Cerca de 600 cidadãos norte-coreanos desapareceram após serem repatriados da China para seu país de origem. A organização não governamental pelos direitos humanos Transitional Justice Working Group (TJWG), sediada na Coreia do Sul, divulgou a informação nesta quinta-feira, e chamou o episódio como a maior repatriação em massa nos últimos anos.
Desde que foram deportados para a Coreia do Norte, em 9 outubro, não houve comunicação com essas pessoas, cujas identidades permanecem desconhecidas. Estimativas sugerem que mais de 70% são mulheres.
Durante evento realizado, nesta quinta-feira, o TJWG alertou para o risco enfrentado por esses norte-coreanos repatriados, considerados criminosos e traidores pelo regime de seu país.
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Ainda segundo a organização, é previsto que essas pessoas possam enfrentar prisão, abusos, tortura, violência sexual e de gênero, campos de concentração, abortos forçados e execuções.
Segundo o TJWG, os 'desertores' - como são chamadas as pessoas que escapam da Coreia do Norte - foram transportados em veículos vigiados dos centros de detenção chineses até o país de origem.
"A comunidade internacional deve denunciar e envergonhar a repatriação forçada realizada pela China em 9 de outubro e instar o respeito pelo princípio de não devolução, adotando declarações conjuntas de governos ou resoluções parlamentares", afirmou Shin Hee-seok, analista jurídico do TJWG.
O grupo busca a condenação dessa deportação em massa por parte do governo chinês. Eles compreendem o ocorrido como uma violação das normas internacionais. Uma possível condenação da comunidade internacional poderia fazer com que Pequim reconsiderasse essa política.
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Até o momento, segundo a NBC e a Reuters, nem os governos chinês, nem norte-coreano reconheceram diretamente a deportação em massa. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou na época que não havia "desertores" em seu território, insistindo que a questão era tratada de acordo com o direito interno e internacional.
Fonte:O Globo