Uma escrivã da Polícia Civil de Roraima ajudou a prender assassino do pai dela, 25 anos após crime, em Boa Vista (RR). O caso aconteceu na quarta-feira (25).
O autor do crime foi identificado como Raimundo Alves Gomes, de 60 anos de idade. Ele tinha sido condenado, em 2023, e estava foragido desde 2016.
Um vídeo mostra o momento em que o homem foi detido. A escrivã Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, participou da operação que prendeu o acusado.
Em entrevista ao G1, de onde são as informações, Gislayne falou em sensação de justiça feita.
– A sensação que eu e a minha família temos hoje é de que a justiça foi feita e que a gente finalmente vai ter paz – declarou.
Nesta quinta-feira (26), Raimundo passou por uma audiência de custódia, que manteve a prisão dele. O homem foi encaminhado para o sistema prisional do estado.
O pai de Gislayne se chamava Givaldo José Vicente de Deus. Ele tinha 35 anos de idade quando foi assassinado, em 1999.
A vítima estava em um bar, em Boa Vista, e levou um tiro durante uma briga por uma dívida de R$ 150 que tinha com Raimundo. Gomes levou Givaldo para um hospital e fugiu logo depois.
Gislayne começou a cursar Direito, em 2007. Sete anos depois, ela se tornou advogada.
Em 2022, a agente ingressou na polícia penal de Roraima e trabalhou na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e também no Departamento do Sistema Prisional (Desipe). Um ano depois ela foi aprovada no concurso público da Polícia Civil. Em julho de 2024, Gislayne se tornou escrivã.
Ele pediu para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH). No departamento, ela reuniu informações sobre o paradeiro de Raimundo e localizou um último mandado de prisão, expedido em 2019.
Megaoperação da Polícia Federal efetuou mais de 50 prisões
O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Patrik de Souza Lima está entre os mais de 50 presos durante a megaoperação Terabyte, da Polícia Federal (PF). A operação deflagrada nesta quarta-feira (25) visa combater a disseminação de pornografia envolvendo crianças.
O militar de 38 anos foi preso em flagrante com mais de 5 mil arquivos de pedofilia. Natural do Rio de Janeiro, ele estava lotado no Comando da Aeronáutica, no Ministério da Defesa, no Distrito Federal.
O sargento está sob custódia da FAB para responder as acusações.
A Força Aérea Brasileira se manifestou por meio de nota:
– A FAB informa que tomou conhecimento da ocorrência envolvendo um militar integrante de seu efetivo, em Brasília (DF). O militar foi preso em flagrante, encontra-se sob custódia da FAB e à disposição das autoridades policiais para elucidação dos fatos. O Comando da Aeronáutica reitera que repudia, veementemente, condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional.
Mais de 750 policiais participam da ofensiva, que é coordenada pela PF mas tem apoio das Polícias Civis dos estados e da Agência de Investigação Interna da Embaixada dos Estados Unidos. A orientação da Terabyte ficou a cargo da Coordenação de Repressão aos Crimes Cibernéticos Relacionados ao Abuso Sexual Infantojuvenil da Polícia Federal.
Segundo a PF, o nome da ofensiva – que faz referência à unidade de armazenamento de dados cibernéticos e que equivale a mil gigabytes – está ligado ao objetivo da investigação: mirar indivíduos que possuem ou trafeguem grande quantidade de material de abuso sexual infantil.
A influenciadora e advogada Deolane Bezerra usou o próprio filho de 17 anos em esquema de lavagem de dinheiro, segundo inquérito da Polícia Civil de Pernambuco. A investigação identificou que o adolescente tem uma renda mensal declarada de R$ 2 mil e movimentou R$ 1,4 milhão em sua conta bancária.
Segundo dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) citados no inquérito e obtidos pelo jornal O Globo, o adolescente recebeu R$ 1.393.959,84 em cerca de seis meses. Quase todas as transações foram feitas em pequenas quantidades via Pix.
“Chama atenção a incompatibilidade entre a renda mensal e o volume transacionado a crédito no período analisado, o que pode indicar que cliente tenha parte de sua movimentação na informalidade e/ou recursos transacionados sejam provenientes de atividades não declaradas”, diz o inquérito da Polícia Civil.
Os valores eram transferidos pela avó dele, Solange Bezerra, que também é investigada. Ela ainda utilizava um e-mail com o nome do neto para realizar negócios.
As transações foram um dos indícios do envolvimento de Deolane e Solange em esquema de lavagem de dinheiro. As duas são alvos da Operação Integration, que apura pessoas físicas e empresas envolvidas com jogos ilegais, como a casa de apostas Esportes da Sorte.
A influencer e a mãe foram presas preventivamente no início do mês junto de outros 15 investigados. Todos foram soltos nesta terça (24) por ordem do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), que aceitou habeas corpus da defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte.
Nesta quarta-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que pacientes que são Testemunhas de Jeová têm o direito de recusar tratamentos médicos que envolvam transfusões de sangue, por razões religiosas. A decisão se baseia no respeito à autonomia individual e à liberdade de crença, pilares da Constituição brasileira. Porém, a recusa não se aplica a terceiros, como pais decidindo por filhos menores.
A religião das Testemunhas de Jeová proíbe o uso de sangue de terceiros, interpretando passagens bíblicas que associam o sangue à vida. Por isso, seus seguidores optam por tratamentos alternativos, sem transfusões, quando disponíveis.
O STF também determinou que o Poder Público deve custear procedimentos alternativos, desde que sejam oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não gerem “custos desproporcionais”.
A decisão partiu da análise de dois recursos específicos que discutem a oferta de tratamentos sem o uso de sangue e a possibilidade de recusa por parte de pacientes.
Um dos casos envolvia uma paciente de Alagoas, que buscava uma cirurgia cardíaca pelo SUS sem a transfusão de sangue. A Santa Casa de Maceió condicionou o procedimento à assinatura de um termo permitindo o uso de sangue, o que foi recusado pela paciente. Na primeira e segunda instâncias, seu pedido foi negado, levando o caso ao STF.
Outro recurso foi apresentado por um paciente do Amazonas, que solicitava uma cirurgia ortopédica em hospital público sem a transfusão de sangue. Nesse caso, as instâncias inferiores obrigaram o governo a fornecer o tratamento solicitado, respeitando as convicções religiosas do paciente.
Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, relatores dos processos, votaram a favor do direito das Testemunhas de Jeová de recusarem transfusões. Barroso destacou que “existe direito das pessoas que professam a religião Testemunhas de Jeová de recusa à transfusão de sangue em qualquer procedimento médico”, desde que haja alternativas dentro do SUS e que o custo não seja excessivo.
Ele também afirmou que, se o paciente for hipossuficiente, o Estado deve arcar com os custos do deslocamento e estadia em locais que oferecem esses tratamentos.
Gilmar Mendes, ao acompanhar o voto de Barroso, ressaltou que a liberdade de crença e autodeterminação impedem que profissionais de saúde imponham tratamentos recusados por pacientes capazes e informados. “A atuação médica em respeito à legítima opção realizada pelo paciente não pode ser caracterizada como omissão de socorro”, afirmou Mendes. Ele também destacou que o dever dos médicos é utilizar todas as técnicas compatíveis com a crença religiosa do paciente.
A Associação Testemunhas de Jeová Brasil celebrou a decisão em nota oficial, afirmando que ela oferece “segurança jurídica aos pacientes, às administrações hospitalares e aos médicos comprometidos em prover o melhor tratamento de saúde, sempre respeitando a vontade do paciente”.
A associação também destacou a gratidão aos profissionais de saúde e às autoridades que respeitam o direito de escolha em tratamentos médicos.
O STF reforçou que a recusa deve ser expressa de forma livre, voluntária e informada, e que o paciente deve ser maior de idade e plenamente capaz. Além disso, a recusa precisa ser clara, registrada antes do ato médico e pode ser revogada a qualquer momento.
Ministro cobrou dados sobre tornozeleira eletrônica ao estado errado
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (PT), reconheceu ter cometido um erro ao ordenar a nova prisão de Kelson de Souza Lima, denunciado pelos atos do 8 de janeiro. Diante da constatação, o magistrado ordenou a soltura do rapaz, que estava detido há três meses por supostamente violar as regras do uso de tornozeleira eletrônica, quando, na verdade, o ministro que havia buscado os dados no estado errado.
Kelson foi preso pela primeira vez no dia dos atos e permaneceu detido até março de 2023, quando foi liberado sob medidas cautelares. Para seguir em liberdade, ele teria que usar continuamente o monitoramento eletrônico e se apresentar semanalmente a um juiz.
Em agosto de 2023, Moraes autorizou que Kelson se mudasse para Massapê, no Ceará. Entretanto, em junho deste ano, o magistrado cobrou do estado de São Paulo os dados sobre o uso da tornozeleira de Kelson, desconsiderando a mudança que ele mesmo permitiu.
Após São Paulo responder que não havia identificado atividade da tornozeleira, Moraes concluiu que o denunciado havia descumprido as medidas cautelares e ordenou sua volta para a prisão, alegando que Kelson demonstrara completo desprezo pelo STF.
O ministro reconheceu o equívoco após os advogados de Lima e a Procuradoria-Geral da República (PGR) o alertarem. Desde a nova prisão de Kelson até a ordem de soltura se passaram três meses.
Kelson é denunciado por associação criminosa e incitação ao crime. A defesa, contudo, relata que seu cliente estava no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército junto dos manifestantes porque se encontrava em situação de rua, precisando de alimento e abrigo. Os advogados ainda afirmam que Kelson possui transtornos psiquiátricos.