Política : Estadão: Retorno de Lula causou “revisionismo sem vergonha”
Enviado por alexandre em 26/03/2024 00:22:11

Jornal criticou os esforços para desmoralizar a luta contra a corrupção


Lula Foto: Ricardo Stuckert / PR

“Revisionismo sem vergonha”. É dessa forma que o jornal O Estado de S.Paulo enxerga as investidas de políticos, juízes e empresários alvos da Lava Jato para “desmoralizar a luta contra a roubalheira”. Em editorial publicado nesta segunda-feira (25), o veículo de imprensa avaliou que o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência “deu ânimo” aos interessados em “distorcer os fatos” e limpar seus nomes.

– A volta de Lula da Silva à Presidência certamente deu ânimo adicional aos petistas para distorcer os fatos. Afinal, o chefão petista, aquele que alhures disse que “o mensalão nunca existiu”, vive a alardear que a Lava Jato não passou de uma “conspiração” dos EUA para, por meio do então juiz federal Sergio Moro, tido por Lula como “capanga” dos norte-americanos, “destruir a indústria de óleo e gás deste país”. Nada menos – apontou o jornal.

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O Estadão considera que o programa Especial 10 Anos da Lava Jato transmitido pela TV Brasil é um “documento histórico”; não por retratar a maior ação de combate à corrupção no Brasil com imparcialidade, mas por mostrar a ansiedade do PT “por reescrever a história do período em que as entranhas corruptas do lulopetismo ficaram expostas para todo o país”.

– Com uma hora e meia de duração, o tal programa da TV Brasil dedicou somente 1 minuto e 53 segundos à corrupção na Petrobras, e apenas para tratá-la como “pontual”, segundo um sindicalista entrevistado. O resto do tempo foi usado para desancar a Lava Jato. (…) Esse é o padrão do PT. Nem Lula, nem os petistas jamais admitiram a corrupção desvendada pela Lava Jato, malgrado as provas irrefutáveis dos desvios de recursos públicos por meio de contratos fraudulentos entre as maiores empreiteiras do país e a Petrobras. Convenientemente, os erros e abusos cometidos pela força-tarefa da Lava Jato foram usados pelos detratores da operação para desqualificá-la como um todo, como se crimes confessos jamais tivessem sido praticados – acrescentou o periódico.

Para o editorial, o discurso revisionista “contaminou até a atuação do Supremo” Tribunal Federal (STF), que “outrora chancelou não uma, mas quase todas as ações da Lava Jato que ora pretende desmoralizar, como se os erros cometidos por alguns membros da força-tarefa tivessem o condão de contaminar a operação em todas as suas dimensões, sobretudo sua dimensão fática”.

O texto faz questão de lembrar ainda que milhões de reais desviados foram devolvidos ao Tesouro e à Petrobras, e que é “preciso recolocar as coisas nos seus devidos lugares”.

– Quem quiser acreditar na fábula lulopetista de que o PT e seu chefão foram perseguidos por um poderoso consórcio golpista que envolveu até o FBI, que acredite, pois questões de fé não se discutem. Já quem preza a verdade factual, sem a qual não há democracia, certamente espera que a Lava Jato encontre seu melhor lugar na história – conclui o jornal.


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