Brasil : Yanomamis usam drones para vigiar terras e combater garimpo ilegal
Enviado por alexandre em 23/04/2025 11:00:00

Jovens indígenas foram treinados para operar os drones (Foto: Evilene Paixão/HAY)
Jovens indígenas foram treinados para operar os drones (Foto: Evilene Paixão/HAY)
Do ATUAL

MANAUS – Os yanomamis na fronteira com a Venezuela vão usar drones para vigiar suas terras contra invasões de garimpeiros e combater o desmatamento. Com os drones, os indígenas podem vigiar 10 milhões de hectares.

A proposta sobre uso de drones na vigilância da terra indígena surgiu em 2019 quando a área ocupada pelo garimpo ilegal cresceu 495% e 301% em unidades de conservação, segundo levantamento do MapBiomas.

Em 2022, a HAY (Hutukara Associação Yanomami) buscou parcerias e financiadores europeus para implementar adquirir as aeronaves não tripuladas e capacitar jovens. Em 2023, por meio da Cafod (Agência Católica para o Desenvolvimento Ultramarino), os yanomamis e ye’kwana, um grupo étnico que compartilha o território, tiveram o projeto aprovado.

“O objetivo do curso era capacitar jovens yanomamis, tentar despertar a inovação no pensamento deles para que pudessem atuar como multiplicadores de aprendizagem para outros jovens”, afirma Maurício Ye’kwana, diretor da HAY, em entrevista à plataforma de jornalismo ambiental Mongabay.

Neste momento, a vigilância dos drones está centralizada em locais mais procurados pelos garimpeiros, mas vai se estender para outras áreas indígenas.

Para realizar a capacitação do programa de drones, a HAY pediu ajuda ao CIR (Conselho Indígena de Roraima). De 2022 a 2024, foram realizadas três oficinas presenciais dos módulos iniciante, intermediário e avançado.

O engenheiro agrônomo, do CIR, Giofan Erasmo, ficou entusiasmado com os resultados e considerou a capacitação como “muito bem-sucedida”. “Depois de estudar o módulo avançado, eles ensinaram outras pessoas a usar os drones, para tirar fotos do território indígena”, diz o engenheiro que deu o curso de formação de drones.

“Há três anos, eles não tinham a menor ideia sobre drones ou como usá-los, e agora já atingiram um nível avançado de operação. A partir de agora, eles poderão fazer um trabalho concreto em benefício de suas comunidades”, disse.


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