Governador Confúcio Moura é sabatinado em entrevista e fala sobre todos os setores

Rondonoticias: Iniciando a entrevista, quais as realizações que o senhor realizou, nesses dois anos de mandato?

Confúcio Moura: São várias ações. Vamos começar pelas estradas. Eram pouco mais de 5 mil quilômetros, mas assumimos estradas municipais e passamos dos 10 mil quilômetros de estradas sob a responsabilidade do Estado. Muita gente falava que meu Governo não iria dar conta de fazer uma melhoria das rodovias e estradas vicinais.

Rondonoticias: Quem achava que seu Governo não daria conta?

Confúcio Moura: Surpreendemos muita gente. Muitos falaram que não iríamos fazer, pois o governador anterior priorizava as estradas, mas nós superamos isso. Assumiu a gestão com 250 máquinas, compramos mais de 280 na minha gestão, com recursos próprios. Nenhuma obra de asfaltamento iniciada no Governo passado deixei paralisada.

Rondonoticias: Nos identifique onde estão essas estradas?

Confúcio Moura: Pois bem. O asfalto ligando o distrito de Triunfo, distrito de Candeias do Jamari, a BR-364, faltam apenas duas pontes para concluir. A rodovia mais difícil do Estado, ligando o distrito de Tarilândia, em Jaru, a BR-364, já estamos fechando os 78 quilômetros. E assim fizemos e Castanheiras, Rolim de Moura, ligando Alta Floresta a Marcão, agora iniciamos de Machadinho ao 5 º BEC e estamos recuperando o asfalto da rodovia de Buritis.

Rondonoticias: Quais as ações do Governo, na área de educação?

Confúcio Moura: Na educação, colocamos a Educação de Cara Nova. Fizemos uma reforma em todas as mais de 400 escolas estaduais, com melhorias significativas, inclusive aqui na capital, com a descentralização do dinheiro. Reformamos escolas velhas, danificadas, melhoramos as quadras, banheiros adaptados e outras melhorias. Estamos agora climatizando as unidades escolares, para isso, fizemos a reforma da parte elétrica completa, porque era gambiarra daqui, gambiara acolá. Quando se ligava uma coisa, caia outra. Até 2014, 100% das escolas serão climatizadas em Rondônia.

Rondonoticias: Como a Educação está enfrentando a evasão e a repetência?

Confúcio Moura: Essa é a parte feia da educação brasileira e Rondônia está no mesmo patamar do Brasil. Embora com esforço e metas atingidas por muitas escolas rondonienses, tivemos escolas com nota 1.6 do IDEB. Muito ruim. Mas, também tivemos duas escolas com nota 6.2 na escala de 0 a 10. Para mudar isso, temos que fazer uma grande revolução, que começa pelo professor. Nada substitui o bom professor em sala de aula, com capacitação contínua. Para isso, é preciso avaliar e para isso estabelecemos o SAERO. Nosso desempenho em matemática é muito ruim, em língua portuguesa é na média do Brasil.

Rondonoticias: Como e feita essa avaliação do SAERO?

Confúcio Moura: Ela é feita com os professores e os alunos, com provas. É feita uma estatística para saber o nível de ensino e outras questões.

Rondonoticias: O Governo vai estabelecer um programa de controle dos alunos em sala de aula?

Confúcio Moura: Sim, estamos dependendo de um software que vai ser adquirido junto ao Ministério do Planejamento. Isso vai permitir controlar a frequência, o boletim, presença dos professores e o currículo padrão. Ou seja, o mesmo conteúdo dado numa escola da capital, é o mesmo de uma escola do interior. Isso organiza e padroniza o ensino. Já estabeleci convênios com instituições como o Instituto Ayrton Senna, a Fundação Unibanco e a Fundação Roberto Marinho, entre outras, para nos ajudar nesse processo de melhorias na educação de Rondônia.

Rondonoticias: A situação da segurança pública em Rondônia lhe incomoda?

Confúcio Moura: É uma doença endêmica, igual ao país todo. A população está com medo. Os crimes contra o patrimônio tem aumentado em Porto Velho e região de Ariquemes, mas os homicídios caíram, comparando 2012 com os anos anteriores. Vamos fazer um grande investimento na segurança pública, com equipamentos modernos, nova distribuição das delegacias na capital e mudanças nos procedimentos. Vamos ter imagens de câmeras, já que instalamos cabeamento ótico em quase 100% da capital. Por outro lado, graças ao nosso trabalho intenso, os acidentes de trânsito foram reduzidos em cerca de 40%. Evoluímos muito, mas ainda temos mais a avançar.

Rondonoticias: Em relação à saúde, como o senhor avalia a situação da pasta hoje?

Confúcio Moura: Vou assinar com o Ministério da Saúde um novo protocolo de convênio. Com isso, vamos ter adicionais de recursos para melhorarmos as condições de atendimento. Vamos colocar quatro centros cirúrgicos no João Paulo II e fazer outras melhorias, como o atendimento domiciliar. As duas UPA’s do Estado estão prontas e até abril deverão funcionar, uma com 35 leitos de UTI, na Zona Sul. Na Zona Leste, a UPA vai servir de Centro de Reabilitação e Fisioterapia.

Rondonoticias: Governador, há uma desavença entre o Governo e o Tribunal de Contas, que está sempre suspendendo licitações governamentais?

Confúcio Moura: O desempenho de licitações nossa foi excelente e crescente, com novas modalidades de licitações, como agora o Regime Diferenciado de Compras (RDC), o mesmo que a presidente Dilma Rousseff (PT) lançou para os estádios da Copa. O Tribunal de Contas nunca fez cara feia e nem tem marcação como nosso Governo, de jeito nenhum. Há um aperfeiçoamento dos órgãos de controle do Brasil.

Rondonoticias: Falta capacitação dos técnicos do Governo, para fazer as licitações?

Confúcio Moura: Realmente, precisamos fazer qualificações e capacitações permanentes, para o gasto ser bem gastado. A grande falha do Estado é o planejamento precário de suas secretarias, que fazem as coisas no ‘chutômetro’, no achismo. Mas, a boa vontade do Tribunal de Contas é tão grande que recentemente, nos cedeu o seu melhor técnico para trabalhar conosco na Seduc. A Fundação Getúlio Vargas está dando pós-graduação gratuita para funcionários do setor, para formar um grupo de elite.

Rondonoticias: Governador, as receitas estaduais caíram e isso tem afetado os pagamentos a fornecedores do Governo?

Confúcio Moura: Tivemos um abalo violento nas nossas receitas, causadas pela retração das usinas do Madeira, pela queda da receita pela queima de óleo diesel da termelétrica e pela queda no repasse do FPE. Por isso, priorizamos pagar os salários e deixamos os fornecedores para irmos pagando aos poucos.

Rondonoticias: Para finalizar, que nota o senhor dá ao seu Governo?

Confúcio Moura: Nota 7. Dou nota 7.