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Coluna Você Sabia? : Afinal, qual a diferença de tempo e clima?
Enviado por alexandre em 07/04/2024 12:47:21

"Vi na previsão que o clima vai esquentar!" ou "o clima tá ficando feio!" são frases que certamente já ouvimos no dia a dia. Mas fato é que, conceitualmente falando, elas não estão corretas.

 

Por mais que não seja interessante sair corrigindo todo mundo por aí, é importante conhecer a diferença entre tempo e clima — principalmente para os estudantes que precisam de um reforço antes da prova de geografia ou para os vestibulandos de plantão. Já adiantamos que são dois conceitos bem simples e bem fáceis de serem assimilados.

 

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CONCEITO DE TEMPO E CLIMA

 

Após entender a diferença de tempo e clima, é um pulo para entender o que significa uma mudança climática. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

 

Quando falamos de tempo, nos referimos ao momento em que as condições da troposfera, camada mais baixa da atmosfera, apresentam-se no momento atual. Ou seja, elas mudam continuamente, e o tempo pode se apresentar quente, frio, úmido ou seco.

 

Mas quando falamos de clima, é diferente. O clima nada mais é do que a sucessão dos diferentes tipos de tempo. Ou seja, ele é determinado conforme diferentes elementos atuam sobre uma determinada região em um longo período. São eles: temperatura, pressão atmosférica, vento, massas de ar, umidade e chuva.

 

É com base no clima, portanto, que fazemos observações sobre um período mais longo, como, por exemplo: "em São Paulo, caem chuvas muito volumosas durante o verão".

 

Há outros fatores climáticos, entretanto, que ainda influenciam, como a latitude, a altitude, o relevo, a continentalidade e maritimidade, a vegetação, as correntes marítimas e até mesmo os fenômenos climáticos.

 

CLIMAS DO BRASIL

 

O relevo também atua sobre o clima. No litoral onde predominam os mares de morros, por exemplo, as nuvens que não conseguem avançar desencadeiam a chuva orográfica. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

 

Como exemplo, em porções mais altas, as temperaturas tendem a ser mais baixas. O mesmo vale para locais de latitude mais elevada, próximos das regiões polares do planeta, que são mais frios. Em relação à continentalidade, quanto mais distante do mar, maior tende a ser a amplitude térmica do local.

 

E o relevo, por sua vez, quando falamos de áreas elevadas, podem dificultar a atuação das massas de ar. Ao se aprofundar nos estudos destas variáveis, portanto, é possível ter uma melhor visão de como atuam os diferentes climas no Brasil e no mundo.

 

No Brasil, há três climas que atuam, segundo o IBGE: equatorial, na imagem vemos ele mais ao norte; clima tropical, que predomina numa maior área, passando pelo nordeste, porção central e sudeste do país; e clima subtropical (também chamado de temperado), atuando ao sul do território.

 

Há classificações que incluem o clima semiárido, restrito à parte do sertão nordestino, e o clima tropical de altitude, que atua em áreas do centro e sul de Minas Gerais, e parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

 

O QUE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS REALMENTE SIGNIFICAM?

 

Climas brasileiros, segundo o IBGE. (Fonte: IBGE/Reprodução)

Fotos:Reprodução

 

Ou seja, por mais que eventuais anomalias apareçam, como a ocorrência de um dia quente durante o inverno, elas não são o suficiente para dizer que o clima de um determinado lugar mudou. Para tanto, é necessário que mudanças no padrão sejam detectadas, como as que dizem respeito às médias de temperatura e pluviosidade de muitas décadas anteriores, em diferentes estações.

 

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Mas considerando a intensificação do aquecimento global, provocado pela ação do homem, é natural que essa preocupação ganhe um maior espaço, afinal, temos acompanhado anomalias nas médias de temperatura em diversos pontos do globo. Muitas vezes, elas são somadas a eventos catastróficos que colocam em risco a vida de um grande contingente populacional. 

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Coluna Você Sabia? : Água com limão: o que acontece com o corpo se você toma diariamente
Enviado por alexandre em 04/04/2024 12:23:25

O consumo diário da água com limão oferece diversos benefícios ao organismo, uma vez que a fruta é rica em nutrientes

Beber um copo de água com limão todos os dias, logo pela manhã, é um dos rituais de bem-estar mais simples e populares. O hábito oferece muitos benefícios à saúde.

 

O limão é uma fruta rica em antioxidantes e anti-inflamatórios, com propriedades que melhoram a hidratação do organismo e fortalecem o sistema imunológico, por exemplo. A receita é simples, basta misturar um copo de 200 mL de água com metade de um limão espremido, sem adoçar.

 

A nutricionista acrescenta que, para obter todos os benefícios proporcionados pela água com limão, o ideal é que o consumo do líquido seja diário.A grande concentração de vitamina C do suco do limão é excelente para o sistema de defesa do organismo.

  

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A fruta também é fonte de vitamina B, cálcio, ferro, magnésio e potássio. Esses nutrientes são importantes para o bom funcionamento do organismo. O limão tem função ansiolítica, ou seja, combate a ansiedade e deixa o indivíduo menos nervoso. Quem toma água com limão diariamente vai notar em pouco tempo uma melhora no humor.

 

Ao aderir ao hábito, o indivíduo tende a melhorar o nível de hidratação do corpo. Como consequência, pode ocorrer uma redução na frequência de dores de cabeça e uma melhora no trânsito intestinal.

 

Uma das causas para a formação de pedras nos rins é a falta de citrato na urina. A substância pode ser encontrada em frutas cítricas, como o limão. Além disso, a ingestão de água adequada dificulta a formação de pedras nos rins.

 

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Segundo Beatriz, beber água com limão em jejum também melhora a digestão. A bebida estimula os receptores das células S, localizadas no intestino delgado, que estimulam o funcionamento do pâncreas. De acordo com a nutricionista Beatriz Fausto, o consumo diário de água com limão não é indicado para pessoas que tenham esofagite ou gastrite. Alguns dentistas recomendam que o consumo da água com limão não seja feito em jejum para evitar que prejudique o esmalte dos dentes.

 

Fonte: Revista IstoÉ

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Coluna Você Sabia? : 6 fatos sobre os dinossauros que você conhece, mas que estão errados!
Enviado por alexandre em 03/04/2024 11:10:22

Desde os primeiros estudos sobre dinossauros, as representações e entendimentos sobre essas criaturas pré-históricas têm evoluído constantemente.

 

Muitas vezes, o que sabemos ou pensamos saber sobre eles é moldado por descobertas recentes e novas interpretações dos dados disponíveis. Aqui, vamos explorar seis fatos sobre dinossauros que você provavelmente considerou verdadeiros, mas que na realidade estão incorretos.

 

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1. T-REX: HOLLYWOOD ACERTOU E ERROU

 

O T-Rex provavelmente tinha lábios que escondiam suas presas. (Fonte: GettyImages/ Reproducão)

 

O Tyrannosaurus rex, um dos dinossauros mais famosos, é frequentemente retratado em filmes com seus dentes enormes prontos para devorar os protagonistas. No entanto, estudos recentes indicam que o t-rex provavelmente tinha lábios que cobriam seus dentes, em vez de expô-los como os crocodilos.

 

Além disso, embora alguns fósseis mostrem evidências de penas, os t-rex maiores e mais recentes não apresentavam essa característica. Nesse quesito, ponto para o cinema.

 

2. VELOCIRAPTORES MINÚSCULOS

 

O Velociraptor é bem menor do que imaginávamos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

 

Contrariamente à imagem popular de velociraptores grandes e ferozes, esses dinossauros eram, na verdade, bem pequenos. E quando falamos pequeno é realmente pequeno, algo do tamanho de um peru.

 

Ao contrário do que foi mostrado em filmes, esses amimais não caçavam em matilhas e suas garras — ao contrário do que o filme Jurassic Park nos fez acreditar — não eram usadas como armas. Em vez disso, esses dinossauros provavelmente tinham um comportamento de caça que se assemelha mais ao de predadores recentes, o que mostra que ele não era esse caçador eficaz e mortal como vimos nas telas.

 

3. MOSASSAURO E SUA CAUDA DE TUBARÃO

 

A cauda do mosassauro, na verdade, assemelha-se à do tubarão, como representado na imagem. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

 

Os mosassauros, répteis marinhos gigantes, costumam ser representados com uma cauda estreita semelhante à de um lagarto, o que faz sentido, já que ele é um réptil aquático. No entanto, fósseis recentes sugerem que esses animais possuíam uma cauda grande semelhante à dos tubarões, o que poderia permitir nados mais rápidos por mais tempo.

 

Essa descoberta desafia a ideia anterior de que os mosassauros tinham uma locomoção semelhante à dos répteis terrestres e nos leva a repensar sua adaptação ao ambiente aquático. Uma coisa é certa: eles eram muito mais perigosos do que imaginávamos.

 

4. REAL APARÊNCIA DO MEGALODONTE

 

O megalodonte era gigantes, porém mais magro e comprido com o tubarão-mako (foto), sugere pesquisa. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

 

Por décadas, o megalodonte tem sido retratado como um gigantesco tubarão-branco, graças a filmes como Megatubarão. Porém, pesquisas mais recentes sugerem que essa representação está equivocada.

 

Embora nenhum esqueleto completo do Megalodonte tenha sido encontrado, estudos baseados em dentes e vértebras fossilizadas indicam que ele era mais parecido com o tubarão-mako (Isurus oxyrinchus) do que com o grande tubarão-branco, sendo, portanto, mais longo e mais fino do que se pensava.

 

5. MAMUTES-LANOSOS: NEM TODOS SÃO MARROM

 

O mamute-lanoso tinha várias cores. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

 

Os mamutes-lanosos, frequentemente retratados com pelagem marrom-avermelhada, foram recentemente descobertos em uma variedade de cores. Com base em estudos de DNA extraído de ossos de mamutes, descobriu-se que esses animais podiam ter pelagem marrom escuro, ruivo claro ou loiro.

 

6. DIPLODOCOS E A ALIMENTAÇÃO RASTEIRA

 

Esqueça dos diplodocos alcançando o alto das árvores para comer. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

Fotos:Reprodução

 

Os diplodocos, conhecidos por seus longos pescoços, são frequentemente retratados mastigando as copas das árvores como girafas. No entanto, estudos recentes sugerem que esses dinossauros mastigavam a maior parte de sua comida perto do solo, alimentando-se de vegetação rasteira.

 

Isso desafia a ideia anterior de que os diplodocos tinham uma dieta exclusivamente arbórea e nos faz reconsiderar sua ecologia e comportamento alimentar.

 

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Esses exemplos destacam a importância da pesquisa contínua e da reavaliação de evidências para a compreensão precisa dos dinossauros e de outras espécies extintas. À medida que novas descobertas são feitas e novas técnicas são desenvolvidas, nossa visão do passado evolui e expande nosso conhecimento sobre o mundo pré-histórico. 

 

Fonte:Mega Curioso

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Coluna Você Sabia? : Rastafári: a religião jamaicana difundida por Bob Marley por todo o mundo
Enviado por alexandre em 02/04/2024 10:37:33

Quando se pensa em Bob Marley, o jamaicano mais conhecido no mundo todo, as pessoas normalmente se lembram de algumas coisas: suas músicas de protesto, sua positividade e, claro, maconha.

 

Mas nem sempre as pessoas recordam que ele era um rastafári, adepto de movimento social e espiritual que se espalhou na Jamaica a partir da década de 1930.

 

O rastafarianismo deve parte de sua difusão pelo mundo às letras de Bob Marley, mas é uma religião complexa e com forte tom político.

 

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O SURGIMENTO DO MOVIMENTO RASTAFÁRI

 

O ativista jamaicano Marcus Garvey, um dos fundadores do Rastafari. (Fonte: GettyImages)

GettyImages O ativista jamaicano Marcus Garvey,um

dos fundadores do Rastafari (Fonte: GettyImages)

 

O rastafarianismo surge na década de 1930 como um movimento religioso multifacetado. Sua origem é creditada ao ativista jamaicano Marcus Garvey, que uniu o conhecimento adquirido em suas viagens pela América do Sul e Central com o seu apreço pela história da África.

 

Em 1914, Garvey fundou a Universal Negro Improvement Association (UNIA) e a Liga das Comunidades Africanas na Jamaica. Suas ideias visavam estabelecer instituições de ensino para negros nas quais se ensinasse a cultura africana. O propósito era fortalecer os países africanos, livrando-os do domínio colonial e transformando-os em potências, com pessoas cada vez menos vulneráveis.

 

Dez anos depois, em 1924, um príncipe chamado Ras Tafari Makonnen foi coroado como o 225º Imperador da Etiópia, alegando ser descendente direto do rei Davi bíblico. Por conta da influência das ideias de Garvey, muitas pessoas começaram a crer que o imperador vinha para acabar com a dominação europeia e acabar com o sofrimento africano.

 

Mais tarde, o imperador adotaria o nome de Haile Selassie I (que significa "poder da santíssima trindade", além de adotar o título de "Sua Majestade Imperial, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, o Leão Conquistador da Tribo de Judá, Eleito de Deus") e passaria a ser venerado como um deus vivo, encarnando a esperança na redenção africana. Os adoradores de Selassie ficaram conhecidos como "ras tafaris" ou "rastafarians", que, mais tarde, evoluíram para "rastamen" e "rastas".

 

A POPULARIZAÇÃO DO MOVIMENTO RASTAFÁRI

 

O imperador Haile Selassie I, que foi considerado deus na terra. (Fonte: GettyImages)

GettyImages O imperador Haile Selassie I, 

considerado  deus na Terra.(Fonte: GettyImages)


Ou seja, o rastafarianismo foi se estabelecendo por raízes complexas que misturavam religião, filosofia e política. Com o tempo, foi incorporando cada vez mais os desafios que acompanhavam a realidade dos jamaicanos. Conseguia, assim, adesão entre os mais pobres, justamente os que necessitavam da esperança de dias melhores.

 

Aos poucos, o rastafarianismo foi evoluindo para uma filosofia mais abrangente que envolvia ideias e princípios. A adesão dos intelectuais, a rejeição da "visão de mundo Rastafári" pelas autoridades coloniais e a invasão da Etiópia em 1934 fizeram com que o movimento fosse encontrando cada vez mais simpatizantes. Os adeptos questionavam as normas religiosas eurocêntricas impostas pelos colonizadores e se interessavam de forma crescente pela sua herança cultural negra.

 

Com o apoio de líderes intelectuais, como Leonard Howell, os conceitos do rastafarianismo se tornavam mais tangíveis e compartilháveis, aumentando a quantidade de discussões e debates sobre as escrituras, tornando a religião – que possui uma cosmovisão judaico-cristã profundamente afrocêntrica e anticolonial – cada vez mais difundida.

 

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A fama de Bob Marley ajudou nessa popularização, pois suas músicas faziam essa visão circular pelo mundo todo. Basta prestar atenção na letra de músicas como “Redemption Song” ou “Them Belly Full but we Hungry”. Tudo isso tem feito com que a filosofia Rastáfari — que defende a espiritualidade, a identidade e a justiça social — siga viva na era atual, e sempre encontrando devotos que se apoiam nesses valores.

 

Fonte: Mega Curioso

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Coluna Você Sabia? : Cáries, perda de dentes e dores: como era a saúde bucal de Dom Pedro I e esposas
Enviado por alexandre em 28/03/2024 12:01:19

Restos mortais do imperador, de sua primeira mulher, D. Leopoldina, e da segunda esposa, D. Amélia, estão em cripta em São Paulo e são estudados por pesquisa da USP desde 2012. Ossada também revela que imperador caiu do cavalo ao menos duas vezes.

Cáries, quedas de dentes e dores na boca fizeram parte dos últimos anos de vida do primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I, de sua primeira esposa, D. Leopoldina, e da segunda, D. Amélia, no século 19. Os restos mortais dos personagens da realeza permanecem em uma cripta do Monumento à Independência, em São Paulo, e foram analisados em uma pesquisa arqueológica da USP iniciada em 2012.

 

Os primeiros resultados da tese de doutorado da historiadora e arqueóloga Valdirene Ambiel foram divulgados em 2023, sob orientação do professor Carlos Augusto Pasqualucci. Os estudos se aprofundaram nos “pacientes”, nas doenças que tinham e nos tratamentos feitos até a morte.

 

Ao g1, a arqueóloga ressaltou que as três ossadas passaram por uma bateria de exames, como tomografias, que revelaram doenças ósseas e calcificação por traumas. Imagens em 3D das arcadas dentárias e das ossadas ajudaram também a desmentir lendas urbanas, como a causa da morte da imperatriz Leopoldina e o suposto nariz quebrado de Dom Pedro I.

 

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Dentes de Dom Pedro I; à direita, dente tratado e com ouro, possivelmente, segundo historiadora — Foto: Reprodução - Valter D. Muniz/Arquivo

 

RECRIAÇÃO DE ROSTOS

 

Recriar o rosto do imperador e das esposas foi possível a partir de 20 mil imagens feitas com os restos mortais, além de referências em pinturas. O g1 obteve imagens em 3D de simulações da dentição.

 

“O estudo odontológico deu uma pequena ideia de como era a saúde bucal no início do século XIX. Os dados levantados pelos odontos contribuíram na interpretação de determinados problemas de saúde que eles apresentaram, além de auxiliar no contexto das expressões identificadas pela antropometria [estudo das medidas do corpo] na etapa de aproximação facial”, disse Valdirene.

 

O dentista André Kerber, um dos profissionais que analisaram a arcada de Dom Pedro, detalha que foram encontrados desalinhamentos, cáries tratadas nos dentes posteriores, trauma nos dentes anteriores e evidências de hábitos de mastigação frequente por apenas um lado da boca.

 

A investigação da estrutura do crânio, segundo o especialista, revelou características associadas a hábitos de respiração bucal e que o imperador apresentava desvio de septo à esquerda, o que poderia causar desconforto respiratório, principalmente deitado, mas sem fraturas em vida.


“Desequilíbrios na distribuição da pressão sobre os dentes, levando a fraturas e perda óssea. [Dados] sugerem que possuía sintomas de disfunção temporomandibular [problemas nas articulações que ligam o maxilar] devido aos hábitos de mastigação unilateral, resultando em estalos, dores musculares e outros desconfortos. A falta de adequada distribuição de pressão durante a mastigação também contribuiu para problemas dentários como fraturas e perda óssea.”

 

O imperador tinha feito tratamento contra cárie e tinha praticamente todos os dentes. Deduziu-se que mantinha boa higiene oral, comia pouco carboidrato e tinha acesso a profissional de qualidade, por conta de duas restaurações em material metálico, provavelmente ouro.

 

Em tempos modernos, D. Pedro I precisaria fazer dois implantes dentários e usar aparelho nos dentes para melhorar o encaixe com a boca fechada.

 

“Tinha a ausência das unidades 36 e 46, primeiros molares inferiores. Seria necessário o uso de implantes para restabelecer uma oclusão correta. Além disso, evitar problemas como mesialização ou distalização [movimentação para direita ou esquerda dos dentes]. O imperador apresentava dentes girovertidos, apinhados e inclinados e mordida cruzada”, explica Kerber, que usou um programa específico para refazer o movimento e viu que alguns dos dentes se tocavam.

 

A pesquisadora Valdirene com o corpo de D. Leopoldina antes da decapagem arqueológica — Foto: Luiz Roberto Fontes/Arquivo

 

TUBERCULOSE

 

Dom Pedro I do Brasil também era Dom Pedro IV de Portugal. A figura histórica morreu aos 35 anos e foi sepultada em 1834, em Portugal. A autópsia apontou a causa como tuberculose. Ele media entre 1,60m e 1,73m.


A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 10,6 milhões de pessoas adoeceram de tuberculose em 2022. O Brasil apresenta um terço dos casos nas Américas. Em 2022, o país registrou 81 mil casos novos da doença e cerca de 5.800 mortes.

 

Restos mortais de Dom Pedro I — Foto: Vitor H. Mori/Arquivo

 

OSSADA DO IMPERADOR

 

A historiadora afirma que Dom Pedro I sofreu acidentes com cavalos em 1823 e 1829. As análises de tomografias feitas pelos médicos Marcelo Bordalo, Luiz Roberto Fontes e Sérgio José Zeri Nunes encontraram fraturas nas costelas antes da morte.

 

As marcas nos ossos são apontadas como, provavelmente, causadas pelas quedas, mas que não o levaram à morte.


Em 2012, o corpo estava totalmente no esqueleto, sem sinais de tecidos. No crânio, havia uma incisão que indicava a retirada do encéfalo durante a autópsia. Outras marcas nas costelas pós-morte podem ter sido feitas com lâmina para a retirada do coração.

 

O órgão está guardado em um recipiente de vidro e conservado em formol na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto, em Portugal, e chegou a ser emprestado ao Brasil, em 2022, em comemoração aos 200 anos da Independência.

 

Foi verificado um sinal de fratura no osso nasal esquerdo. No entanto, o estudo acredita que ocorreu depois da morte, durante exumação ou no transporte do imperador de Portugal para o Brasil, em 1972.

 

Ossada de D. Leopoldina — Foto: Vitor H. Mori/Arquivo pessoal

 

D. LEOPOLDINA


Dona Leopoldina de Habsburgo-Lorena, a primeira esposa de D. Pedro I e imperatriz consorte do Brasil, morreu aos 29 anos, em 1826. Ela e o marido tiveram seis filhos, sendo um deles Dom Pedro II.

 

O corpo dela foi encontrado sem pele e apenas com a ossada. A vestimenta e objetos sepultados com ela foram recuperados. Tudo passou por exames de imagens. Assim como nos restos mortais do marido, as análises acabaram com outra “lenda” (entenda mais abaixo).

 

Os estudos nos dentes e no crânio revelaram uma série de problemas estruturais e dentários, comenta André Kerber.

 

“Foi observado que a imperatriz tinha ossos maxilares assimétricos, com uma mandíbula maior que a maxila devido a cruzamentos dentários que bloquearam o crescimento da maxila. O exame odontológico revelou diversos problemas, incluindo cáries, atrofia óssea e perda de dentes.”

 
A presença de muitos resíduos de raízes de dentes indicou um histórico de extrações, o que dificultou a análise funcional da mandíbula.

 

“A presença de restaurações dentárias indica acesso a tratamento odontológico, embora a saúde bucal da imperatriz fosse comprometida por inflamação e desconforto.”

 

Reprodução dos dentes de D. Leopoldina — Foto: Reprodução

 

CAUSA DA MORTE

 

Não foram identificadas lesões nos ossos da imperatriz. A pesquisa descartou que ela teria quebrado o fêmur depois de ser supostamente empurrada escada abaixo pelo marido e morrido por infecção.

 

“Não há nem documento nem menção bibliográfica [sobre esta hipótese], trata-se de uma lenda urbana do Palácio da Quinta da Boa Vista, atual Museu Nacional”, explica a pesquisadora.

 

O estudo diz que nove dias antes de morrer, segundo boletins médicos no Museu Imperial de Petrópolis, Leopoldina sofreu um aborto espontâneo.

 

Em carta ao pai, dias antes da interrupção involuntária da gravidez, a imperatriz escreveu que teve por 12 dias febre e que não se sentia bem. Em 30 de novembro, houve piora no quadro, e o aborto aconteceu em 2 de dezembro. Em 11 de dezembro, ela não resistiu e morreu.

 

A pesquisa concluiu a causa da morte com a suspeita de septicemia puerperal, uma infecção pós-parto, depois de sangramento vaginal, febre e convulsões.

 

O casamento entre o príncipe herdeiro de Portugal e Leopoldina, a arquiduquesa da Áustria, em 1817, foi mais um dos chamados “negócios de Estado”, comentou Valdirene.

 

O casal se conheceu pessoalmente meses depois da cerimônia, quando Leopoldina chegou ao Rio de Janeiro, no início de novembro de 1817. Ela fez aulas de português antes de vir ao Brasil.

 

“A imperatriz teve que suportar amantes do marido, além de tantas outras ofensas públicas às quais D. Leopoldina foi submetida pelo marido. Acredito que foi um verdadeiro tormento para ela”, afirma a historiadora.

 

Quando chegou ao Brasil, a comitiva de Leopoldina contou com cientistas e deu início a uma das maiores missões científicas no país, a Missão Austríaca.

 

“Ela montou um laboratório de seleção de artefatos que seriam mandados para Europa. Preocupada com a formação destes profissionais no Brasil, recomendou que os relatórios fossem feitos em formas de duplicatas, onde uma cópia deveria permanecer no Brasil. O resultado desta pesquisa pode ser observado em várias obras. Leopoldina não teve uma formação científica acadêmica. Mas, sem dúvida alguma, ela foi uma das mulheres que mais contribuíram com a ciência brasileira”, destaca a historiadora.

 

Corpo de D. Amélia em São Paulo — Foto: Valter D. Muniz - Beatriz T. Monteiro/Arquivo

 

A MÚMIA DE AMÉLIA 

 

Dona Amélia de Leuchtenberg, a segunda esposa de D. Pedro, morreu aos 60 anos, quatro décadas depois do marido. Aos 17 anos, em 1829, Amélia, que era neta adotiva de Napoleão Bonaparte, aceitou o casamento com o imperador. Os dois tiveram uma filha e ficaram juntos até 1834.

 

Uma surpresa durante a pesquisa, em 2012, foi que o cadáver estava bem conservado, com grande parte dos tecidos moles, cílios, sobrancelhas e cabelo. Ela segurava um crucifixo e vestia roupas pretas.

 

Valdirene afirma que o resultado foi por conta do embalsamamento do corpo, da vedação e da falta de elementos essenciais para que não entrasse em decomposição, como o oxigênio.


Na boca da segunda esposa de Dom Pedro I foram encontrados apenas cinco dentes, tártaro e doença periodontal avançada — inflamação dos tecidos que suportam os dentes. Amélia perdeu quase todos os dentes cedo, muitos anos antes de morrer, indicaram os especialistas.

 

“A falta de dentes impactou negativamente na função mastigatória, o que pode ter afetado alimentação e nutrição. Com as perdas odontológicas, sua dieta abandonou o consumo de alimentos duros e ásperos, optando pelos mais elaborados e bem cozidos.”, complementa o dentista.
 

Os exames apontaram que ela tinha escoliose e, provavelmente, os últimos anos de vida foram difíceis para locomoção e com fortes dores. As lesões na coluna seriam, atualmente, tratadas com fisioterapia, medicamentos ou até método cirúrgico, detalhou Valdirene. Contudo, na época, a imperatriz pode ter vivido os últimos anos acamada.


Ela também pode ter sofrido, conforme o estudo, de dores no peito desde 1834, época da morte do marido. Em 1871, ela apresentou lesões nos pulmões, bronquite e falta de ar, mas se recuperou, apesar do quadro grave.

 

No ano seguinte, sofreu sintomas de insuficiência cardíaca, que pode ter sido causada por doença arterial coronariana crônica, detalhou a conclusão do estudo. Na época, o boletim médico foi encaminhado com as informações para Dom Pedro II, em 24 de janeiro de 1873, dois dias antes da morte.

 

O documento também faz parte do museu em Petrópolis. Foi considerado que ela teve um colapso cardíaco aos 60 anos. 

 

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Corpo de D. Amélia — Foto: Beatriz T. Monteiro/Arquivo

Foto: Reprodução

Fonte: G1

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