Resenha Política : RESENHA POLÍTICA
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Enviado por alexandre em 17/09/2019 22:47:35 |
RESENHA POLÍTICA BIPOLAR – A bancada do PSL - partido da família Bolsonaro – passa por dois dilemas difíceis de resolver: o primeiro na Câmara Federal - é contra a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar eventuais malfeitos processuais da Operação Lava Jato decorrentes dos vazamentos feitos pelo site The Intercept. O segundo, no Senado Federal em que luta para instalar uma CPI denominada da toga que tem como alvo ministros do STF. Em ambos os casos os irmãos Flávio e Carlos Bolsonaro assumem posições contrárias, o que revela a bipolaridade deste governo. As CPIs também têm provocado debates calorosos entre os bobos da corte – os partidários do “Bolsonarismo”- e os seus desafetos (xiitas do petismo). CPI – Independente das razões pelas quais são abertas as Comissões Parlamentares de Inquéritos, uma das funções do parlamentar é exercer a fiscalização das ações políticas dos outros poderes. Há uma gritaria histérica contra quem assina a abertura dessas comissões sob todo tipo de alegação, o que é uma estupidez, visto que os instrumentos de investigação são estabelecidos regimentalmente e a conclusão do relatório, após ser debatido e votado, é encaminhado ao crivo do Poder Judiciário que, em última análise, decide sobre as supostas ilegalidades que porventura emergem com a CPI. Qual o motivo, então, das reações contrárias às CPIs? Diz o adágio: quem não deve não teme... FATO – Para ser proposta uma CPI, o proponente tem que mostrar um fato concreto com evidências de supostas ilicitudes e as assinaturas dos pares regimentalmente estabelecidas. O que não é tolerável é abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito como forma de chantagem. Aliás, o que não é novidade no histórico do parlamento brasileiro. Apesar de lamentável. COSCUVILHEIRO – O atual prefeito da capital anda assoberbado com os problemas diários do município e com os administrativos e, ao que parece, ainda não percebeu que boa parte deles nasce de fofocas produzidas por pessoas próximas ao seu gabinete. O coscuvilheiro é uma pessoa desocupada que vive de espalhar sua caruara feito bicheira de boi velho e tem um no paço municipal que anda mugindo solto no pasto. Uma questão de tempo para ser levado ao abate. Voltaremos ao tema. NACIONALIZAÇÃO - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em razão do processo de ebulição existente no campo, em particular aqui, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que os casos de assassinatos e torturas envolvendo líderes comunitários de Rondônia sejam federalizados. A solicitação, em caráter de urgência, foi feita na última semana. MORTES - Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), a federalização é necessária por causa da dificuldade em obter informações atualizadas dos inquéritos estaduais envolvendo conflitos agrários, embora as autoridades de Rondônia digam que os percentuais investigados de homicídios sejam os maiores do país. Desde 2012 a PGR analisa as mortes de líderes comunitários que denunciaram a grilagem de terras e exploração ilegal de madeira em Rondônia. Neste período, a PGR concluiu que há "uma incapacidade" do estado em responsabilizar os mandantes dos assassinatos. O que é verdade. OPERAÇÃO – Nesta terça-feira (17), em vários municípios de Rondônia, foi deflagrada uma operação com a Polícia Federal, além de outros órgãos, que identificou uma suposta organização de grileiros em terras indígenas. A coluna apurou que é uma investigação longa e muito bem feita e que tem um condão repressivo, mas também pedagógico ao impor ordem no setor ambiental que ultimamente havia sido desprezado pelos agentes políticos. Como diria um xerife: law and order. AGRÁRIO – Não é apenas a questão ambiental que tem causado desgastes à imagem do país no estrangeiro. Os conflitos agrários entraram na pauta negativa, o que tende a causar mais problemas comerciais aos nossos produtos agrícolas de exportação. Há uma tensão no campo que pode explodir a qualquer momento desde que produtores entenderam de forma equivocada discursos e agentes políticos começaram a criminalizar os movimentos pela terra. DEBATE – Coube ao presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Laerte Gomes (PSDB), atendendo a um pleito do deputado federal Lúcio Mosquini (MDB), promover um grande e proveitoso debate sobre a questão agrária, segunda passada (16), envolvendo as principais autoridades. Infelizmente, o discurso do governador não fez nenhuma observação aos conflitos, mas tão somente à regularização da terra. O título da terra é uma reivindicação social e econômica e todos são favoráveis, o que não é razoável é escamotear a violência no campo. De nada adiantará titular o lote e não pacificar o campo. IMPASSE - O impasse observado na audiência pública sobre a regularização fundiária das terras da União é que quem pode fazê-la (Incra) não tem do governo federal as verbas necessárias. Quem tem verbas (Estado e Assembleia) não pode fazê-la, já que a competência constitucional é da União. A solução para o imbróglio vem sendo discutida há décadas em horas e horas de reuniões e audiências. Do ponto de vista legal, é quase impossível transferir um patrimônio da União para o particular. Tem critérios rigorosos e a terra tem que ser paga. A Constituição não autoriza distribuir patrimônio público. COLONIZAÇÃO - Colonos antigos reivindicam o direito por terem atendido ao chamado na época do "Integrar para não entregar" e grandes grileiros vão na carona. E nesse intervalo muitas transações imobiliárias precárias já foram feitas, ou seja, sem o título mesmo. Uns defendem que a União transfira para o Estado o poder de regularizar. Outros que se façam parcerias. De todo modo, é bem temeroso deixar no âmbito paroquial o poder de dar o título da terra. O simples ato da entrega já vem sempre carreado de interesses eleitoreiros. COMPETÊNCIA - Cabe à autarquia federal Incra a função de emitir o título das terras da União. Mudar isso é um processo tão ou mais complicado que a própria regularização. O órgão tem todo o aparato legal e o know-how para fazer esse mister, mas o governo federal tratou de desidratá-lo. Não envia recursos financeiros, cancelou contratos terceirizados e não substitui os servidores que se aposentam. SOLUÇÃO - O mais sensato, pelo desenrolar do evento, caso o governo Bolsonaro não destine recursos para o órgão, será mesmo que o estado, com o apoio da Assembleia, concretize termos de cooperação para viabilizar todas as etapas técnicas - vistorias, geoprocessamento etc. - até a feitura do título. Serão cerca de 35 mil títulos a um custo de R$ 50 milhões, estimados. REGISTRO – Embora atrasado, registramos com pesar também a subida ao plano superior do ex-senador Odacir Soares. Há personagens em nossa história política que não expressam (ou expressavam) os nossos pensamentos, e Odacir Soares é um exemplo, mas tiveram um papel importante no crescimento de Rondônia e deixaram com seus atos um legado histórico. A experiência e a inteligência do ex-senador farão falta ao estado. Sempre que nos encontrávamos informalmente trocávamos algumas boas palavras humoradas. Fica nosso singelo registro. TÍTULO – No próximo dia 25, no plenário da Assembleia Legislativa, o desembargador Renato Mimessi receberá o título de cidadão honorário de Rondônia. O título foi uma iniciativa do deputado estadual Laerte Gomes. |
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Resenha Política : Delação feita por um empresário madeireiro vai desencadear uma operação em cadeia de Rondônia ao Pará
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Enviado por alexandre em 28/08/2019 09:16:25 |
Delação feita por um empresário madeireiro vai desencadear uma operação em cadeia de Rondônia ao Pará A íntegra da coluna redigida por Robson Oliveira Por Robson Oliveira
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA NÉSCIO – Ao propor a extinção do Incra para que o estado avoque as funções fundiárias desenvolvidas pelo órgão federal, Evandro Padovani, Secretário de Estadual de Agricultura, revela que em questão agrária é um néscio. O Incra tem feito ao longo de sua existência um trabalho satisfatório na regularização e pacificação fundiária com o recurso insuficiente que tem. Em relação às ações típicas da Seagri, é possível que Padovani tenha alguma expertise, embora o setor em Rondônia venha se expandindo com resultados exitosos independentemente das ações governamentais. BOQUIRROTO – Durante três colunas este cabeça chata vem alertando para as declarações do presidente Bolsonaro e do seu subalterno na área ambiental, Ricardo Salles, por serem o combustível explosivo que deu visibilidade internacional às labaredas das queimadas na região Norte, em particular Rondônia. No meio de tanta insensatez que causou tanta combustão nessa discussão, as falas do presidente ao criticar as ações de fiscalização na área ambiental, desde o início do ano, foram entendidas como uma senha para liberar geral as ações predatórias contra nossas reservas, seja na extração ilegal da madeira, seja na expansão desordenada das áreas de pasto. REAÇÃO – Um exemplo de como as falas de nossas autoridades são interpretadas por estes setores do agronegócio de forma tosca e equivocada, basta lembrar a reação que culminou com o incêndio de um caminhão pipa que transportava combustível para o abastecimento dos veículos da fiscalização do Ibama, em Espigão do Oeste. Ora, quando nossas autoridades responsáveis pela ordem incentivam o contrário, emerge o caos. EXEMPLO - Há uma gravação, por exemplo - esta coluna transcreveu na época-, em que o próprio governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, avisa aos madeireiros que não iria autorizar a participação das polícias do estado nas ações de repressão contra os eventuais crimes perpetrados em Espigão do Oeste por madeireiros. Nem as suspeitas de que parte dessa madeira seja oriunda das reservas indígenas da região foram suficientes para que o governo abrisse uma investigação. Suspeitas estas que exigiam do poder público ao menos uma investigação preliminar e ações preventivas de repressão para que a ordem fosse restabelecida. A fala do coronel governador Rocha também serviu para que os céus de Rondônia entrassem em chamas. FOTOGRAFIAS – Enquanto a Amazônia virava cinzas, os grupos políticos que se rivalizam de forma venal nas mídias sociais debatiam sobre fotos supostamente da floresta Amazônica em fogo que personalidades e autoridades internacionais utilizaram como ilustrações das matérias ou denúncias. Uma polêmica inútil e sem sentido, visto que tais fotos apenas ilustram o conteúdo da denúncia. Inequívocos são os dados disponíveis por órgãos científicos de que as queimadas e o desmatamento voltaram a crescer. O que devemos condenar, como também reprovar, são as falas de nossas autoridades políticas que terminaram servindo como incentivos das queimadas. O resto é lorota. O que conta é o essencial: o ar irrespirável, pastos e florestas em chamas e os órgãos de fiscalização sucateados sem condições objetivas para conter a criminalidade ambiental. GARIMPAGEM – Ao declarar recentemente que o governo tem intenção de encaminhar ao Congresso Nacional uma emenda para regularizar a garimpagem nas reservas indígenas, Bolsonaro termina dando razão aos ambientalistas de que seu governo quer flexibilizar a legislação para que o garimpo seja legalizado em áreas de preservação. Com isto, aumenta este abismo de devastação na Amazônia com reflexos danosos às comunidades indígenas. Não há um local, desde que os portugueses saquearam e levaram o nosso ouro e pedras preciosas para a coroa lisboeta, em que o garimpo foi liberado e que o resultado não tenha sido um desastre. Um exemplo é Serra Pelada. Ao prometer liberar nas terras indígenas, o governo estimula um setor altamente predatório. PAPO FURADO – Nossas autoridades costumam repetir o bordão de que é preciso regularizar o garimpo de diamante em Espigão do Oeste, localizado da reserva Cinta Larga e Zoros, sob o falso argumento de que as riquezas estão saindo clandestinamente sem que nada fique para o cofre estadual. Onde os garimpos foram regularizados o legado deixado para o poder público local são os problemas sociais na saúde, educação e segurança pública e, lógico, os problemas ambientais. O resto é papo furado! UFANISMO – Todas as vezes em que a comunidade internacional reage contra a falta de zelo do Brasil com os recursos naturais da Amazônia surgem as reações internas alegando uma suposta conspiração visando a internacionalização de nossa região. Foi assim no governo FHC, Lula e, agora, repetido no de Jair Bolsonaro. O ufanismo exacerbado na verdade é o meio pelo qual o governante de plantão utiliza para desviar o foco da verdade, ou seja, toda vez que nosso sistema de fiscalização e repressão dos crimes ambientais relaxam em suas funções, optamos por um nacionalismo infantil ao invés de reconhecer o erro e investir em alternativas para a região . Não há em marcha nenhuma conspiração com o objetivo de invasão do território nacional, especialmente da Amazônia. O que há é um governo que atenta contra nossos recursos hídricos e vegetais para atender um setor econômico predatório. Delação – Uma delação feita por um empresário madeireiro vai desencadear ainda uma operação em cadeia de Rondônia ao Pará. O delator fez sua parte e entregou cada um dos parceiros que operavam de forma ilegal a extração vegetal sob os auspícios de outras autoridades administrativas e políticas. A princípio o foco das atenções é a região de Ariquemes. |
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Resenha Política : Delação de empresário que explora o ramo da saúde trará reflexos imprevisíveis em Rondônia
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Enviado por alexandre em 20/08/2019 21:43:38 |
Por Robson Oliveira
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA BAZAR – O evento “Bazar da Solidariedade”, de iniciativa do Procurador Federal Reginaldo Trindade, ocorrido sábado passado na capital para arrecadar fundos destinados às ações sociais da Pestalozzi, foi uma das maiores mobilizações da generosidade de parte da população portovelhense. É verdade que muitas autoridades e instituições também se engajaram na mobilização, mas era perceptível no rosto das pessoas que foram ao bazar pela felicidade em ajudar ao próximo. Como bem disse Trindade, é um resultado do ato de amor. Principalmente em tempos de cólera. Este colunista deu uma passada discreta no evento e constatou o sucesso da iniciativa. EXAGERO – A reação dos órgãos judiciais contra a lei aprovada no Congresso Nacional que tipifica o abuso de autoridade provocou mais lorota do que fato. As críticas desses setores são, em síntese, de que o novo regramento tem um conteúdo abstrato que poderá ser interpretado de forma diversa interferindo na independência do julgador, na liberdade funcional no MP, entre outros. Se há exagero é exatamente na reação destes setores, visto que em última análise caberão a tais instituições avaliar quais excessos causados por seus membros que amoldam ao tipo do abuso. REPRISE - Quando o Congresso Nacional começou a debater a criação do CNJ e CNMP, as mesmíssimas críticas foram feitas e as instituições estão em funcionamento sem que nenhuma garantia constitucional inerente à judicatura nem ao órgão ministerial tenha sido perpetrada. A gritaria de hoje é a mesma de outrora. São órgãos que sempre resistem às mudanças e reagem com força quando elas não são de iniciativa própria. A reação é normal e uma reprise do que já vimos. DOIS PESOS - O que não é correto é nivelar todo parlamento com aqueles que cometeram delitos e justificar as críticas ao projeto de abuso de autoridade como uma reação daqueles políticos investigados. Uma posição injusta porque o número de congressista hoje investigado é bem menor em relação aos que nada devem. Ademais, nas últimas eleições vários parlamentares envolvidos, por exemplo, na Lava Jato, mesmo alguns sem sequer condenação, foram barrados. QUEIMADAS – Por três semanas consecutivas a coluna tem abordado o avanço desenfreado sobre as reservas florestais e indígenas, seja de madeireiros, seja de garimpeiros. Além das razões da sustentabilidade, a coluna sempre tomou posição contra o avanço indiscriminado do plantio da soja nesta região amazônica por razões de concepção ambiental. As queimas, que têm registrado números absurdos, provocou, sexta-feira passada, todos os transtornos à população estadual e refletiu em outros estados, inclusive com o fechamento do aeroporto da capital. RECESSÃO – As declarações destemperadas do presidente da República contra a legislação ambiental e o afrouxamento nas ações de repressão são caminhos férteis ao aumento da devastação e os prejuízos à nação do eco destas falas tresloucadas podem ser maiores e imprevisíveis do que imaginamos. A falta de filtro vernacular do presidente em relação à questão ambiental, sobretudo num mundo competitivo, tende a criar restrições aos produtos agrícolas e à proteína animal nos mercados europeus e asiáticos. E o agronegócio, pilar da campanha de Bolsonaro e viga de sustentação da balança comercial brasileira, sofrerá retaliações comerciais, o que aprofundará nossa crise econômica. HORDA – Na hipótese dos produtos brasileiros sofrerem restrições comerciais devido às questões ambientais, nada adiantará à horda que defende o governo federal vociferar sua ira nas mídias sociais sob o argumento de que os culpados são os “comunas” que comandam as organização ambientais não governamentais. A soja brasileira disputa os mercados internacionais com o produto americano e nossa proteína animal, que produz carnes de primeira linha, sofre a concorrência acirrada com a irlandesa e australiana. Um vacilo nosso nas barreiras fitossanitárias e na preservação das reservas, afeta o agro e jogara o país numa recessão sem precedentes. DESMATAMENTO - A crise aumentou quando a mídia publicou como de responsabilidade do INPE dados sobre um aumento no desmatamento na Amazônia entre meados do ano passado e julho deste ano. O capitão não gostou de ler os dados pela imprensa e mandou demitir o dirigente do INPE, embora os dados sejam corretos e o diretor um cientista respeitado internacionalmente sem vinculações partidárias. INCÔMODO – O fato é que o que irrita Bolsonaro e seus apoiadores integrantes do agronegócio e do extrativismo é a eficiência do sistema de monitoramento e alertas sobre avanços do desmatamento emitidos pelo instituto, um instrumento consolidado de ação legal rápida para conter a devastação da Amazônia provocada pelos atos desenfreados de pecuaristas, madeireiros e mineradores. As falas de Bolsonaro ameaçam diretamente o agronegócio, principal fonte de divisas externas da economia brasileira, tábua de salvação do comércio exterior, e lança dúvidas sobre a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. ARIQUEMES – Umas das principais áreas de conflitos agrários e região onde assola a pistolagem de Rondônia, o município de Ariquemes e adjacências, são exemplos de degradação ambiental e assassinatos. A coluna apurou que esta região preocupa muitas autoridades, seja na questão ambiental, seja na simbiose política com os malfeitos. Local que exige dos órgãos uma ação mais efetiva para coibir as deformações existentes. DELAÇÃO – Uma delação feita por um empresário carioca e que explora o ramo da saúde sobre acordos espúrios com o Governo de Minas Gerais, colhido recentemente na capital mineira, trará reflexos imprevisíveis em Rondônia. A fonte da coluna que verificou os autos em Minas confidenciou que os malfeitos da empresa lá foram replicados por aqui. Vem barulho por ai. |
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Resenha Política : RESENHA POLÍTICA
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Enviado por alexandre em 13/08/2019 23:33:39 |
Leia a coluna de Robson Oliveira MEIO AMBIENTE – Ao que parece é que o presidente Bolsonaro não percebeu que suas frases provocam mais desgaste para o país do que sua imaginação pode alcançar. A questão ambiental é hoje, aqui e alhures, uma das mais cruciais para a humanidade e não pode ser encarada pelos governantes como uma pauta ideológica, seja de esquerda, seja de direita. É uma pauta que afeta a todos, indistintamente. APEDEUTA – Todas as declarações presidenciais sobre o assunto deixam claro que os assessores do presidente para a área são ruins e não entendem nada, ou nosso chefe de estado é um apedeuta. Decerto que há exageros em alguns números divulgados quanto ao uso indevido dos biomas. Mas quanto ao desmatamento e às invasões das reservas indígenas, com a tecnologia hoje de monitoramento disponível, os números parecem ser até piores do que os anunciados. TERROR – Bolsonaro acenou em campanha para o agronegócio e chegou a chamar os movimentos populares pela terra de terroristas numa clara intenção de que na presidência as tensões no campo iam aumentar caso o MST mantivesse a mesma prática de invadir terra produtiva e tocar fogo nos equipamentos das fazendas. Para surpresa, ainda não houve um grande conflito entre MST e governo, e o conflito registrado até agora foi provocado pelo setor madeireiro da região de Espigão do Oeste que, com ato de terror, pôs fogo num caminhão pipa que transportava combustíveis para abastecer os carros dos órgãos de fiscalização naquela região. Ao invés de reprovar o ato, o presidente gravou um vídeo em defesa do agronegócio. EQUÍVOCOS – Desde que foi ungido ao cargo de mandatário da nação, Jair Bolsonaro tem voltado as suas mais acerbas críticas à atuação dos órgãos ambientais e sua metralhadora vernacular em direção às organizações não governamentais e ao mundo científico. Não por coincidência os setores que mais cobram do governo políticas restritivas contra a devastação desenfreada. RAPA – O governo federal tem feito um “rapa” no arcabouço jurídico construído desde que o Brasil sediou a Eco 92 e passou a adotar políticas em defesa do meio ambiente. Mudou o decreto que flexibiliza o porte de armas, o relaxamento das leis num dos países que mais mata em acidentes de trânsito, os ataques machistas e homofóbicos, a criminalização dos movimentos sociais, abriu precedente para aniquilação da cultura e terras dos índios, a perseguição a professores e estudantes, a defesa explícita do desmatamento, não apenas na Amazônia como nos demais biomas, a condenação sumária dos imigrantes e refugiados, inclusive dos nossos lá fora, enalteceu torturadores, além de estimular todo tipo de preconceito, em particular de gênero. GRILAGEM – Ontem, no principal telejornal brasileiro, mais uma matéria relacionada à questão ambiental. Desta feita, os índios Uru Eu Wau Wau – conhecidos como Japaú – com reserva a partir de Espigão do Oeste e se alastrando por mais regiões, estão denunciados uma suposta grilagem das suas reservas e que estariam sendo comercializados ilegalmente por grileiros como loteamentos. DIAMANTE – Na mesma região, os Cintas Largas – etnia reconhecida pelos brancos por ostentarem uma espécie de cinturão, feito de entrecasca de árvores, são alvos da garimpagem de diamantes. Há quem defenda, inclusive o presidente, a legalização desse garimpo sob o falso discurso de que nossas riquezas estão sendo exploradas clandestinamente, sem reconhecer que a ilegalidade é o reconhecimento da incompetência do estado brasileiro em não combater adequadamente o contrabando. A legalização, será o fim da etnia e a abertura total para que a madeira da reserva seja retirada também ilegalmente. TRATADOS – O Brasil é signatário de vários tratados internacionais na área ambiental, quer queira ou não o agronegócio, vai ser compelido a cumprir as normas ambientais. Do contrário, os produtos agrícolas e a proteína animal brasileira, principais produtos de nossas exportações, vão sofrer boicotes internacionais. Daí a necessidade de o presidente da República diminuir sua metralhadora verborrágica e o setor vegetal e agro se conscientizarem que num mundo globalizado não há espaço para prática criminosas e primitivas que remontam a ocupação de Rondônia há três décadas. JORNADA – Serventuários da justiça do estado de Rondônia lançaram um movimento denominado “Justiça 12” que visa a adoção da jornada de trabalho de 12 horas, ininterruptas. É um movimento espontâneo, capitalizado pelo jovem servidor Brunno Oliveira, que percebeu a proposta como saída para que os serviços destinados aos advogados e jurisdicionados não sejam suspensos. Atualmente o Poder Judiciário Estadual funciona em dois turnos, das oito horas às treze, depois retoma o atendimento das dezesseis horas às dezoito. Esta jornada tem causado problemas aos jurisdicionados, aos advogados e aos próprios serventuários. Uma simples mudança nesses horários, com duas turmas trabalhando ininterruptamente prestaria um serviço mais digno e melhor. Embora a cúpula do tribunal ainda não perceba. Fica a dica. ROCHA FILHO – A maioria dos membros da bancada federal de Rondônia compareceu ao ciclo de palestras que o escritório de advocacia Rocha Filho organizou para debater as perspectivas do agronegócio. Diego Vasconcelos, um dos sócios da banca, promete novos painéis de interesse estadual. As questões ambientais e agrárias estão no radar como temas importantes para nossa economia.
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Resenha Política : RESENHA POLÍTICA
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Enviado por alexandre em 30/07/2019 23:46:04 |
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA RADARES – Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha anunciado publicamente que não renovaria os contratos de funcionamento dos radares nas rodovias públicas, a Justiça Federal divulgou um acordo assinado entre o Dnit e a União para instalarem 1.140 radares de monitoramento de 2.278 faixas de rodovias federais não concedidas à iniciativa privada. O acordo foi assinado após sentença da 5ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que reverteu a decisão de Bolsonaro em desativar os radares. A União tem dois meses para recolocar em funcionamento os radares e dar início às novas instalações. NÚMEROS – Os prognósticos disponíveis apontam que os números de acidentes nas rodovias federais diminuíram em todas aquelas em que os radares foram instalados. São dados importantes que influenciaram de forma concreta a decisão judicial. Somente um ignóbil não percebe que estabelecer limites de velocidade, em particular nas rodovias que cortam os municípios, é importante para diminuir os acidentes e o número de óbitos. Em qualquer país civilizado as rodovias são policiadas e com redutores de velocidade. O papo de Bolsonaro em liberar geral a velocidade sob a justificativa de ser uma fábrica de multas não passa de lorota, visto que a multa somente é aplicada em quem ultrapassa os limites de velocidade estabelecidos pelas normas. FALASTRÃO – Como fala pelos cotovelos o que dá na telha e sem filtros, o presidente Bolsonaro tem provocado muita confusão e, não raro, grosserias contra os desafetos. Ao atacar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, Bolsonaro não mensurou as palavras fazendo ilações sobre o desaparecimento e morte do pai de Felipe, executado, segundo a Comissão da Verdade, pelo estado brasileiro em 1974, por se opor ao regime militar. A fala foi considerada uma crueldade por várias instituições e dezenas de autoridades, inclusive ligadas ao Bolsonarismo. A língua do mandatário faz tanto estrago ao governo quanto os péssimos índices da economia. Todos os dias temos uma nova pérola do falastrão. POLEMISTA – Acompanhei nas mídias sociais e na mídia nacional a reação enorme - a maioria reprovando – um discurso feito pelo antropólogo e médico Ari Ott, reitor da Universidade Federal de Rondônia. Não estivesse no cargo de magnífico certamente as palavras ditas por Ott no ambiente acadêmico não ressoariam tão estridentes quanto ressoaram. Conheço o magnífico desde os idos 1989, ano em que exerceu a vice-reitoria na gestão José Dettoni. Vem desta época a forma argumentativa, recheada de sarcasmo e ironia que Ott utiliza para abordar os mais variados temas, em particular aqueles que provocam reações apaixonadas dos libertários e incendiários puritanos. Ari sempre foi um polemista por natureza. Engana-se quem achar que ataques os mais acerbos vão mudar o modo dele pensar e expressar, mesmo que provoquem à sua paz de Ermitão Urbano algum desassossego. INFELICIDADE – Assisti ao vídeo em que Ari Ott – gravado num ambiente acadêmico - faz um discurso cheio de sarcasmo e ironia com uma dose provocativa a temas complexos para a realidade atual, a exemplo de religião, droga e nudismo. Embora este cabeça chata tenha dado boas risadas com o que viu, Ott foi infeliz na ironia e exagerado no sarcasmo. Ainda assim, tais exageros e infelicidades quando assistidas fora do contexto. Diria que, embora compreendendo a fala e não vendo nela nada de anormal, exceto ditas soltas, ou digamos, editadas, descontextualizadas, o Ari Ott que conheci no século passado é idêntico ao atual. Nada mudou! Ele se mantém fiel à mesma forma antropológica de se expressar o que provoca nos milicianos virtuais atuais a igual ira dos puritanos de outrora. Para alívio dele, consegue ovação dos velhos hippies e dos novos gêneros. É a vida moderna pós internet que deixa os ânimos exaltados. IRONIA – Um artigo publicado pela professora Ida Lúcia, analisando tais fenômenos, explica melhor a forma pela qual Ott utiliza para expressar intelectualmente suas posições. Na argumentação, a professora diz que a ironia, como um paradoxal meio de comunicação, traz em si mensagens claras para uns, obscuras para outros; inteligentes para uns, agressivas para outros. Análise que este escriba subscreve. AXIOMA - De modo geral, o humor presente nas trocas linguageiras é bem visto e considerado simpático. A ironia tende a ser mal vista e o sujeito que ironiza é mais temido que querido por seus interlocutores que, por vezes, não hesitam em lhe colar a etiqueta de pessoa irônica com uma carga axiológica não-positiva. O magnífico se encaixa bem nesse axioma. PANTOMIMA - Talvez essa seja uma visão estereotipada tanto do humor quanto da ironia, mas não deixa de ser algo que temos escutado bastante ao longo das pesquisas sobre o assunto. A ironia é como o diabo que salta de uma caixa, ela pode surgir sem que esperemos em um enunciado provocador ou brincalhão (ainda que com ar inocente), em uma palavra, em um gesto ou em um olhar. Não raro provoca perplexidade, mas em geral, para a plateia presente, contextualizada, não passa de uma tirada cheia de humor. É verdade que chocou alguns pelo traje estalar que cobre os ombros da magnificência, mas Ott nunca perderia a chance de uma boa pantomima, particularmente quando as academias, como na idade média, são apedrejadas. TESTEMUNHA – Meditei muito antes de meter meu bedelho nesta cruzada contra os cruzados, o problema é que desde o século passado nutro uma admiração pessoal que beira a irmandade com Ott. É na adversidade que os amigos aparecem, embora eu e Ari não nos vejamos com a mesma frequência que gostaríamos. Sou testemunha da colaboração intelectual dada a Rondônia por vossa magnificência Ari OTT, mesmo sabendo que não foi a primeira nem a última vez que seu discurso ressoa e provoca polêmicas. Quem o conhece pessoalmente, seja os que o odeiam, seja os que o amam, reconhecem nele um professor com atributos intelectuais bem diferenciados, o que contrasta com a mediocridade imperante em alguns meios acadêmicos. Ele não precisa da defesa feita nestas mal traçadas linhas, no entanto, a intolerância alcança níveis tão absurdos que ficar calado num episódio desse é uma covardia. Covarde este PB nunca vai ser. Ari é de longe o mais brilhante e erudito professor que conheço e até os desafetos reconhecem. |
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