A cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, é administrada por um juiz há duas semanas. Após o atual prefeito Amazonino Mendes (PDT) desistir de concorrer à reeleição e se licenciar para tratamento de saúde, o titular da 1ª Vara da Dívida Ativa Estadual, Airton Gentil, 52, assumiu o Executivo no último dia 15. Diabético, fumante e hipertenso, Mendes, 72, foi internado no hospital Sírio-Libanês (SP) no último dia 19. Um exame de rotina atestou complicações no coração. O cargo acabou nas mãos do magistrado porque o vice-prefeito Carlos Souza (PSD) renunciou ao cargo para concorrer à Câmara Federal em 2010, quando foi eleito. O presidente do Legislativo da cidade, Isaac Tayah (PSD), por sua vez, está impedido de assumir a prefeitura  por disputar as eleições de outubro. Situação que se repete entre os nove vereadores que integram a Mesa Diretora da Câmara. A indicação, nesse caso, ficou com o Judiciário, que escolheu o juiz Airton Gentil por ser o quinto magistrado mais antigo, com 23 anos de serviços prestados. Outros quatro juízes foram impedidos porque estão à frente de cargos públicos. Segundo a Folha de S. Paulo, esta não é a primeira vez que Gentil assume o cargo de prefeito no estado. Na década de 90, ele administrou a cidade de Humaitá por dois dias. A licença médica de Amazonino Mendes vai até o dia 11 de setembro, mas a gestão do juiz pode ter curta duração. Nesta segunda (27), a Câmara local aprovou uma emenda à Lei Orgânica da cidade que indica como terceiro sucessor ao cargo de prefeito o procurador-geral do município. Caso semelhante aconteceu na capital baiana em junho, quando o prefeito João Henrique (PP) viajou à Espanha  e o cargo acabou, por eliminação, nas mãos da procuradora-geral Angélica Guimarães. No caso soteropolitano, o vice Edvaldo Brito (PTB), o presidente da Câmara Pedro Godinho (PMDB), ou do vereador mais velho, Everaldo Bispo, que tinham pretensões eleitorais na época.