Política : RONDÔNIA
Enviado por alexandre em 25/06/2012 17:32:18



Parlamentares e lideranças de Rondônia discutem política do Liete

A subcomissão do leite da Câmara Federal reuniu, em Rondônia, nesta última sexta-feira (22), parlamentares federais, estaduais, prefeitos, produtores rurais, técnicos, representantes dos laticínios e lideranças para dar início à discussão de uma política para o mercado do leite no Estado. O encontro foi sediado pela EMATER, no Centro de Treinamento em Ouro Preto do Oeste, onde cerca de 400 pessoas estiveram presentes. Após as explanações foi eleita a comissão de delegados que representarão o Estado na Conferência Nacional sobre o Leite, em setembro de 2012.

Criada para acompanhar e avaliar de forma permanente o mercado do leite no país e propor medidas de incentivo ao setor à subcomissão do leite da Câmara Federal enviou três de seus membros à Rondônia, para completar mais uma etapa das discussões regionais das políticas voltadas à cadeia produtiva do leite. A atividade no estado foi coordenada pelo deputado Carlos Magno, de Rondônia, membro titular da subcomissão do leite, que abriu os trabalhos para que os deputados Domingos Sávio, de Minas Gerais e Alceu Moreira, do Rio Grande do Sul, dessem início às discussões.

O deputado federal Domingos Sávio, presidente da subcomissão do leite e autor da proposta de criação da comissão discorreu sobre a importância dessa subcomissão para a cadeia produtiva do leite. Sávio ressaltou ainda que Rondônia vem despontando como um dos grandes produtores de leite do país e que seu potencial a avaliza para uma grande discussão sobre o tema.

Entre as discussões foram levantadas a questão sobre o preço do litro do leite praticado pelas indústrias do setor. Segundo o deputado, há muito tempo que os produtores de leite sofrem com as constantes quedas de preço do produto e com a concorrência gerada pela importação de leite subsidiado. Ele conta ainda que recentemente foi aprovada uma lei que obriga os laticínios a informarem ao produtor o preço a ser pago pelo litro do produto. Com essa medida o agricultor poderá optar pela indústria que oferecer as melhores condições de preço.

O relator da subcomissão do leite, deputado Alceu Moreira, abordou sobre a crise gerada pela importação de derivados do leite de países como Argentina e Uruguai e faz uma comparação dos entre os produtores brasileiros mediante os incentivos oferecidos aos produtores daqueles países. “Como exigir do nosso produtor que cumpra as determinações da Instrução Normativa do Leite se em algumas propriedades não há energia, não há internet?”, indaga, referindo-se à Instrução Normativa n.º 51, do Ministério da Agricultura, que determina o transporte de leite a granel, em tanques resfriados.

O leite em Rondônia

O deputado estadual Marcelino Tenório, representando a comissão de agricultura da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), alertou que a maior dificuldade para o leite é a de não existir um mercado futuro para o produto e seus derivados. “Hoje produzimos 2,5 milhões de litros de leite por dia, mas precisamos que o leite e seus derivados sejam incluídos numa produção de mercado futuro para dar estabilidade a seus produtores”, diz.

O secretário de Agricultura, Anselmo de Jesus, diz que há outro problema que afeta o estado: a análise do solo. “Nós ainda temos que enviar solo para ser analisado fora do estado”, alega. Ele conta ainda que o governo estadual, através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI) já deu início à construção de um laboratório de análise do leite e que em breve a usina de calcário iniciará as atividades com uma produção de 400 toneladas/ano, e que outra usina, do mesmo porte, também será construída.

Ainda segundo Anselmo, o estado de Rondônia tem demonstrado sua capacidade leiteira através dos torneios leiteiros realizados em vários municípios. “Os torneios leiteiros mostram que os animais duplicaram sua produtividade com as políticas de incentivo implantadas pelo governo. Nossa preocupação é com os agricultores. Precisamos de outras proteções que possam garantir essas políticas”.

Para o senador Acir Gurgacz, presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, o preço do leite é um debate nacional e ele entende que o governo não pode interferir, “mas o agricultor precisa, sim, saber o preço que será pago ao seu produto, antes de vendê-lo”. Para ele essa vinda da subcomissão a Rondônia pode ajudar muito nessa discussão. “Rondônia é o nono produtor de leite do País e cada vez que uma comissão dessas vem ao estado, há um melhoramento na cadeia produtiva regional”.

Cadeia produtiva do leite
As indústrias de laticínios foram representadas pelo presidente da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), Paulo Roberto Bernardes, que abordou a política nacional para a cadeia produtiva do leite. Segundo informações do Departamento de Agricultura norte-americano o Brasil ocupa hoje, o quarto lugar mundial em produção, perdendo apenas para os Estados Unidos, Índia e Rússia. “O Brasil produziu 30,85 milhões de toneladas e importou 148,2 mil toneladas de leite e derivados... e o leite em pó representou 54% do volume de produtos lácteos importados”.

Após as declarações das autoridades e debates dos presentes foi realizada a eleição dos delegados que comporão a comitiva que representará Rondônia na Conferência Nacional sobre o Leite, a ser realizada em setembro deste ano. Foram eleitos titulares e suplentes representando cada classe: dos trabalhadores rurais, Lazaro Dobre (FETAGRO) e José Alencar (FAPERON); das indústrias, André Gonçalves (laticínio) e Pedro Bertelli (SINDLEITE); das cooperativas, Salatiel Rodrigues (OCB) e representante da Cooperativa Agropecuária dos Produtores de Leite de Rolim de Moura (COOAPROLIM); do governo, Julio de Oliveira (SEAGRI) e José de Lima Aragão (SEAGRI); e dos técnicos, José de Arimateia (EMATER) e Paulo Moreira (EMBRAPA/gado de leite)

Também compuseram a mesa do evento, os deputados federais Moreira Mendes e Marcos Rogério, secretário de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Edson Vicente, secretário executivo da EMATER e Elisafan Batista de Sales.

Fonte: EMATER-RO Por: Wania Ressutti

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