O advogado Claúdio Dalledone renunciou nesta terça-feira (6) à defesa do goleiro Bruno Fernandes, que vai a júri popular pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo Dalledone, a decisão foi tomada por questões éticas. "Se a defesa técnica e a autodefesa não concordam, recomenda-se a boa ética que o advogado renuncie", disse ao G1 sobre a relação dele com o réu. Ele afirma que não poderia concordar com o "argumento infantil", sustentado pelo que chamou de "defesa em bloco" dos demais defensores, de que quando não há corpo, não há crime.
Além de Bruno, outros sete acusados vão a júri popular no processo sobre a morte da ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Segundo a Justiça, ainda não há data prevista para o julgamento.
Dalledone esteve à frente da defesa do goleiro desde o dia 22 de novembro de 2010. "A minha linha de defesa foi a negativa da autoria. Os autos não conseguem estabelecer a ligação do Bruno, não tem algo que indique que ele prestou auxílio para essa menina (Eliza) ser assassinada. Não há prova da participação dele", disse.
A renúncia foi protocolada na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na tarde desta terça-feira (6), segundo Dalledone. O G1 entrou em contato com o tribunal. Segundo a assessoria do TJMG, o documento ainda não foi registrado oficialmente no cartório da câmara criminal e lançado no sistema de consultas.
Bruno Fernandes está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ele manisfestou a vontade de trabalhar na prisão e, atualmente, recebe salário para ajudar na limpeza.
|