Poucas pessoas podem se gabar das viradas do destino em 2012 quanto Antônio Henrique Kock Ferreguetti, o Tony Camarão, que por conta da prisão de seis vereadores (um segue foragido) na cidade de Mucuri (no extremo-sul baiano), em dezembro do ano passado, ganhou de presente uma vaga na Câmara Municipal. Isso porque, em 2008, ele decidiu se candidatar a uma vaga no Legislativo local. Durante a corrida, Tony desistiu da ideia de ingressar na vida pública, e, mesmo assim, acabou por receber dois votos. Por conta dos critérios apontados pelo Tribunal Regional Eleitorial (TRE), com base no número de votos e na regra de fidelidade partidária, ele foi selecionado como um dos sete novos edis empossados no último sábado (7). “A gente fica alegre, né? Fica ao mesmo tempo triste pela situação de como a gente está assumindo. Mas, o momento, infelizmente ou felizmente, é de alegria para a gente. Me pegou de surpresa realmente e estamos aqui. Vambora agora trabalhar em prol desse povo sofrido aí. E vamos correr atrás para pelo menos multiplicar esses dois [votos] por 2 mil!”, disse ,em entrevista (veja o vídeo acima) ao blog local Teixeira News. Em sua primeira aparição como representante do povo mucuriense, Tony Camarão também informou que já localizou os dois desavisados que lhe garantiram o mandato de um ano, mas negou que irá realizar um churrasco – sugestão do repórter – para seus eleitores. “Fica caro”, justificou. Para a cidade que teve quase toda a sua Câmara presa na Operação Caribe, do Ministério Público, que apurou o caso de corrupção ativa e passiva de edis que receberam propina para liberar a criação de um loteamento no distrito de Tabatã, os indícios de avareza e economia de gastos deve ser um bom sinal.