Manobras feitas por deputados aliados ao vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil) teriam quebrado de vez a pouca confiança que o governador Marcos Rocha (União Brasil) ainda tinha em seu eventual substituto. A confiança, que já estava rachada, teria se estilhaçado em muitos pedaços devido a manobras de parlamentares para segurar dinheiro do governo, para ser gasto depois.
Esse depois seria quando Marcos Rocha renunciasse ao governo para ser candidato ao Senado, como vinha sendo anunciado. Um pequeno grupo de deputados estaria de olho nesse dinheiro. Seria o mesmo grupo que deitou e rolou quando o chefe da Casa Civil era Júnior Gonçalves, irmão do vice-governador.
A equipe do Entrelinhas andou pelo CPA nesta quinta-feira (8). O que se ouviu é que Marcos Rocha resolveu ficar até o final do mantado para não passar o cargo para Sérgio Gonçalves. E mais: se mesmo assim o vice resolver concorrer ao governo, o candidato de Rocha será outro. É o que dizem.
Deputados aliados de Júnior Gonçalves apresentam sucessivos pedidos de vista em projetos do governo, para impedir que dinheiro seja gasto. São deputados acostumados a mamar nas tetas do poder. A intenção seria fazer caixa para Sérgio Gonçalves. Nos bastidores políticos é dito que, ao tomar conhecimento disso, o governador teria decidido que, se for desse jeito, ele fica até o final do mandato.
Para evitar a manobra de segurar os projetos de lei, o deputado Ribeiro do Sinpol (PRD) conseguiu o apoio dos demais, que não participam da maracutaia, para mudar o Regimento Interno da Assembleia. A sessão era presidida por Alan Queiroz (PSDB), que colocou o projeto em votação. Foi aprovado. Agora pedidos de vista serão discutidos na própria sessão. Antes o deputado levava o projeto e só trazia de volta cinco sessões depois. Chegava a ser um mês. Depois, outro deputado pedia vista. E a população cobrando melhorias.
A coisa azedou ainda mais por conta de um vídeo que o vice-governador gravou dizendo que não irá para o Tribunal de Contas, pois pretende disputar o governo. Isso teria acarretado, de acordo com o que circula, um rompimento definitivo entre Sérgio Gonçalves e Marcos Rocha.
Pelo que foi apurado, Marcos Rocha só renuncia ao cargo para concorrer ao Senado se Sérgio Gonçalves deixar o governo. Por isso se fala em uma vaga no Tribunal de Contas do Estado, para que Sérgio tenha para onde ir. Então, em caso de renúncia de Marcos Rocha, assumiria o governo o presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano (Republicanos). Redano é reconhecidamente de confiança.