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Brasil : INTERNET
Enviado por alexandre em 18/08/2016 09:10:36



Brasil é apenas 57º em ranking de velocidade de internet no celular

Por Folhapress | Foto: Reprodução
A velocidade da internet nos celulares brasileiros nas redes 3G e 4G é lenta, indica um estudo da consultoria OpenSignal
Navegamos a uma velocidade média de 7,43 Megabits por segundo (Mbps), o que faz o Brasil ocupar a 57º posição de um ranking com 95 países.

O levantamento nos coloca atrás de potências como Coreia do Sul e Cingapura. Também perdemos para nossos pares da América do Sul: Uruguai, Chile, Colômbia e Peru. A velocidade média medida pela OpenSignal foi de 8,5 Mbps.

A velocidade da internet no relatório também considera a disponibilidade de rede de internet rápida. No Brasil, 75,23% dos acessos medidos foram feitos em internet 3G e 4G. Nos outros casos, havia apenas a tecnologia 2G para transferência de dados.

Neste caso, o desempenho do país foi equivalente ao da "grande maioria" da amostra, segundo a OpenSignal. Apenas 23 países permitiram conexão em rede 3G ou superior em mais de 90% das medições, informou a empresa no relatório.

A OpenSignal mediu as conexões em redes 3G ou de velocidade superior a partir de pessoas que têm o aplicativo da empresa instalado em seus celulares. Foram coletados dados de 822,6 mil usuários de 1º de maio a 23 de julho deste ano.

WI-FI

A empresa também mediu o percentual de tempo que os usuários de celulares usaram a internet conectados a redes wi-fi.

Os brasileiros ocupam a 12ª posição no ranking, com 58,55% do tempo conectados nessas redes. A Holanda é a primeira colocada, com 70% do tempo no wi-fi.

Segundo a a OpenSignal, os fatores que explicam porque usuários buscam redes wi-fi são custo e oferta de internet banda larga e de pacotes de dados para celular, a existência de redes de internet públicas e ainda hábitos culturais.

Brasil : CARTÓRIOS
Enviado por alexandre em 17/08/2016 08:35:58


Novos tabeliães querem modernizar cartórios

Por Tonico Magalhães

Ainda nos anos 80, no governo do general Figueiredo, o então ministro Hélio Beltrão foi o gestor de um processo inédito na administração pública: a desburocratização do uso dos documentos oficiais. Foi uma festa para a cidadania e um fim de festa para atividade cartorial, extinguindo o reconhecimento firma, a autenticação de cópias, entre outras medidas. A desburocratização foi se diluindo sem que os brasileiros percebessem e tudo voltou aos dias que antecederam a passagem de Hélio Beltrão pelo Governo.

No entanto, hoje, uma nova geração de tabeliães públicos que assumiram os cartórios por concurso tem uma visão mais profunda das suas funções e vem fazendo reflexões importantes sobre o tema. Um deles é Filipe Andrade Lima, titular do cartório Andrade Lima no Recife, ex-Pragana.

Andrade Lima disse para um público de advogados na reunião do LIDE que “uma perniciosa combinação entre infraestrutura precária e limitações orçamentárias com uma certa cultura do litígio, talvez ainda predominante entre partes e advogados, é responsável por acumular no Poder Judiciário um estoque de 70 milhões de feitos pendentes de solução definitiva, 10 milhões a mais do que há 7 anos. Em média, entre janeiro e dezembro, de cada 100 brasileiros, 13 ingressam com uma nova ação judicial, depositando sobre os ombros de cada juiz um fardo de 1.500 processos novos por ano, ou 8 novas causas por dia de trabalho”.

E continuou: “a atividade notarial brasileira, supervisionada por um Poder Judiciário muitas vezes entretido com as próprias mazelas, não colheu melhor sucesso. A incompetência do notariado para aproveitar sua condição de entidade privada e posicionar-se como prestador diferenciado de serviços públicos, aliada à preferência comodista de voltar seu foco a tarefas de complexidade jurídica nula, como a autenticação de cópias e o reconhecimento de firma, rendeu-lhe a infâmia de ver associado o seu local de trabalho, o “cartório”, a um antro de burocracia e perda de tempo”.

Filipe Andrade vê na criação do Conselho Nacional de Justiça, em 2004, a promulgação do novo Código de Processo Civil e a formação de uma comissão especial de desburocratização no Senado Federal, no ano passado, como novos eixos em torno dos quais giram medidas modernizadoras do cenário jurídico nacional.

“A administração judiciária já se apodera de métodos de gestão que, há até pouco tempo, viam-se como de uso quase exclusivo das grandes corporações. Auditorias e relatórios, estatísticas e metas são palavras que se incorporaram ao vocabulário das varas e tribunais”.

Para o tabelião, “os processos eletrônicos, com seus acertos e falhas, já são parte da nossa realidade, e fazem do Brasil um dos precursores mundiais em virtualização de feitos contenciosos. Escolhemos o caminho das soluções alternativas de conflitos. Seguimos firmes na trilha da conciliação, da mediação e da arbitragem como métodos para evitar o emprego da imensa capacidade jurídica e sensibilidade social da nossa magistratura no julgamento de conflitos resolvíveis diretamente pelas partes e seus assistentes”.

Finalmente Filipe Andrade Lima vê nos concursos públicos para provimento das delegações em tabelionatos os grandes responsáveis por revitalizar o notariado, “fazendo incorporar-se à atividade jovens que, além da bagagem jurídica que lhes habilita aprovação em alguns dos mais exigentes certames, trazem consigo uma nova visão de negócio. Pautam-se os notários desta nova geração não pelos frutos que colhem da atividade, mas pelos frutos que a sociedade colhe do seu trabalho”.

A avaliação do jovem tabelião público que aponta o caminho da modernização e desburocratização dos papéis públicos vai ser objeto de cobrança contínua da cidadania brasileira, sufocada por exigências cartoriais e caras, as vezes totalmente absurdas. Que prevaleça o espírito de Hélio Beltrão, que, plena ditadura, era o ministro mais popular por estar ao lado dos brasileiros.

* Jornalista

Brasil : ECONOMIA
Enviado por alexandre em 14/08/2016 12:20:14


Novo público na rede: país já tem 5,2 milhões de idosos com acesso à web
A terceira idade está invadindo a internet no Brasil e o tabu de fazer compras no mundo virtual começa a ser quebrado. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que 5,2 milhões de pessoas com mais de 60 anos já utilizam regularmente a web no país. Em apenas oito anos, foi um salto de 940%, o equivalente a 4,8 milhões de novos usuários.

A pedido do jornal O Globo, a Ebit, empresa especializada em comércio eletrônico, calculou que o consumidor mais velho já movimenta R$ 15,6 bilhões em compras on-line. Segundo a Ebit, nenhuma outra faixa de comprador on-line teve avanço tão rápido nos últimos anos. De olho nesse fenômeno, as empresas começam a se preparar para conversar com os idosos conectados.

Mais de 26 milhões de pessoas têm mais de 60 anos no país. É uma parcela da população com renda somada que chega a R$ 330 bilhões. A internet definitivamente passou a influenciar os hábitos de consumo desse público, que cada vez mais usará a rede para se informar, participar de redes sociais ou fazer compras — explica Renato Meirelles, sócio do Instituto Locomotiva, que realizou o levantamento em todo o país, em julho, com base em 1.950 entrevistas.

A família da aposentada Lydia de Lucca, de 93 anos, ilustra esse novo perfil. Conectados há alguns anos, eles buscam comodidade e preços mais baixos na web. Com a ajuda dos filhos, Sueli, de 67 anos, e Francisco, de 69 anos, Lydia compra pela internet os remédios para pressão e vitaminas que usa regularmente. A família gasta, em média, R$ 500 no mês. Eles ainda preferem fazer as compras pelo notebook em lugar do celular, mas Sueli usa seu smartphone para se informar e participar de redes sociais. O irmão dela, Francisco, trabalha como corretor de seguros, e o e-mail é sua ferramenta de trabalho. Ele costuma comprar eletrodomésticos e produtos de informática na rede.

Sempre fui familiarizado com a internet. Com as compras, buscamos comodidade. E, claro, sempre tomamos o cuidado de comprar por sites conhecidos — diz Francisco.

De acordo com a Ebit, os itens perfumaria e saúde são os mais procurados pelos internautas mais velhos, seguidos por eletrodomésticos, casa e decoração, moda e acessórios, e telefonia celular, nesta ordem. Além disso, o tíquete médio gasto nos sites pelo consumidor com mais de 50 anos é de R$ 411, contra R$ 388 da média de todas as idades. No ano passado, dos R$ 41 bilhões gastos em e-commerce no Brasil, esse público foi responsável por 35%. E a tendência é que o gasto dessa turma cresça ainda mais.

Iniciamos o mapeamento do e-commerce brasileiro há 16 anos. Lá atrás, esse público representava 5% dos pedidos feitos pela internet. No ano passado, o percentual chegou a 33%. Nenhuma outra faixa de compradores cresceu tanto e tão rápido — avaliou Guasti.

A demanda mais intensa da terceira idade no e-commerce já é relatada pelos varejistas. A Ultrafarma, rede de farmácias, que tem uma campanha publicitária estimulando seus clientes a comprarem pelo canal virtual, detectou crescimento expressivo da parcela de clientes da terceira idade desde 2013. O público com mais de 60 anos representava menos de 1% entre os clientes que compravam regularmente pelo site três anos atrás. Hoje, já são 10%, e a velocidade de crescimento é a mais alta entre todas as faixas de idade.

A maioria dos clientes de medicamentos de uso contínuo é da terceira idade. Mas isso não se traduzia no ambiente on-line, já que havia a barreira tecnológica. Com os celulares ganhando mais recursos e se tornando a forma mais comum de acesso à web, isso começou a mudar. Nos últimos anos, a terceira idade é a parcela de público que mais cresce nas compras do site — afirmou Ricardo Vieira da Silva, diretor de e-commerce da Ultrafarma.

Nas redes Extra e Pão de Açúcar, o e-commerce de alimentos registrou um crescimento dos pedidos de 10% por compradores acima de 60 anos entre 2014 e o ano passado. Para este ano, a expectativa é que o crescimento seja de cerca de 30%.

O especialista em varejo Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, confirma que a chegada dos smartphones e de aplicativos de compra, mais fáceis de mexer e que concluem a operação com poucos cliques, ajudaram os mais velhos a quebrarem a barreira que existia entre eles e o mundo digital.

Resolvida essa questão da cultura digital, você nota que o e-commerce se encaixa ainda mais às necessidades de consumo das pessoas com mais de 50 ou 60 anos. Na compra on-line você não precisa sair de casa, não precisa carregar peso, pode comparar preços sem muito esforço e pode ler com calma as informações de produtos sem se expor, por exemplo, a um atendente sem paciência — disse Terra.

A pedagoga aposentada Yone Gueldini Mendes, de 63 anos, há alguns anos só faz compras on-line, exceto as de supermercado. Em sua lista virtual estão roupas de cama, presentes para o neto, remédios e eletrodomésticos. Yone sempre procura em sites de busca antes para checar os preços em diferentes lojas.

Frutas e verduras, por exemplo, eu acho que é preciso tocar, escolher bem. Assim como os outros produtos de supermercado, nos quais gosto de ler o rótulo e comparar com as outras opções na prateleira — contou ela, que ganhou confiança para mexer no computador, celular e tablet quando passou a ter os seus próprios dispositivos, sem dividir com filhos ou marido.

Depois disso, passei a comprar só on-line e tenho certeza de que faço melhor negócio do que comprando pessoalmente — disse.

Já a também pedagoga aposentada Maria Lucia Almeida Salles, de 66 anos, conta que faz inclusive o supermercado pela web.

É impossível hoje eu carregar todo o peso dos enlatados. Prefiro pagar frete e receber em casa — lembrando que itens difíceis de encontrar no varejo tradicional são facilmente localizados na rede, como pijamas de malha fria, que ela adora.

Até mesmo os bancos estão estimulando a parcela de clientes mais idosos a usar os canais digitais. O Itaú Unibanco colocou no ar uma campanha que caiu no gosto da população ao mostrar duas senhoras, de 80 anos, totalmente conectadas, usando os aplicativos da instituição, além de outras modernidades como Snapchat.

Miramos exatamente o público mais idoso. Há muitas propagandas sobre uso de tecnologia que são muito estereotipadas, nas quais essas novidades aparece como coisa de gente mais jovem. As soluções digitais valem para todas as idades — afirma Eduardo Tracanella, superintendente de Marketing do Itaú Unibanco.

O comerciante Mario Suzuki, de 64 anos, conta que programa todos os pagamentos pessoais e os de sua empresa pelo internet banking. Com isso, dribla a possibilidade de esquecer as datas de vencimento e economiza tempo de fila nos bancos. Ele revela que ainda tem certo receio de fazer compras pelo mundo virtual, por isso sempre escolhe os sites mais conhecidos. Mas há três anos vem participando cada vez mais desse universo. Já entrou numa confraria de vinhos pela web, e comprou uma adega e uma churrasqueira usando seu notebook.

O uso da internet é intuitivo. E o mundo virtual é um caminho sem volta — diz ele.

Para a psicóloga Silvia Carvalho, o uso da rede pela terceira idade é altamente positivo já que estimula a comunicação e a prática de novas atividades, facilitando estabelecer novas conexões cerebrais:

Quando a idade avança, a tendência é a pessoa repetir o que sabe fazer. A internet é um campo fértil de atividades e aprendizado. É fundamental para a saúde se arriscar em novas habilidades.

Fonte: O Globo

Brasil : O DESABAFO
Enviado por alexandre em 12/08/2016 09:31:53


Dilma Rousseff: “Queria deixar um legado mais positivo para as mulheres”. Veja entrevista

Foto: Bob Wolfenson / Revista Marie Claire

Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada

Primeira mulher a ocupar o cargo, Dilma Roussef admitiu, em entrevista à revista Marie Claire no Palácio da Alvorada, ter cometido erros políticos, inclusive na falta de medidas feministas. Falou também sobre suas maiores dores pessoais: a morte do pai, a tortura, o câncer. Disse que tem dificuldade de chorar em momentos extremos e quer deixar, como contribuição para a história, a força da resistência feminina.



O Brasil será um país diferente no fim deste mês, depois que o Senado decidir se Dilma Rousseff deve, ou não, deixar definitivamente a Presidência da República.


Dilma recebeu a equipe da revista no fim do mês de junho, no Palácio da Alvorada. Na garagem, duas bicicletas remetiam à moradora. Ao entrar em uma ampla sala de conferências onde a aguardávamos, a mineira de 68 anos vestia preto, meias finas, sapato de salto baixo, trazia um olho grego no pulso esquerdo, bijuterias douradas, e agiu como de hábito. Foi dura com um funcionário que interrompeu a entrevista. “Presidenta, ganhamos em Porto Alegre”, disse ele na porta da sala, com relação à medida que devolvia a Dilma o direito de usar, ainda que com restrições, um avião das Forças Armadas do Brasil para se locomover pelo país. “E o que é que você quer que eu faça com essa informação?”, respondeu. “É que é uma boa notícia, presidenta”, justificou-se o assessor. “Ocê sabe que eu não ligo muito para essa coisa”, rebateu ela.



Durante a conversa, Dilma estava relaxada e bem-humorada. Falou sobre política mas esquivou-se de responder às dúvidas que rondam sua campanha na operação Lava Jato. Admitiu que cometeu erros políticos – da aliança com Michel Temer à demora em agir diante da resistência de parlamentares, então aliados, no Congresso. Indagada sobre aborto e equiparação salarial entre gêneros, fez um mea-culpa.



Da vida pessoal, lembrou a morte do pai (o advogado búlgaro Pedro Rousseff, falecido em 1962), a maior dor de sua vida. Riu das puladas de cerca do ex-marido, Carlos Araujo, seu amigo até hoje e com quem foi casada por 30 anos, e disse que, afastada do governo, pôde ficar mais perto da filha, Paula, 37 anos, e dos netos, Gabriel, 5 anos, e Guilherme, 6 meses, que vivem em Porto Alegre. A seguir, os melhores trechos da conversa.



Marie Claire



A senhora foi a primeira presidente mulher do país e ficou no poder cinco anos e meio. Por que não trouxe para o debate a questão da equiparação salarial e do aborto?


Dilma Rousseff



Cumprimos a legislação e levamos o SUS a fazer o aborto previsto em lei: quando a gravidez coloca em risco a vida da mãe, em caso de estupro e por anencefalia, o que já é dificílimo no Brasil. Não é papel do Estado brasileiro discutir a lei. Quem tem que colocar essa matéria em discussão é o movimento feminino. A grande questão nesse período foi a violência contra mulher, de estupro a assassinato. Ganhamos a Lei Maria da Penha novamente, que havíamos perdido, fizemos a Lei do Feminicídio – que tornou crime hediondo e inafiançável o assassinato da mulher pelo fato de ser mulher – e as Casas da Mulher Brasileira, que são centros de assistência e acolhimento a vítimas de violência. Além disso, quem recebe o Bolsa Família é a mulher, quem é dono do imóvel no Minha Casa Minha Vida, prioritariamente, é a mulher. É uma segurança e uma riqueza. Agora, vocês têm razão, a discussão do trabalho igual para salário igual cabe sim. É algo que tem que ser feito. Nesse sentido, atuamos na PEC das Domésticas. Nós regulamentamos a maior profissão feminina que existe hoje no Brasil e demos a ela o direito de receber contribuição.


A mulher é chamada de histérica ou de trator. Homens são firmes”


MC - A presidente do Chile, Michele Bachelet, em seu primeiro mandato (2006-2010), criou uma lei que dava estímulo fiscal para empresas que pagavam salários iguais para homens e mulheres. Isso poderia ser feito no Brasil?


DR - Acho que sim. Essa hipótese é muito interessante. Tem de ver qual é o custo dela. A questão feminina e da diversidade já é e será uma das que vão mobilizar as pessoas para uma atuação pública. Não é trivial, é tão importante quanto o clima.



MC - Em entrevista à Marie Claire em 2009, a senhora disse que o aborto deveria ser legalizado por ser uma questão de saúde pública. No ano seguinte, em campanha contra o então candidato José Serra, mudou o discurso. Afinal, o que pensa?


DR - Como presidente não posso falar sobre isso. O dia em que sair, dou minha opinião pessoal. Agora, nessa questão, nas condições do Brasil hoje, não cabe ao Estado interferir na lei.



MC - Mas o Estado interfere na medida em que proíbe a mulher de arbitrar sobre o próprio corpo.


DR - O espaço de debate é o Parlamento ou o Judiciário. No Brasil, há uma visão do Estado de que é algo que você acorda de manhã e fala: vou mudar isso. Na democracia não é assim.



MC - A sua chegada à Presidência e o fato de ter nomeado nove ministras foram considerados avanços para o movimento feminista. A sua saída representa um retrocesso?


DR - Não. Tenho tido o cuidado de mostrar que, mesmo quando nos atacam, temos coragem para resistir. O que vivi foi reflexo de uma grande misoginia. Ou eu era muito dura e por isso não me abatia, ou vivia no mundo da lua. A mulher é sempre histérica ou descontrolada. Se você não é nenhuma dessas coisas, é um trator, não uma mulher. Isso é machismo. A mensagem por trás disso tudo é a de que a mulher é frágil. Se fosse um homem, diriam: “Ele é firme”. Tenho de mostrar que coragem não nos falta. Acho que minha missão [de vida], além de lutar pela democracia, é deixar claro que a mulher, nas piores condições, não se curva nem se entrega. Não tenho dúvidas de que queria deixar um legado mais positivo. Mas deixo o legado da resistência feminina. Vou resistir até o último momento. Não pensem que me atemorizam. Não estou embaixo da cama nem morrendo de tristeza, como gostariam. Morro é de injustiça.



MC - Como esse “morrer de injustiça” se manifesta em sua vida?


DR - Ao contrário do que possa parecer, isso me dá mais ânimo. Até por velhice [risos], estou com 68 anos. Não acredito que a vida, na real, seja um lago tranquilo. Enfrentei dois golpes no Brasil e em ambos tive uma participação efetiva. No primeiro, lutei e fui presa por três anos. Agora, estou resistindo. Também tive um câncer [linfático]. Sempre achei que a boa vida é feita de lutas que valem a pena. Claro que todo mundo fantasia: vai chegar uma hora que vai ser mais fácil, mas não é.

MC - Dá para dizer que algumas dessas situações que a senhora enumerou são piores que outras?


DR - [Faz uma pausa e pensa]. A ditadura. A tortura e a prisão daquela forma tiram a dignidade. [Os torturadores] te impõem dor para arrebentar sua dignidade. A doença, de certa forma, também faz isso, mas dentro da sua humanidade, não tentando te tirar a dignidade.



MC - Quando foi que a senhora percebeu que o presidente interino, Michel Temer, deixou de ser seu aliado?


DR - Quando ele começou a se manifestar, a fazer suas cartas e declarações. Era tudo muito óbvio. Lamento muito que ele tenha usado a estrutura da vice-presidência para percorrer o Brasil inteiro articulando uma conspiração. Fazendo um paralelo com a situação atual: sou presidente eleita, tenho todo o direito de usar o avião [das Forças Armadas do Brasil]. Quem não tinha o direito de usar o avião para ir a todos os estados conspirando contra mim era ele.



MC - Quando Temer escreveu aquela carta descrevendo seus ressentimentos, a senhora o chamou para uma conversa. O que disse?


DR - Eu não marquei uma reunião. Quem marcou foi ele.



MC - Como foi a conversa?


DR - De praxe. Vocês conhecem a conversa de praxe?



MC - As nossas conversas de praxe são diferentes das da senhora...


DR - Eu ainda não conhecia a conversa de praxe de vice usurpador e traiçoeiro, mas é aquela conversa mole... “Não foi bem isso”, “Aquilo era uma carta pessoal, vazou”. Mas não foi vazamento, né? Foi um autovazamento...



MC - Descreva a noite em que a Câmara dos Deputados aceitou seu processo de impeachment. É verdade que pediu que consolassem Lula? E a senhora, precisou de consolo?


DR - As pessoas sentem as coisas de jeitos diferentes e temos de respeitar isso. O presidente Lula tem uma imensa sensibilidade e afetividade. Pedi que não o deixassem sozinho, não que o consolassem. Queria que o acompanhassem quando ele foi lá fora [aponta para o grande terraço do Palácio da Alvorada], estarrecido com o que estava acontecendo. Também fiquei chocada porque dá uma vergonha ver aquele discurso chocante. Eu pensava: “O que vão imaginar de nós?”. O povo brasileiro não é aquilo. Por mais erros que tenhamos cometido e defeitos que possuamos, somos muito melhores do que aquelas pessoas que votaram em nome da mulher, do filho, da honra e do caráter de quem foi preso na semana seguinte. Senti um imenso desconforto ouvindo falarem aquelas barbaridades... mais do que desconforto, senti algo que não estou sabendo qualificar [faz cara de nojo].


Não posso dar minha opinião sobre o aborto. Falo No dia em que sair daqui”


MC - Enjoo?


DR - Isso, enjoo. Foi muito feio.



MC - A senhora falou “por mais erros que tenhamos cometido”. Quais foram eles?


DR - Eu me recuso a fazer uma coisa que a imprensa adora. Não vou dar chicotadas nas minhas costas. Em qualquer processo humano, a gente erra. Cometi um erro fazendo aliança com meu vice e com todos que o cercam. Houve uma ruptura do pacto que governou o Brasil desde 1988. Partidos com programas mais ideológicos e projetos que ganhavam as eleições faziam um acordo de governabilidade com o centro, que sempre foi democrático. Nos últimos anos, isso mudou. Estou falando de um grupo que tem na figura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seu grande dirigente. [A entrevista foi concedida antes da renúnica do ex-presidente da Câmara dos Deputados.] O golpe foi promovido pelo Cunha e entregue para eles, que não tinham condição de fazer golpe. Onde eu acho que fiz um grande erro na política? Quando comecei a ver o mal-estar que estava se instalando. As votações estavam ficando difíceis, as transações também. Assisti à resistência imensa na Lei dos Portos e na Lei do Marco Civil da Internet. Ali estavam claros todos os processos de negociações sombrias. Sempre que a operação Lava Jato chegava mais perto dele [Eduardo Cunha], ele atacava. A gente devia ter percebido que não dava para fazer coligação, compor o governo com eles. Não poderíamos ter nos ligados com quem não estava mais respeitando as negociações nos moldes republicanos.



MC - Seus adversários e aliados dizem que a senhora tem dificuldade de ouvir.


DR - Ouvir o quê? Sei o que querem que eu ouça: negociações que não são republicanas. Não faço isso.


MC - Acredita-se que a delação do empresário Marcelo Odebrecht pode confirmar pagamentos ilícitos que a construtora dele teria feito a João Santana, seu marqueteiro de campanha de 2014. Que consequências isso traria para a senhora?


DR - Ô, gente, tirando a hipótese de você ter um canal especial transmitindo o que acontece dentro da sala da delação, eu não entendo essa informação. Então, vocês me permitam não responder.



MC - Se a senhora voltar para o governo, quais são seus planos?


DR - Desfazer os danos feitos [pelo governo interino] nos programas sociais. Também acredito que é fundamental que o governo eleito escolha pessoas para além da questão partidária [em sua composição] e olhe este período até 2018 como de reafirmação da democracia.



MC - E, se a senhora não voltar, quais são os planos?


DR - Eu não vou aceitar essa suposição, estou na luta e estarei até o fim.



MC - O seu ex-marido, Carlos Araujo, deu uma entrevista em que contou uma série de casos extraconjugais que ele teve...


DR - [Risos] Faz 30 anos que eu me separei dele, pô, 30 anos! Sei lá o que ele fez ou deixou de fazer. Sabe, acho que a vida é muito complicada para ficar julgando alguém. Não julgo ninguém, não. Ele teve os casos dele, é da vida. Eu me dou muito bem com ele.



MC - Isso era para chegar à pergunta: quais traições são perdoáveis e quais não?


DR - Não tem regra. Cada um resolve, é de foro íntimo. Tinha um cara que falava que é de forno íntimo [risos].



MC - A senhora tem mais tempo livre?


DR - Nem tanto. É parecido com o que tinha antes. Tenho ido mais ao Rio Grande do Sul, nos fins de semana, ver meus netos [Gabriel, 5 anos, e Guilherme, 6 meses]. Mas também os via quando vinham para cá.


Eu não conhecia a conversa de vice traiçoeiro e usurpador”.

MC - É verdade que a senhora acorda às 5h30 da manhã para pedalar, volta e começa a despachar?


DR - Não, não. Eu volto, tomo banho, café, leio jornal, blog. Sou normal [risos]. Estava levantando às 5h30 quando o dia começava às 6h. Hoje começou às 6h38, comecei a andar de bicicleta às 6h50. A bicicleta deixa a gente muito feliz da vida.



MC - Tem outros hobbies?


DR - Gosto muito de séries e filmes. Gostei de Downtown Abbey, acho a House of Cards americana chatérrima. Gosto de Doc Martin e The Midwife, sobre enfermeiras. Vi um filme de que gostei muito, Os Filhos da Meia-noite. Assista.



MC - E outros pequenos prazeres?


DR - Se alguém acender um charuto ou um cachimbo perto de mim, tenho de me controlar para não sair atrás da fumaça que nem aqueles personagens de desenho. Parei de fumar cigarro em 1986. Fumava quatro maços por dia.



MC - A senhora diz que não chora em situações extremas. Quando foi a última vez que chorou?


DR - Assisto a filme e choro. Mas situações extremas pessoais?



MC - Pessoais, profissionais.


DR - Mas, nos filmes, você chora porque se projeta. Choro lendo Manuelzão e Miguilim [de Guimarães Rosa]. Choro com criança. Mas, em situações extremas, não choro. Na morte do meu pai demorei muito para chorar. Foi uma das situações mais extremas da minha vida. A maior dor, desesperadora. Quanto mais a barra é pesada, menos choro. Isso não significa que não extravase. Acho que às vezes a gente até somatiza. Duas doenças que tive, acho que foi porque não extravasei. [Além do câncer], tive um problema na tireoide quando meu pai morreu.



MC - A senhora já fez terapia?


DR - Não. Agora li muito Freud viu, querida? O que li de Freud não está no gibi. Aliás, outro dia mostrei minha coleção de livros. Gosto ainda mais deles do que de filmes. Tenho ciúmes e todos os maus sentimentos com meus livros.



MC - Qual é o seu maior medo?


DR - Medo? Olha, não falo porque fico com medo [risos]. É em relação aos meus netos e à minha filha. A gente tem medo de falar nisso. Não gosto nem de pensar.



MC - É verdade que a senhora dorme de sapatos e guarda dinheiro no colchão?


DR - Olha, querida, dormi de sapato bem uns cinco anos da minha vida, vocês nem eram nascidas, no fim da década de 60. Dormia vestida porque, a qualquer momento, tinha que acordar e ir embora. Os caras sempre podiam estar ali. Mas não durmo mais não. E sempre tem um dinheirinho vivo, uai. Isso daí você adquire [risos].



MC - A senhora ainda cuida do cabelo com Celso Kamura?


DR - Kamurete? Nunca vou largar o Kamurete. Minha filha, depois que fiz o tratamento [para curar o câncer], o cabelo cresceu em tufos. Na campanha de 2010, ficaram um tanto desesperados quando começaram a me filmar [risos]. O Kamura reconstruiu meu cabelo. Não vou todo mês. Mês e meio, mês e meio, ele aparece aqui. Eu tinjo meu cabelo.



MC - Sozinha?


DR - Não, peço ajuda a quem estiver por perto para segurar o pote de tinta.



MC - A senhora mora neste palácio enorme. Vai sentir falta?


DR - Nisto aqui ninguém mora. Você usa. O quarto é um horror. Acorda, dá o sinal para o ônibus, sobe e vai no banheiro. Se der fome de madrugada, tem uma geladeira.



MC - Deu vontade de fazer um ovo frito...


DR - Não pode. É um lugar bonito, bom de ver, não de morar. O lugar em que você mora tem que ter dimensões acolhedoras.



MC - A senhora está namorando?


DR - Agora paramos aqui, agora deu.

Fonte: Revista Marie Claire

Brasil : O DITADOR
Enviado por alexandre em 12/08/2016 09:12:57


Conheça as seis facetas de Fidel Castro, que completa 90 anos no sábado

Foto: Omara Garcia / AIN / Reuters

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro. Ele completa 90 anos no sábado

Fidel Castro chega nesse sábado (13) aos 90 anos, transformado em indiscutível e controverso protagonista do último século.


Já se passaram 57 anos desde que a "revolução dos barbudos" triunfou em Cuba, 54 anos desde que uma crise nuclear quase começou em meio à Guerra Fria, e dez desde que Fidel deixou o poder por problemas de saúde. E ele continua firme.


Em 2011, o líder da Revolução Cubana admitiu que nunca pensou "viver tantos anos" e em abril deste ano pareceu se despedir: "Em breve serei como todos os outros. A vez chega para todos".


Venerado, odiado, influente, inimigo implacável, grande sedutor, sobrevivente. A AFP apresenta seis facetas do líder cubano.


O estrategista


Fidel tinha 32 anos quando entrou triunfante em Havana. Era 1959, usava barba e uniforme e vinha da derrota de um exército de 80 mil homens contra uma guerrilha que em seu pior momento contou com 12 homens e sete fuzis. Sem passado militar, Fidel Castro expulsou do poder o general e ditador Fulgêncio Batista, na luta que começou com o fracasso da tomada do quartel Moncada, em 1953.


Fidel aplicou uma "doutrina militar própria" e conseguiu "transformar uma guerrilha em um poder paralelo, formado por guerrilheiros, organizações clandestinas e populares", disse à AFP Alí Rodríguez, ex-guerrilheiro e atual embaixador venezuelano em Cuba.


O líder cubano derrotou conspirações apoiadas pelos EUA e enviou 386 mil concidadãos para lutar em Angola, Etiópia, Congo, Argélia e Síria. Ao longo de 40 anos (1958-2000) escapou de 634 tentativas de assassinato, escreveu Fabián Escalante, ex-chefe de inteligência cubano, segundo o veículo de informação alternativa Cubadebate.


Ao jornalista Ignacio Ramonet, Fidel confessou que quase sempre carregava uma pistola Browning de 15 tiros. "Oxalá todos morrêssemos de morte natural, não queremos que se adiante nem um segundo a hora da morte", declarou em 1991.


O sedutor


"Fiquei tão impressionada! Não pude fazer mais que olhar no rosto dele e dizer: te amo". Mercedes González, uma cubana de 59 anos, só viu de perto por duas vezes o líder cubano, mas não resistiu ao "efeito" Fidel.


Seja pelo aspecto rude de guerrilheiro ou seus discursos quilométricos - a maioria espontâneos porque ele gostava do "nascimento das ideias", segundo Salomón Susi, autor do Dicionário de Pensamentos de Fidel Castro -, Fidel fascinava também as massas, as mulheres, os políticos e os artistas.


"Ele projeta uma imagem pública muito atraente", um dom que também "faz parte de sua lenda", diz Susi. Já longe do poder, Fidel publicou reflexões sobre diversos temas. Apesar disso, o grande sedutor mantém a portas fechadas sua vida privada (dois casamentos e sete filhos com três mulheres é a única coisa que se conhece).


"A vida privada, na minha opinião, não deve ser instrumento da publicidade, nem da política", sentenciou em 1992.


O inimigo


"É o homem dos 'E's: ególatra, egoísta e egocêntrico". Assim Fidel Castro é definido pela dissidente Martha Beatriz Roque, de 71 anos. Quem se opôs, acrescenta, enfrentou uma tripla resposta: "a prisão, os espancamentos e os protestos de repúdio".


Fidel desafiou dez presidentes dos Estados Unidos e governou com mão de ferro.


Em 1959, condenou a 20 anos de prisão o comandante de Sierra Maestra, Huber Matos, por insurreição. Na "primavera negra" de 2003 mandou prender 75 dissidentes, incluindo Martha Beatriz Roque, e nesse mesmo ano foram fuzilados três cubanos que roubaram uma lancha para fugir dos Estados Unidos.


Fidel sempre negou os pedidos internacionais para uma abertura política e considerou os opositores "mercenários". "Eu vou lembrar dele como um ditador", diz Roque.


O mito


Enquanto proclamava o triunfo da revolução em 1959, várias pombas voaram a seu redor e uma delas pousou docemente em seu ombro. As pessoas entenderam como um sinal sobrenatural. O mito marcou a vida de Fidel.


Em um país onde o cristianismo se mistura aos cultos africanos, os cubanos atribuíram a Fidel a proteção do orixá Obatalá, o deus pai, o mais poderoso. Viam-no como um homem inabalável, que tinha solução para tudo, era considerado quase imortal até adoecer em 2006. Apesar da gravidade, sobreviveu.


"Pode ser que seja tocado pelos deuses, como dizem os que têm axé (sorte e poder)", segundo a especialista cubana em cultos africanos, Natalia Bolívar.


A figura paternal do "comandante", tão respeitada como temida, é onipresente. Era visto tanto no meio de um furacão, quanto ensinando a preparar uma pizza. Se acredito até que se protegia com um colete à prova de balas.


"Tenho um colete moral, é forte. Esse tem me protegido sempre", disse aos jornalistas enquanto mostrava o peito durante uma viagem aos Estados Unidos em 1979.


Fidel dizia não apreciar o culto à personalidade. Não há estátuas, mas sua imagem se multiplica na ilha.


O inspirador


Um século XX sem Fidel Castro? Impossível de dizer. Nos anos 60, ele apoiou as guerrilhas da Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Uruguai e Venezuela; no final dos 90 adotou politicamente Hugo Chávez (morto em 2013) e hoje Cuba é anfitriã e garante o acordo de paz que pretende acabar com meio século de luta armada na Colômbia.


A revolução de Fidel "provoca (...) a vontade de lutar, de ir para montanha, empunhar um fuzil para tentar mudar as coisas", diz Iván Márquez, o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).


Mas também "graças a Cuba podemos avançar tanto. Nenhuma outra tentativa de paz na Colômbia (...), tinha conseguido o que se conseguiu aqui, acrescenta Iván em entrevista à AFP.


Fidel exportou, além disso, as missões médicas que ajudaram os governos de esquerda a serem populares. "É o personagem mais importante do século XX no hemisfério ocidental", diz Márquez.


O Quixote


"Voltarão". Em 2001 Fidel Castro prometeu que traria de volta seus cinco agentes presos pelos Estados Unidos três anos antes.
"Quando Fidel disse 'voltarão', disse ao povo cubano: vocês os trarão", disse à AFP René González, um dos cinco cubanos libertados por Washington entre 2011 e 2014.


González ilustra assim o poder do ex-mandatário de contagiar com suas ideias, por mais incríveis que parecessem.


Mas nem sempre o Quixote caribenho venceu. Após um esforço titânico, não conseguiu, como tinha proposto, produzir 10 milhões de toneladas de açúcar em 1970. Mas conseguiu que Cuba derrotasse o analfabetismo em apenas um ano (1961).


Também se propôs a fazer de Cuba uma "potência médica", quando tinha somente 3.000 médicos no país. Hoje tem cerca de 88.000 especialistas, um para cada 640 habitantes.


Na ilha, proliferaram os "planos Fidel", experimentos sem sucesso para criar búfalos, gansos ou transformar Cuba em produtora de queijos de qualidade, quando ainda tinha um déficit de vacas.


Também não conseguiu que os Estados Unidos devolvessem o território de Guantánamo, cedido há um século, mas conseguiu trazer de volta o menino Elián González, levado clandestinamente em uma embarcação por sua mãe, que morreu na tentativa de chegar a Miami e cuja custódia provocou uma queda de braço entre Havana e Washington.



Fonte: G1

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