Política : Quem é Correa Neto, coronel dos “Kids Pretos” suspeito de incitar militares a aderirem ao golpe
Enviado por alexandre em 12/02/2024 09:38:09


Coronel Bernardo Romão Correa Neto. Foto: Reprodução

O coronel de cavalaria do Exército, Bernardo Romão Corrêa Netto, recentemente detido por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é apontado pela Polícia Federal (PF) como parte de um núcleo responsável por incentivar militares a aderirem a um golpe de Estado.

Segundo a PF, esse grupo selecionava alvos para intensificar ataques pessoais contra militares em posições de comando que resistiam às investidas golpistas.

Além de Corrêa Netto, a decisão de Moraes aponta o general Walter Braga Netto, o blogueiro e empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, o major reformado Ailton Barros, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, como membros desse núcleo. O grupo seria responsável por pressionar militares a aderirem ao golpe.

“Kids Pretos”

As investigações indicam que Corrêa Netto, então assistente do Comando Militar do Sul, teve participação ativa na organização de uma reunião em Brasília, em 28 de novembro de 2022, com militares formados no curso de Forças Especiais, os chamados “kids pretos”.

Esse grupo, integrante do Comando de Operações Especiais do Exército, seria encarregado de ações como prender o ministro Alexandre de Moraes, segundo a PF.

Após a reunião, o blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho divulgou nomes de comandantes regionais do Exército que estariam indecisos em aderir ao plano golpista. A PF também sugere que Corrêa Netto era “homem de confiança” de Mauro Cid, executando tarefas fora do Palácio do Alvorada.

Coronel que estava nos EUA é preso ao desembarcar em Brasília
Coronel Bernardo Romão Correa Neto. Foto: Reprodução

Ainda segundo a PF, o militar teve atuação em “medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral”; “incitação para a adoção de medidas radicais” e “realização de reuniões para elaboração do golpe de Estado”.

Moraes justificou a prisão, alegando que a influência de Corrêa Netto sobre outros militares e civis investigados poderia resultar na supressão de provas, segundo informações do UOL.

Transferência para os Estados Unidos

O coronel foi transferido para Washington, nos Estados Unidos, em dezembro de 2022, com previsão de retorno em junho de 2025. Inicialmente, atuou como estagiário do Colégio Interamericano de Defesa, frequentando um curso de mestrado em Defesa e Segurança Interamericana.

Após o curso, tornou-se assessor do colégio, entidade educacional da Junta Interamericana de Defesa. Sua remuneração, custeada pelo governo brasileiro, era de US$ 7.976,80 brutos, conforme dados do Portal da Transparência do ano passado, além de verbas indenizatórias.

Apesar de ter passado por audiência de custódia e ter sua prisão mantida, Corrêa Netto permanece sob custódia do Exército no Batalhão da Guarda Presidencial.

Além dele, outras três pessoas foram detidas por ordem do ministro Moraes: Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército; e Rafael Martins, major do Exército.

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