Painel Político : Painel Político por Alan Alex
Enviado por alexandre em 17/01/2012 23:52:13

Esquemas
Desde que foi deflagrada, a Operação Termópilas da Polícia Federal focou muito em Valter Araújo e no poder legislativo, mas pouco se falou sobre o esquema de corrupção no Detran, e lá, caro leitor, a coisa era pesada. Funcionava como um esquema paralelo, cujo único elo de ligação era Valter Araújo, que ia “por cima” para manter contratos de seu sócio e amigo, Miguel Saud Morheb. A pressão foi tão grande, e com tantos personagens envolvidos que era praticamente impossível para o diretor-geral, o vice-governador Aírton Gurgacz, não aditivar os contratos.
Lobby
Miguel queria prorrogar os contratos que estavam em andamento e vencer as novas licitações. Para isso eles alteraram o edital de forma que eles mesmos chamaram de “Frankstein”, dada a enorme quantidade de remendos feitos para que suas empresas, Maq Service e Contract fossem as vencedoras do certame. Ao mesmo tempo, lobistas e servidores do órgão faziam malabarismos para convencer o “velho”, como chamavam o diretor, a aceitar a oferta de Miguel. Chegaram inclusive a marcar uma reunião entre Valter Araújo e Aírton Gurgacz na Fundação da Assembleia Legislativa. O resultado dessa conversa ainda não foi divulgado, mas sabe-se que Miguel conseguiu receber todos os seus pagamentos.
Acessos
Miguel é bem articulado no Detran. Em 19 de julho de 2010, ele conversa com Josiane Isabel da Rocha e revela que teve acesso a um termo de referência e abertura de processo licitatório no Detran sendo que o mesmo sequer tinha sido publicado para os 52 municípios de Rondônia. E ele fala que fotografou o documento e completa “povinho pilantra aquele povinho do Detran viu amor”. Miguel fica furioso por que tinha conseguido um contrato de 12 meses e o mesmo seria cancelado em função da nova concorrência e ele se compromete a contar “os detalhes sórdidos” mais tarde para Josiane.
Movimentação
A partir daí começa a se movimentar a máquina de influências. Miguel reclama dessa situação com Rafael Santos, que por sua vez comunica a Valter, que estava em São Paulo. Valter avisa que quando retornar “resolve”. Ao mesmo tempo, Miguel determina que o funcionário do Banco do Brasil da Avenida Calama, Felício, saque R$ 16 mil de sua conta e deposite na conta de Marcos Paes, servidor comissionado do Detran. No início da noite do mesmo dia, Rafael comunica a Valter que Miguel conversou com o Coronel Carvalho, diretor adjunto do Detran e que o mesmo teria tranqüilizado Miguel, mas também disse que “o problema era o velho (Aírton Gurgacz).
Dados sigilosos
É Marcos Paes quem consegue descobrir, dentro do Detran, que o veículo que seguia o carro de Rafael quando o mesmo se dirigia a fazenda de Valter Araújo, estava à serviço da Polícia Federal. Essa informação é restrita e para ter acesso, é necessário um alto grau de influência. Ele avisa Rafael que por sua vez avisa Valter.
Continuando
Mesmo assim, dois dias depois, Valter recebe uma mensagem de Rafael informando que “queriam fritar o turco (Miguel)”, no Detran. Valter responde dizendo que “vai resolver”. Nesse momento que aparece no circuito Mário André Calixto, diretor do jornal O Estadão do Norte, que começa a se movimentar dentro do Detran e começa a abrir portas para Miguel. Mário não é servidor do órgão, mas tinha livre acesso e agendava reuniões entre o empresário e diretores. Miguel comenta com Rafael que “tinha um novo amigo”.
Personagem
E é exatamente com a entrada de Mário André no circuito que a situação de Miguel começa a mudar. A Polícia Federal captou uma conversa entre Miguel e Rafael, na qual o empresário revela que Mário André conseguiu marcar uma reunião entre ele, Miguel, e o diretor-adjunto do Detran, coronel Carvalho e que nesse encontro ficou acertado um “realinhamento” no valor dos contratos e a promessa de novos negócios. Miguel também revela que “deve ter sobrado uns R$ 70 mil para Mário André”, mas aí ele corrige, “esses setenta ele já está dividindo com um monte de gente lá dentro”, mas não revela quem são os beneficiados pelo propinoduto.
Concluindo
A Polícia Federal acompanhou de perto toda a movimentação do empresário Miguel Saud, Mário André e Coronel Carvalho. Miguel havia sido preso, mas fez delação premiada e foi colocado em liberdade. Mário André continua preso e deve ser colocado em liberdade nos próximos dias. Mas lá pelas bandas do Detran a coisa continua uma incógnita, quem recebia propina? Quem operava o esquema para Miguel? Qual o resultado da reunião entre o vice-governador e Valter Araújo na Fundação? Essas perguntas ainda estão sem resposta. Por enquanto.
E o imposto?
O pagamento feito a alguns deputados referentes a cobrança irregular do Imposto de Renda não é ilegal. Ministério Público, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas já haviam pago servidores amparados em pareceres favoráveis. A ilegalidade estava na forma como vinha sendo pago por Valter Araújo, ou seja, o advogado Janus Pantoja de Oliveira Azevedo receberia 100 por cento, repassava 50 por cento ao parlamentar, ficava com 10 por cento e entregava quarenta para Valter Araújo, isso de acordo com denúncia do MP.
Na conta
O dinheiro era referente ao desconto indevido feito na folha de pagamento. O cálculo era feito em cima do valor total recebido pelo parlamentar, quando deveria ser feito apenas sobre o salário. E é essa diferença que vinha sendo paga. E a Assembleia é a responsável pela devolução por que esse dinheiro nunca saiu dos cofres do Legislativo. A Casa enviava a informação à Receita, que por sua vez contabilizava, mas no encontro de contas o dinheiro permanecia no orçamento da Assembleia. Traduzindo, a Receita recebia apenas a informação, mas os descontos eram feitos, foi baseado nesse parecer que foram pagos aos demais órgãos.
Reajustes
Se os contratos com empresas que prestavam serviço ao governo anterior já deram esse monte de problemas, os novos prometem muito mais. O governo contratou emergencialmente empresas para prestarem serviços de limpeza em hospitais a um custo de 98,07 % acima do permitido pela legislação. Voltaremos ao assunto com mais detalhes nas próximas colunas.
Inércia
Claudio Carvalho não conseguiu melhorar uma placa sequer no complicado trânsito de Porto Velho. Ao invés de aproveitar o período de fim de ano, quando a cidade está mais vazia para sinalizar e implementar melhorias, prefere soltar nas ruas dezenas de abelhas que ficam nos semáforos multando quem passa sem cinto de segurança ou falando ao celular. Enquanto isso caminhões continuam parando em plena Dom Pedro II para descarregar mercadorias em lojas em horário comercial como se estivessem em um pátio particular. Se como secretário municipal o petista já é devagar, imagine querendo ser prefeito. Vai ser um clone do Roberto Sobrinho.
Pior
É constatar que a situação só tende a piorar com o início do ano letivo. Ao mesmo tempo, as obras dos viadutos continuam paradas. Engraçado seria, não fosse trágico, que só não se faz obras em período chuvoso em Porto Velho. No restante do mundo se constrói até embaixo d´água, por aqui tem que esperar o verão.
Magnésio evita AVC
Comer alimentos ricos em magnésio, como vegetais de folhas verdes, nozes, cereais integrais e feijão reduz o risco de acidente vascular encefálico, segundo estudo internacional realizado com 250 mil pessoas. Esta pesquisa, publicada na revista científica American Journal of Clinical Nutrition, liderada por Susanna Larsson, do Instituto Karolinska, na Suécia, diz respeito ao nutriente encontrado em alimentos; não em suplementos. A equipe de Susanna analisou bancos de dados de pesquisas abrangendo os últimos 45 anos para encontrar os estudos que seguiram o quanto as pessoas consumiram de magnésio e qual a incidência de derrame nesse período. Em sete estudos publicados nos últimos 14 anos, milhares de indivíduos nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia foram acompanhados por 11,5 anos. Cerca de 6.500 deles (3%) tiveram um acidente vascular cerebral. De acordo com a investigação, a cada 100 miligramas de magnésio que uma pessoa comia por dia, o risco de um acidente vascular cerebral isquêmico, o tipo mais comum, geralmente causado por um coágulo de sangue, caiu 9%.
Fale conosco
Para entrar em contato com a coluna você pode enviar um email para alan.alex@gmail.com – nos encontrar no Facebook.com/painel.politico, no Twitter @painelpolitico e ainda pelo endereço www.painelpolitico.com. Também pelos telefones (69) 9248-8911 e (69) 3219-3474.

Esquemas
Desde que foi deflagrada, a Operação Termópilas da Polícia Federal focou muito em Valter Araújo e no poder legislativo, mas pouco se falou sobre o esquema de corrupção no Detran, e lá, caro leitor, a coisa era pesada. Funcionava como um esquema paralelo, cujo único elo de ligação era Valter Araújo, que ia “por cima” para manter contratos de seu sócio e amigo, Miguel Saud Morheb. A pressão foi tão grande, e com tantos personagens envolvidos que era praticamente impossível para o diretor-geral, o vice-governador Aírton Gurgacz, não aditivar os contratos.
Lobby
Miguel queria prorrogar os contratos que estavam em andamento e vencer as novas licitações. Para isso eles alteraram o edital de forma que eles mesmos chamaram de “Frankstein”, dada a enorme quantidade de remendos feitos para que suas empresas, Maq Service e Contract fossem as vencedoras do certame. Ao mesmo tempo, lobistas e servidores do órgão faziam malabarismos para convencer o “velho”, como chamavam o diretor, a aceitar a oferta de Miguel. Chegaram inclusive a marcar uma reunião entre Valter Araújo e Aírton Gurgacz na Fundação da Assembleia Legislativa. O resultado dessa conversa ainda não foi divulgado, mas sabe-se que Miguel conseguiu receber todos os seus pagamentos.
Acessos
Miguel é bem articulado no Detran. Em 19 de julho de 2010, ele conversa com Josiane Isabel da Rocha e revela que teve acesso a um termo de referência e abertura de processo licitatório no Detran sendo que o mesmo sequer tinha sido publicado para os 52 municípios de Rondônia. E ele fala que fotografou o documento e completa “povinho pilantra aquele povinho do Detran viu amor”. Miguel fica furioso por que tinha conseguido um contrato de 12 meses e o mesmo seria cancelado em função da nova concorrência e ele se compromete a contar “os detalhes sórdidos” mais tarde para Josiane.
Movimentação
A partir daí começa a se movimentar a máquina de influências. Miguel reclama dessa situação com Rafael Santos, que por sua vez comunica a Valter, que estava em São Paulo. Valter avisa que quando retornar “resolve”. Ao mesmo tempo, Miguel determina que o funcionário do Banco do Brasil da Avenida Calama, Felício, saque R$ 16 mil de sua conta e deposite na conta de Marcos Paes, servidor comissionado do Detran. No início da noite do mesmo dia, Rafael comunica a Valter que Miguel conversou com o Coronel Carvalho, diretor adjunto do Detran e que o mesmo teria tranqüilizado Miguel, mas também disse que “o problema era o velho (Aírton Gurgacz).
Dados sigilosos
É Marcos Paes quem consegue descobrir, dentro do Detran, que o veículo que seguia o carro de Rafael quando o mesmo se dirigia a fazenda de Valter Araújo, estava à serviço da Polícia Federal. Essa informação é restrita e para ter acesso, é necessário um alto grau de influência. Ele avisa Rafael que por sua vez avisa Valter.
Continuando
Mesmo assim, dois dias depois, Valter recebe uma mensagem de Rafael informando que “queriam fritar o turco (Miguel)”, no Detran. Valter responde dizendo que “vai resolver”. Nesse momento que aparece no circuito Mário André Calixto, diretor do jornal O Estadão do Norte, que começa a se movimentar dentro do Detran e começa a abrir portas para Miguel. Mário não é servidor do órgão, mas tinha livre acesso e agendava reuniões entre o empresário e diretores. Miguel comenta com Rafael que “tinha um novo amigo”.
Personagem
E é exatamente com a entrada de Mário André no circuito que a situação de Miguel começa a mudar. A Polícia Federal captou uma conversa entre Miguel e Rafael, na qual o empresário revela que Mário André conseguiu marcar uma reunião entre ele, Miguel, e o diretor-adjunto do Detran, coronel Carvalho e que nesse encontro ficou acertado um “realinhamento” no valor dos contratos e a promessa de novos negócios. Miguel também revela que “deve ter sobrado uns R$ 70 mil para Mário André”, mas aí ele corrige, “esses setenta ele já está dividindo com um monte de gente lá dentro”, mas não revela quem são os beneficiados pelo propinoduto.
Concluindo
A Polícia Federal acompanhou de perto toda a movimentação do empresário Miguel Saud, Mário André e Coronel Carvalho. Miguel havia sido preso, mas fez delação premiada e foi colocado em liberdade. Mário André continua preso e deve ser colocado em liberdade nos próximos dias. Mas lá pelas bandas do Detran a coisa continua uma incógnita, quem recebia propina? Quem operava o esquema para Miguel? Qual o resultado da reunião entre o vice-governador e Valter Araújo na Fundação? Essas perguntas ainda estão sem resposta. Por enquanto.
E o imposto?
O pagamento feito a alguns deputados referentes a cobrança irregular do Imposto de Renda não é ilegal. Ministério Público, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas já haviam pago servidores amparados em pareceres favoráveis. A ilegalidade estava na forma como vinha sendo pago por Valter Araújo, ou seja, o advogado Janus Pantoja de Oliveira Azevedo receberia 100 por cento, repassava 50 por cento ao parlamentar, ficava com 10 por cento e entregava quarenta para Valter Araújo, isso de acordo com denúncia do MP.
Na conta
O dinheiro era referente ao desconto indevido feito na folha de pagamento. O cálculo era feito em cima do valor total recebido pelo parlamentar, quando deveria ser feito apenas sobre o salário. E é essa diferença que vinha sendo paga. E a Assembleia é a responsável pela devolução por que esse dinheiro nunca saiu dos cofres do Legislativo. A Casa enviava a informação à Receita, que por sua vez contabilizava, mas no encontro de contas o dinheiro permanecia no orçamento da Assembleia. Traduzindo, a Receita recebia apenas a informação, mas os descontos eram feitos, foi baseado nesse parecer que foram pagos aos demais órgãos.
Reajustes
Se os contratos com empresas que prestavam serviço ao governo anterior já deram esse monte de problemas, os novos prometem muito mais. O governo contratou emergencialmente empresas para prestarem serviços de limpeza em hospitais a um custo de 98,07 % acima do permitido pela legislação. Voltaremos ao assunto com mais detalhes nas próximas colunas.
Inércia
Claudio Carvalho não conseguiu melhorar uma placa sequer no complicado trânsito de Porto Velho. Ao invés de aproveitar o período de fim de ano, quando a cidade está mais vazia para sinalizar e implementar melhorias, prefere soltar nas ruas dezenas de abelhas que ficam nos semáforos multando quem passa sem cinto de segurança ou falando ao celular. Enquanto isso caminhões continuam parando em plena Dom Pedro II para descarregar mercadorias em lojas em horário comercial como se estivessem em um pátio particular. Se como secretário municipal o petista já é devagar, imagine querendo ser prefeito. Vai ser um clone do Roberto Sobrinho.
Pior
É constatar que a situação só tende a piorar com o início do ano letivo. Ao mesmo tempo, as obras dos viadutos continuam paradas. Engraçado seria, não fosse trágico, que só não se faz obras em período chuvoso em Porto Velho. No restante do mundo se constrói até embaixo d´água, por aqui tem que esperar o verão.
Magnésio evita AVC
Comer alimentos ricos em magnésio, como vegetais de folhas verdes, nozes, cereais integrais e feijão reduz o risco de acidente vascular encefálico, segundo estudo internacional realizado com 250 mil pessoas. Esta pesquisa, publicada na revista científica American Journal of Clinical Nutrition, liderada por Susanna Larsson, do Instituto Karolinska, na Suécia, diz respeito ao nutriente encontrado em alimentos; não em suplementos. A equipe de Susanna analisou bancos de dados de pesquisas abrangendo os últimos 45 anos para encontrar os estudos que seguiram o quanto as pessoas consumiram de magnésio e qual a incidência de derrame nesse período. Em sete estudos publicados nos últimos 14 anos, milhares de indivíduos nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia foram acompanhados por 11,5 anos. Cerca de 6.500 deles (3%) tiveram um acidente vascular cerebral. De acordo com a investigação, a cada 100 miligramas de magnésio que uma pessoa comia por dia, o risco de um acidente vascular cerebral isquêmico, o tipo mais comum, geralmente causado por um coágulo de sangue, caiu 9%.
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