O Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) realizou uma conferência para abordar a situação da comunidade LGBTQIA+ nos presídios do Brasil. O evento foi organizado em parceria com a Associação+Liberdade, liderada por Sandro Augusto Lohmann, que foi condenado a 14 anos de prisão em 2017 por transportar 130 quilos de maconha em Cuiabá. A entidade, fundada em 2020, foi convidada pelo tribunal para coordenar as discussões.

A conferência contou com a participação da primeira-dama do Mato Grosso, Virginia Mendes, que compartilhou registros do evento em suas redes sociais. Ela destacou o propósito do encontro, que visava promover uma execução de pena mais humanizada, digna, eficaz e sustentável.

Sandro Lohmann, o organizador do evento, foi preso em 15 de agosto de 2016, junto com outras seis pessoas, ao ser flagrado com 202 tabletes de maconha dentro de um carro e em uma residência no bairro de Nova Conquista, em Cuiabá.

Conhecido por organizar o “Concurso de Miss” na cidade de Primavera do Leste, o promoter tentou reverter sua condenação, alegando ser portador de uma doença incurável. Em junho de 2023, Lohmann havia sido palestrante em outro evento promovido pelo tribunal, que contou com a presença do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O TJ-MT negou ter contratado diretamente a associação de Sandro, informando que apenas apoiou o evento. Em comunicado, Lohmann esclareceu que não recebeu remuneração pelo seminário, destacando que seu envolvimento na causa é voluntário.

Ele explicou que cumpriu três anos em regime fechado, progrediu para o regime semiaberto em 2019, quando passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. O promoter admitiu a culpa pelo crime cometido, destacando que pagou e continua a pagar a pena de acordo com a lei.