Regionais : “É bandido denunciando bandido”, diz Hermínio
Enviado por alexandre em 31/08/2012 22:13:46



ESCÂNDALO DA EMDUR - Para o presidente da Assembleia é a EMDUR é apenas uma pequena parte da corrupção que se encontra espalhada por toda da administração de Roberto Sobrinho.

O rombo nas contas da Prefeitura que se vivia anunciando teve, por fim, o desfecho que se esperava com a operação que procurou coletar provas sobre processos envolvendo licitações e contratos da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano de Porto Velho (Emdur) que sumiram do órgão. Na última quinta-feira, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Rondônia, cumpriu mandado de busca e apreensão na Emdur de onde, segundo até agora se sabe, desapareceram contratos com as empresas Mastermaq, LC dos Santos, Shallon, Gislle Piza, Rotram, Linhares Construções, Livraria e Papelaria Duque, Hellemmaq, Megawatt e uma construtora denominada de S.J.B. Construtora Comércio e Serviços. O Ministério Público buscava coletar provas para poder responsabilizar cível e criminalmente os envolvido, em especial, no período da gestão do vereador Mário Sérgio (PMN), candidato a prefeito de Porto Velho. Mário Sérgio passou sete anos à frente da Emdur. O escândalo na Emdur, primeiramente, se estimava que envolveria o desvio de R$ 1,7 milhão, porém, com o aparecimento de novos dados há o boato de que somente um processo seria de R$ 2 milhões com propinas para vereadores o que levou até a uma reunião na residência de um dos envolvidos que teria “convidado” os outros participantes para ver “como apagar o fogo”. Um dos membros do Ministério Público, afirmou que a devassa na Emdur mostra que, "De 2010 pra cá, a coisa deu uma esculhambada por lá, com forte indício de significativo desvio de dinheiro público". O MP apura desvio de recursos, formação de quadrilha, fraude em licitação, sumiço de processos, corrupção passiva e ativa, ameaças a servidores do órgão, entre outros ilícitos. Em entrevista por telefone Hermínio desmente a tese de que o prefeito não sabia da “lambança”.

Tentando tapar o sol com a peneira

O prefeito da capital, Roberto Sobrinho, diante da ação da GAECO tentou se justificar por meio de uma entrevista coletiva em que se cercou do Procurador Geral do Município, Salatiel Lemos Valverde, e do novo presidente da Autarquia, Jailson Viana, na manhã desta sexta-feira, 31. No melhor estilo Lula da Silva disse que nada sabia sobre desvio de recursos na Empresa de Desenvolvimento Urbano - EMDUR, tentando se colocar na condição de vítima-denunciante dos desvios eventualmente praticados. Mas, não é muito convincente um dirigente afirmar que tomou conhecimento pela mídia dos fatos acontecidos e tentar justificar a ausência de sua fiscalização com a afirmação de que exonerou a diretoria da EMDUR e nomeou novos ocupantes dos cargos com a incumbência de promover de imediato uma tomada de contas para verificar o tamanho do buraco na Entidade. Em seu socorro veio com o inútil e desmoralizado “argumento de Januário Amaral” que foi brandido pelo procurador Salatiel Valverde que mistificou os fatos dizendo que a EMDUR é uma autarquia com independência para gerir seus recursos sem a necessária interveniência do Prefeito. Mas, não só os recursos são da Prefeitura, como quem nomeia seus dirigentes é o prefeito, bem como, qualquer advogado de mediano conhecimento, sabe que se delega tarefas, mas, não a responsabilidade. Pateticamente o prefeito declarou que foram constatadas diversas irregularidades entre, elas: o término do contrato com empresa Kawau contratada como prestadora de serviço na manutenção da iluminação pública de Porto Velho; emissão de cheques sem fundos da EMDUR para pagamento de fornecedores que até foram parar nas mãos de terceiros, entre outros.

Questionado “por não saber de nada” sobre a “farra” praticada com recursos dos cofres do município, Sobrinho se viu acuado e pediu auxílio ao Procurador Municipal que voltou a tergiversar dizendo que “Logo que tomamos conhecimento dos fatos através da imprensa, adotamos as medidas necessárias para garantir que os culpados sejam responsabilizados pelos atos cometidos”. O prefeito, acossado pelas perguntas dos jornalistas, não soube como justificar a falta de vigilância da municipalidade na fiscalização dos recursos do contribuinte e embaraçado simplesmente desconversou. E, depois, se colocou, para finalizar a entrevista na condição de denunciante: “Assim que tomei conhecimento, reuni toda a documentação e fiz uma denúncia formal junto ao Ministério Público, ontem (30). Não vou admitir crime de peculato durante a minha gestão”, disse.

É só uma amostra grátis: a “lambança” é muito maior

A equipe do AM procurou o presidente da Assembleia, deputado Hermínio Coelho, o principal crítico da administração Sobrinho e que vem denunciando de muito tempo o descalabro da administração municipal. Hermínio, que estava em Ji-Paraná, nos atendeu por telefone afirmando que tomou conhecimento da ação da GAECO na Emdur, mas, disse que isto é “Apenas a ponta do iceberg”, segundo ele, “A situação da Prefeitura de Porto Velho é, em termos médicos, o que se denomina de metástase, ou seja, o câncer já se alastrou por todo o corpo”. Explicou que as palavras não eram dele e sim de um médico amigo, que o termo que ele usa mesmo é o que a imprensa usou “lambança”, porém, que a “lambança na Emdur” é uma lambançinha em relação aos outros setores da administração tanto que a “A coisa está ficando tão feia que bandido está dedurando bandido”.

Espantoso, para o deputado Hermínio Coelho, é o prefeito afirmar “que não sabe de nada” e completou que vem denunciando os desmandos a mais de dois anos inclusive foi o que motivou seu afastamento do prefeito e do PT. “Roberto Sobrinho”, disse, “Daqui a pouco é capaz de dizer que não sabe quem é Kleber ou Mário Sérgio, que nunca ouviu falar de Marquise ou que nunca houve monopólio de transporte coletivo”. E disse que “Na medida em que está administração for investigada aparecerão descalabros em todos os setores. È uma lambança geral que toda a população de Porto Velho paga. Nunca antes neste país uma administração teve tanto dinheiro para fazer tão pouco”. Para Hermínio é questão de tempo “Com as investigações prosseguindo, o que tenho certeza será feito pelo Ministério Público, nós teremos um retrato real da podridão da administração Sobrinho que enfeita a sujeira com uma propaganda que vende Porto Velho como se fosse Curitiba”.

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