A presidenciável Marina Silva defende, diante de banqueiros e empresários, teses opostas às que balizaram o pensamento econômico da época em que era senadora. A candidata do PV já subiu à Tribuna do Senado para atacar as privatizações, o Plano Real e o socorro a bancos endividados no governo Fernando Henrique Cardoso. Agora, jura fidelidade à receita inaugurada pelos tucanos e exalta a estabilização da moeda como "grande conquista" do ex-presidente, de quem se diz admiradora. A economia foi tema de seis discursos de Marina entre 1999 e 2001, em que pregavam o calote da dívida externa, atacam o "modelo neoliberal" e sustentam que a venda de estatais teria agravado o desemprego no país. Um dos alvos preferidos da então petista foi o Proer, que salvou instituições financeiras em dificuldade. "O intestino brasileiro está sendo perfurado pelos recursos que estão saindo para socorrer bancos falidos (...) vorazes por lucro e por nenhum compromisso com o povo brasileiro", disparou Marina, em maio de 1999. Em palestra recente a investidores em Nova York, em julho, o que era "dreno do dinheiro público para engordar o capital financeiro" virou um "corajoso processo de restruturação e saneamento do sistema bancário". Informações da Folha.