares eleitos ganham verbas polpudas do fundo. É o caso, por exemplo, do PCO, o Partido da Causa Operária. Em todo o país, ele tem 2.560 filiados e nunca elegeu um representante para a Câmara, mas recebeu, no ano passado, R$ 629.081 do Fundo Partidário. No Rio, por exemplo, o PCO conta com apenas 127 simpatizantes filiados. ‘Há gente que quer o partido para negociar vantagens’ Embora recebam recursos públicos para manter sua estrutura e, em alguns casos, seus dirigentes, os partidos políticos, sobretudo os pequenos, mesmo sem grande viabilidade eleitoral, têm um tesouro que interessa a qualquer candidato: tempo de rádio e TV, para propaganda gratuita. Qualquer segundo a mais na propaganda de quem pleiteia uma vaga no Executivo é bem-vindo. Por isso, em época de eleições, as negociações para fazer alianças que possam aumentar a exposição de um candidato avançam por ideias, oportunidades e números. BLOG DO TIÃO LUCENA
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