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Coluna Agricultura : IBGE: apesar de estiagem, país teve safra recorde no ano passado
Enviado por alexandre em 15/09/2023 15:42:15

Produção agrícola chegou a 263,8 milhões de toneladas

Colheita de soja. Governo retoma Programa de Estoque Público de Alimentos. Foto: Wenderson Araujo/Trilux

A cidade de Sorriso, em Mato Grosso, pode ser considerada a capital da agricultura no país. No ano passado, o município alcançou o valor de produção agrícola de R$ 11,5 bilhões, um crescimento de 15,2% em relação a 2021. O dado faz parte da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada nesta quinta-feira (14), pelo IBGE. 

A pesquisa acompanha a safra de 64 produtos agrícolas no país e traz detalhes sobre área plantada, área efetivamente colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valores das culturas temporárias e permanentes.

Em 2022, o Brasil teve novo recorde de valor de produção. Foram R$ 830,1 bilhões. Essa cifra representa um crescimento de 11,8% em relação ao ano anterior. Desde 2019, a alta é de 130%, ou seja, mais que dobrou.

Brasília (DF) - Apesar de estiagem, Brasil teve safra recorde no ano passado. - Produção Agrícola em 2022.  Arte: IBGE
Produção Agrícola em 2022. Arte: IBGE

No ano passado, a área colhida cresceu 5,4% ante 2021 e alcançou 90,4 milhões de hectares. Para efeito de comparação, se essa área fosse contígua, seria do tamanho do estado de Mato Grosso.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas atingiu o patamar de 263,8 milhões de toneladas. Evolução de 3,8% em relação a 2021.

Produtos

O principal produto agrícola do Brasil é a soja, o que torna o país o maior produtor mundial. Por causa dos efeitos de uma estiagem prolongada, a produção dessa cultura teve um decréscimo de 10,5% em 2022. Apesar disso, o valor da produção cresceu 1,3%, chegando a R$ 345,4 bilhões.

A soja representa 41,6% do valor total da produção agrícola. O milho vem em seguida (16,6%). Essa cultura foi a que mais contribuiu para o crescimento do valor de produção agrícola no ano, alcançando a marca de 109,4 milhões de toneladas, gerando R$ 137,7 bilhões em valor bruto, o que representou um acréscimo de 18,6% frente à safra anterior.

A produção de cana-de-açúcar alcançou 724,4 milhões de toneladas, com alta de 1,2%. O valor de produção subiu 24,2% e chegou a R$ 93,5 bilhões. A colheita de café cresceu 6,3% e chegou a 3,2 milhões de toneladas. Já o valor do café subiu 48,8%. Resultado que mantém o Brasil como maior produtor e exportador de café no mundo.

Ainda entre as principais culturas agrícolas, a PAM 2022 destaca o algodão, que teve alta de 12,4% na colheita, chegando a 6,4 milhões de toneladas. O valor da produção atingiu R$ 33,1 bilhões (+25,2% ante 2021).

Brasília (DF) - Apesar de estiagem, Brasil teve safra recorde no ano passado. - Principais Culturas.  Arte: IBGE
Brasília (DF) – Apesar de estiagem, Brasil teve safra recorde no ano passado. – Principais Culturas. Arte: IBGE – Arte: IBGE

O trigo manteve o ritmo de ampliação das áreas de cultivo, o que ajudou a garantir uma safra recorde de 10,3 milhões de toneladas, acréscimo de 31,3% em relação ao ano anterior. A ampliação na quantidade produzida e a valorização do preço de mercado permitiram que a cultura alcançasse quase R$ 15,7 bilhões em valor de produção, uma alta de 42,6%.

A falta de chuvas no Rio Grande do Sul no ano passado impactou a produção do arroz, que caiu 7,6% e ficou no patamar de 10,8 milhões de toneladas. A diminuição no valor de produção em comparação ao ano anterior foi ainda maior: 18,9%, gerando R$ 15,5 bilhões.

Estiagem muda ranking

Em 2022, o clima adverso na região Sul fez com que o Rio Grande do Sul perdesse posição no topo do ranking de estados produtores. A liderança é de Mato Grosso. Empurrados pela soja, milho e algodão, os campos mato-grossenses são donos de 21,1% do valor da produção agrícola nacional.

São Paulo, maior produtor nacional de cana-de-açúcar e laranja, ganhou uma posição entre 2021 e 2022 e ocupa o segundo posto (12,4%). Minas Gerais, líder nacional na produção de café, ganhou duas posições e é agora o terceiro colocado, com 10,5% do valor do agro nacional.

Apesar da estiagem que afetou a produtividade da soja, o Paraná permanece no quarto lugar do ranking (10,1%), à frente de Goiás. O Rio Grande do Sul, com a quebra das safras de soja e arroz, apresentou recuo de 28,8% no valor de produção em 2022, caindo da segunda para a sexta posição entre os estados.

Classificando por regiões, o Centro-Oeste é o maior celeiro do país, com valor de produção de R$ 304 bilhões. Em seguida vêm Sudeste, Sul, Nordeste e Norte.

Municípios campeões

Os dez municípios com os maiores valores da produção agrícola geraram juntos R$ 74,7 bilhões, concentrando 9% do valor obtido no país. Desses, seis pertenciam a Mato Grosso, enquanto Bahia e Goiás aparecem com duas cidades cada.

Os três principais municípios do ranking ficam em Mato Grosso. Além de Sorriso (R$ 11,5 bilhões), maior produtor de milho e soja, se destacam Campo Novo dos Parecis (R$ 8,2 bilhões) e Sapezal (R$ 8 bilhões).

Edição: Maria Claudia

Coluna Agricultura : Conab: produção de grãos é estimada em 320,1 milhões de toneladas
Enviado por alexandre em 11/08/2023 17:01:16

Foto: Reprodução

A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas. O montante, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa incremento de 17,4% e volume de 47,4 milhões de toneladas a mais que o total colhido no ciclo passado.

 

Em nota, a Conab destacou que o resultado é reflexo da combinação de ganhos de área e de produtividade das lavouras.

 

“Enquanto a área apresenta alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086”.

 

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MILHLO 

 

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A colheita do milho segunda safra, segundo a companhia, segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra ultrapassa 100 milhões de toneladas, maior produção já registrada na série histórica.

 

Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. “Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada”.

 

ALGODÃO 

 

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A Conab prevê uma produção de 7,4 milhões para o algodão em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando atingia 49,3%.

 

FEIJÃO 

 

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Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas, segundo o levantamento, vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estágios de floração, enchimento de grãos e maturação.

 

SOJA E ARROZ

 

Consórcio de arroz irrigado com soja cresceu 205% em dez anos no RS

 

Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, os destaques citados pelo balanço são Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e Bahia, estado com a maior produtividade - 4.020 quilos por hectare.Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de área 8,5% inferior.

 

TRIGO 

 

Trigo - Plantas - InfoEscola

Fotos:Reprodução

 

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Entre os produtos de inverno, o trigo registra crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior.  

 

Fonte: Agência Brasil

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Coluna Agricultura : Agricultura familiar é 8ª maior produtora de alimentos do mundo; Região Norte representa 15,4% do país
Enviado por alexandre em 31/07/2023 10:19:20

O anuário da Contag aponta que a agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno, com produtos saudáveis e manejo sustentável dos recursos ambientais.


Se todos os agricultores familiares do Brasil formassem um país, seria o oitavo maior produtor de alimentos do mundo. O dado está no Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O documento tem o objetivo de mostrar a participação da agricultura familiar no total da produção agrícola brasileira. Os números são baseados em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A divulgação do anuário aconteceu na semana em que se comemora o Dia Internacional da Agricultura Familiar, dia 25 de julho, uma data criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).

Colheita de batata-doce. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O anuário da Contag aponta que a agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno, com produtos saudáveis e manejo sustentável dos recursos ambientais.

As propriedades de agricultura familiar somam 3,9 milhões no país, representando 77% de todos os estabelecimentos agrícolas. Já em área ocupada, são 23% do total, o equivalente a 80,8 milhões de hectares. Para se ter uma ideia, isso é quase toda a área do estado do Mato Grosso.

Essas propriedades são responsáveis por 23% do valor bruto da produção agropecuária do país e por 67% das ocupações no campo. São 10,1 milhões de trabalhadores na atividade. Desses, 46,6% estão no Nordeste. Em seguida aparecem o Sudeste (16,5%), Sul (16%), Norte (15,4%) e Centro-Oeste (5,5%).

Na agricultura familiar, tanto a produção de alimentos quanto a gestão da propriedade ficam, predominantemente, a cargo da família.

Leia também: Agricultura familiar pode melhorar merenda escolar indígena, aponta Pnae

O presidente da Contag, Aristides Santos, defende que conhecer os números da agricultura familiar é uma forma de desenvolver a atividade. "Além de conhecer e mostrar a importância estratégica do segmento a toda sociedade, reunir esses dados em um anuário também visa contribuir com o debate sobre o papel da agricultura familiar para o desenvolvimento do país. E a busca por valorização e reconhecimentos dos sujeitos que a compõem e suas entidades representativas", disse.

Além da produção de alimentos em si, outra contribuição das propriedades familiares é funcionar com um "motor" para a economia. De acordo com a Contag, a agricultura familiar responde por 40% da renda da população economicamente ativa de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, que representam 68% do total do país. Ou seja, faz o dinheiro circular nas pequenas cidades do campo, gerando um efeito multiplicador de emprego e mais renda. 

Coluna Agricultura : Método avalia procedência e autenticidade de cafés brasileiros
Enviado por alexandre em 26/06/2023 10:20:39

Método avalia procedência e autenticidade de cafés brasileiros

Grupo que reúne pesquisadores da Unicamp, Embrapa e Universidade Tecnológica Federal do Paraná obteve mais de 90% de acurácia na discriminação entre amostras de diferentes produtores e estados brasileiros; estudo estimula a certificação de cafés com apelo de origem

Por Agência Fapesp

O café comum consumido no Brasil é, geralmente, uma mistura de grãos da espécie arábica (Coffea arabica) com o chamado robusta – uma designação generalizada para variedades da espécie canéfora (Coffea canephora). Mas, apesar de tradicionalmente usado em misturas e historicamente descrito como um café de baixa qualidade em comparação ao arábica, o canéfora está em ascensão no cenário dos cafés especiais, resultado de uma nova percepção da indústria acerca da espécie.

“Os cafés canéforas brasileiros estão se destacando e atingindo uma qualidade sensorial comparável à do arábica. Produtores, consumidores e processadores estão interessados nesse mercado. Cafés canéforas especiais brasileiros produzidos em duas regiões diferentes já receberam registro de indicação geográfica”, revela o doutorando em ciência de alimentos Michel Rocha Baqueta, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp).

Sob a orientação da professora da Unicamp Juliana Azevedo Lima Pallone e com a colaboração dos pesquisadores Patrícia Valderrama, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e Enrique Anastácio Alves, da Embrapa em Rondônia, Baqueta desenvolveu um método para avaliar instantaneamente a origem de cafés brasileiros da espécie canéfora dos principais estados produtores, tornando possível distinguir suas variedades botânicas (conilon e robusta) e os cultivares de café canéfora da Amazônia.

O método desenvolvido pelo grupo emprega a espectroscopia na região do infravermelho e ferramentas de quimiometria (a aplicação de métodos estatísticos ou matemáticos para interpretar dados de origem química, com emprego de algoritmos de aprendizagem de máquina, baseados em inteligência artificial) para fazer a discriminação entre os canéforas cultivados no Brasil. O trabalho gerou diversos artigos, dois já publicados nos periódicos Journal of Food Composition and Analysis e Analyst.

A pesquisa contou com apoio da Fapesp por meio de dois projetos (19/21062-0 e 22/03268-3).

Acurácia e vantagens

Segundo os cientistas, os métodos químicos tradicionais existentes, que poderiam ser aplicados para o mesmo tipo de avaliação, são mais trabalhosos e complexos, pois envolvem análises químicas que demoram de três a quatro dias para gerar resultados com base em compostos químicos presentes no produto.

“Produtos considerados especiais e com indicação geográfica apresentam maior valor comercial. Isso porque a indicação geográfica aponta não só a procedência, mas as características esperadas. De maneira geral, os cafés especiais são classificados com base em suas características sensoriais. Porém, legitimar a atribuição de indicação geográfica ou procedência do produto por aplicação de testes sensoriais não é fácil, uma vez que esses testes fornecem uma impressão global do produto, determinando seus aromas e sabores, mas não sua origem. Um teste sensorial poderá indicar que aquele café tem as características sensoriais muito particulares do café de determinado lugar. Mas dificilmente poderá atestar sua origem com alto nível de acurácia”, explica Baqueta.

De acordo com o doutorando, há um gargalo na certificação desse tipo de produto no país e o método desenvolvido pelo grupo ajuda a transpor as dificuldades associadas à legitimação de cafés especiais, com destaque para os que apresentam indicação geográfica, oferecendo vantagens: pode ser feito em segundos, com o café torrado, já moído, sem preparo de amostra e geração de resíduos.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de canéfora, com destaque para os estados do Espírito Santo (região Sudeste) e Rondônia (região Norte), seguidos pela Bahia (região Nordeste). Nos principais locais de produção são cultivadas duas variedades: o robusta e o conilon. Em Rondônia, os cafés são produzidos por povos indígenas, além de produtores convencionais, e recebem o nome de robusta amazônico. Recentemente, os robustas produzidos em Rondônia e os conilons do Espírito Santo receberam registro de indicação geográfica.

“Tivemos resultados superiores a 90% com o modelo de classificação na discriminação entre os robustas cultivados por indígenas dos cultivados por não indígenas, e também entre amostras do Espírito Santo e da Bahia e ainda na diferenciação de amostras de canéforas e arábicas. No caso de discriminar entre canéforas com indicação e sem indicação [com e sem certificação], a acurácia foi de 100%.”

Impressão digital química

A primeira etapa para a aplicação da técnica depende da obtenção de espectros na região do infravermelho próximo de amostras de procedência conhecida. Para isso, é utilizado um espectrômetro que realiza medições no intervalo do espectro correspondente à região do infravermelho próximo (800 a 2.500 nanômetros). O equipamento emite radiação eletromagnética sobre a amostra e um sistema de detecção registra o sinal. Em seguida, essas informações são processadas por softwares e geram os espectros referentes às interações da radiação eletromagnética com a amostra, que depende de sua composição química.

“Trata-se de uma impressão digital química da amostra. Esse tipo de avaliação nunca havia sido utilizado para discriminar cafés canéforas especiais brasileiros. Quando começamos, tínhamos dúvidas sobre a possibilidade de realmente determinar a origem dos canéforas com esse método, pois o café depois da torra torna-se muito complexo, a composição química muda totalmente. Mas conseguimos.”

Pallone esclarece que a espectroscopia no infravermelho associada a ferramentas de quimiometria pode ser aplicada a diferentes objetivos em análise de alimentos. “O grande desafio é verificar se esses espectros gerados pelo equipamento e essas ferramentas de quimiometria seriam adequados a propósitos específicos, como o nosso. É preciso testar uma série de fatores: a melhor forma de obter os espectros, verificar se existe uma melhor região do espectro para usar na análise. Nosso propósito foi responder a seguinte questão: se coletarmos os espectros das amostras de cafés canéforas especiais de diferentes origens, conseguiríamos obter um modelo de classificação que permita distinguir entre elas? Assim, coletamos os espectros de todas as amostras e procuramos avaliar a melhor forma de trabalhar com os dados obtidos e a melhor ferramenta de quimiometria para aplicar aos resultados e responder à questão.”

Segundo a pesquisadora, o equipamento gera espectros baseados em ligações químicas das estruturas que compõem a amostra. “Imaginávamos que os cafés de diferentes origens e diferentes locais poderiam gerar espectros diferentes. Recebemos um resultado muito complexo do equipamento, contendo espectros de um número grande de amostras, de diferentes origens. Para trabalhar com esses dados, é necessário o emprego de algoritmos de aprendizagem de máquina para dados químicos, quimiometria, que permitem a utilização dos dados espectrais complexos obtidos e a associação com a origem dos cafés especiais. Assim, é possível obter modelos que indicam a classificação de amostras, de acordo com a região produtora. Os modelos gerados são testados e validados e é possível conhecer a sua porcentagem de acerto nas classificações.”

Amostragem

Pallone lembra que as amostras de cafés especiais de Rondônia e do Espírito Santo foram obtidas graças a uma parceria com a Embrapa Rondônia, que enviou amostras dos produtores das Terras Indígenas de Rondônia e também de não indígenas que produzem o robusta especial no Estado, além de exemplares do Espírito Santo.

“Foi analisado um conjunto representativo composto por 527 amostras, incluindo robusta amazônico de produtores indígenas e não indígenas, conilon do Espírito Santo e da Bahia, arábica especial e canéfora de baixa qualidade. Tínhamos, ainda, amostras de cafés canéfora sem indicação. Testamos o modelo com cafés com e sem indicação e vimos que funcionou. Comparamos também o canéfora de alta qualidade com o arábica de alta qualidade, para saber se os robustas especiais são comparáveis aos arábicas em termos químicos.”

Os pesquisadores explicam que o café robusta produzido exclusivamente em Rondônia (robusta amazônico) tem uma denominação de origem (Matas de Rondônia). Pallone recorda que havia conhecimento a respeito da variedade das amostras de Rondônia e, por isso, foi possível discriminar, além da origem, as variedades botânicas cultivadas na Amazônia.

Baqueta relata que a Embrapa Rondônia está desenvolvendo um protocolo nacional de análise sensorial para o canéfora no Brasil. “Existe um protocolo internacional, mas a realidade do Brasil é diferente, aqui há muita diversidade. Precisamos de um protocolo para o país. O arábica já tem um protocolo nacional, apesar de existir um internacional também.”

Segundo ele, um dos legados do trabalho recentemente publicado no Journal of Food Composition and Analysis foi o desenvolvimento de um banco de dados. “Coletamos mais de 1.500 espectros. Conseguimos avaliar a autenticidade e a origem de qualquer amostra de canéfora que seja de uma região contemplada em nosso banco de dados”, conta.

Preço

Os cientistas explicam que há vários tipos de equipamentos (espectrômetros). “Os de bancada, usados tradicionalmente nos laboratórios, geram espectros com melhor resolução e abrangem uma área com a qual se consegue detectar mais compostos químicos. Esses devem estar na faixa dos US$ 100 mil. Mas existe uma versão portátil desses equipamentos, cujo preço começa em US$ 1 mil. Há alguns na faixa de US$ 15 mil, US$ 20 mil. A resolução é um pouco menor, mas já fizemos alguns testes e vimos que o nível de acurácia dos portáteis é muito próximo ao do equipamento de bancada. Isso está em um dos artigos que publicamos recentemente no jornal Analyst”, revela Baqueta.

O artigo Brazilian Canephora coffee evaluation using NIR spectroscopy and discriminant chemometric techniques pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0889157522006834.

Já o estudo Discrimination of Robusta Amazônico coffee farmed by indigenous and non-indigenous people in Amazon: comparing benchtop and portable NIR using ComDim and duplex está disponível em: https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2023/AN/D3AN00104K.

Coluna Agricultura : Sistema Sepror e Embrapa realizam Workshop voltado ao desenvolvimento sustentável da cultura do abacaxi
Enviado por alexandre em 25/06/2023 20:07:48

Evento destaca importância da cadeia produtiva do abacaxi para região de Novo Remanso em Itacoatiara.

Dando continuidade a programação do I Workshop das Cadeias Produtivas Prioritárias no Amazonas, o Governo Estado, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), encerrou, nesta sexta-feira (23/06), o ciclo de discussões voltado ao desenvolvimento da cultura sustentável do abacaxi. A ação foi realizada na comunidade da Vila do Engenho, em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus).

 

O evento iniciou na quinta-feira (22/06), com a participação de mais de 100 pessoas, a fim de unir elos produtivos da cadeia por meio de intercâmbio de conhecimento técnico e gerencial. A meta era capitanear as demandas pertinentes dos produtores e encaminhar as informações debatidas, em um plano de ação estratégico, para todo o setor da atividade.


De acordo com o titular da Sepror, Petrucio Magalhães Júnior, essa é a determinação do governador Wilson Lima, discutir novas tecnologias de produção, crédito rural, programas de mecanização, insumos, e mercados para a comercialização, para estimular o produtor rural, o empreendedor, e aquelas pessoas que desejam investir em uma atividade produtiva sustentável.

 

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"Nós temos o abacaxi mais doce do Brasil. Temos também um potencial grande de produção para abastecer o mercado internacional. É possível produzir alimentos com sustentabilidade, estamos discutindo novos mercados que nunca atingimos, como o americano e o europeu", ressalta Petrucio.

 


Na quinta-feira também foram realizadas palestras teóricas, abordando as novas tecnologias, conservação e a pós-colheita do abacaxi; a conquista do selo da Identificação Geográfica (IG) do abacaxi, realizado pela Associação de Produtores de Abacaxi da Região de Novo Remanso em Itacoatiara (Encarem); e o mercado para comercialização do produto.


Já na sexta (23), foram realizadas atividades práticas em campo, no Sítio Boa Esperança e na sede da Agroindústria da Cooperativa dos Produtores Rurais da Comunidade Sagrado Coração de Jesus do Paraná da Eva (Ascope/frutas), da Vila de Engenho, utilizando as técnicas desenvolvidas pelos pesquisadores, e colocando em prática junto aos produtores.

 

Fotos:Emerson Martins/Sepror


"Aqui nós temos em torno de 17 hectares e em base de 30 mil pés de abacaxi por hectare. É uma satisfação enorme receber os produtores de vários locais do estado, avançando e buscando conhecimento para aplicar no campo", finaliza o produtor rural e proprietário do Sítio Boa Esperança, José Ronildo Pessoa.


Estiveram presentes: produtores rurais de Itacoatiara, Careiro da Várzea, Barreirinha, São Gabriel da Cachoeira e Manaus; prefeito de Itacoatiara, Mário Abrahim; o chefe-geral da Embrapa Ocidental Ocidental, Everton Cordeiro; Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf), Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae/AM), e o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi).


WORKSHOPS


Ao todo, já foram realizados os workshop das cadeias da banana, cupuaçu, castanha e do abacaxi, com a participação de mais de 400 pessoas, entre produtores, empresários e técnicos, de instituições privadas e governamentais.

 

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Ainda serão abordadas as cadeias produtivas do açaí, citros, guaraná, mandioca, olerícolas, piscicultura e pecuária e estão sendo planejados por pesquisadores da Embrapa, e técnicos do Sistema Sepror, para desenvolvimento destas cadeias produtivas no Estado. 
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