Ciência & Tecnologia : Satélites e internet: Brasil e potência asiática ampliam aliança no setor de tecnologia espacial
Enviado por alexandre em 16/04/2025 11:07:10

Satélites e internet: Brasil e potência asiática ampliam aliança no setor de tecnologia espacial
Foto: Reprodução

Com parceria de longa data, países desenvolvem em conjunto satélites para lançamento até 2030

A cooperação entre Brasil e China no desenvolvimento do setor de tecnologias espaciais é de longa data: os países já têm mais de cinco satélites projetados de maneira conjunta (os CBERS) desde 1988, com os dois últimos (o CBERS-6 e o CBERS-5) previstos para lançamento em órbita entre 2028 e 2030.

 

O satélite CBERS-4A, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe), em São José dos Campos (SP), e fruto de parceria tecnológica com a China, tem como objetivo auxiliar no monitoramento ambiental no território brasileiro, a fim de produzir alertas contra desmatamento, estudar a vegetação local e entender os padrões da agricultura e da hidrologia brasileiras.

 

Os satélites 5 e 6, que ainda aguardam lançamento, são voltados à observação meteorológica, para monitorar fenômenos climáticos e atuar na prevenção de catástrofes ambientais antes que elas atinjam as populações vulneráveis.

 

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Os investimentos nas rodadas de produção das tecnologias satelitais já atingiram mais de R$ 200 milhões, e o CBERS-5, que deve ser lançado em 2030, tem um custo estimado para o Brasil de até R$ 5 bilhões.

 

Em dezembro de 2024, além da assinatura do acordo para o desenvolvimento do novo satélite da parceria entre as duas potências do BRICS, a China "trouxe" ao Brasil uma nova empresa de fornecimento de internet via satélite, aprofundando os laços do país também no setor de serviços tecnológicos — e apresentando-se como potencial competidora direta da Starlink, de Elon Musk, embora a China tenha deixado clara sua intenção de "não se comparar" à empresa de Musk.

 

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A SpaceSail, um serviço de internet de alta velocidade por satélites de órbita baixa (Low Earth Orbit, ou LEO, na sigla em inglês), teve um acordo de parceria assinado entre os presidentes do Brasil e da China, o Ministério das Comunicações brasileiro e a Administração Nacional de Dados da China em 19 de dezembro do ano passado, que previa o desenvolvimento dos serviços da SpaceSail no Brasil, mas ainda sem prazo definido.

 

A empresa, que atua em Xangai, é privada e já tem 18 satélites lançados em órbita baixa, com planos de lançar até 15 mil novos satélites até 2030. A parceria foi travada entre os governos do Brasil e da China com previsão de início dos serviços ainda neste ano de 2025, mas a empresa precisa obter a autorização da Anatel para começar a operar em solo nacional.

 

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Fotos: Reprodução

 

À época da assinatura da cooperação, havia rumores entre o setor de comunicações brasileiro que previam a possibilidade de uma integração entre a SpaceSail e a Telebras, estatal brasileira de telecomunicações que já tem contratos ativos com o governo federal e poderia utilizar os serviços da SpaceSail para fornecer internet via satélite para "instalações de interesse do governo brasileiro", como narra uma reportagem da BBC.

 

No Brasil, esse papel é cumprido hoje, em grande parte, pelos serviços da Starlink, que fornece conexão a áreas remotas do país a que a internet comum não é capaz de chegar. A Starlink já tem torres em 90% das cidades da Amazônia Legal, mas também é a preferida entre os garimpeiros e traficantes de produtos ilegais (como madeira e drogas) na região.

 

Um dos planos anunciados em 2020 pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China foi o de estabelecer novas parcerias estratégicas no setor tecnológico, principalmente em se tratando da infraestrutura de internet via satélite. Mas o "spill-out" tecnológico não se restringe ao Brasil: a China também esteve auxiliando outras potências regionais do BRICS, como é o caso do Egito, na produção de sua própria tecnologia de satélite.

 

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Os países desenvolveram em conjunto o satélite MisrSat 2, que utiliza tecnologia chinesa e foi desenvolvido por engenheiros da Cidade Espacial Egípcia (complexo também financiado por investimentos chineses), e lançado à órbita baixa da Terra em 2023 para "monitorar o desenvolvimento urbano, determinar mudanças hídricas e no curso de rios, e monitorar a distribuição da agricultura no país", de acordo com a Agência Espacial do Egito. 

 

Fonte: CNN

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