Bolsonaro volta a falar em fraude nas eleições

Data 16/05/2021 00:52:29 | Tóopico: Regionais

UOL

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje (15) que "sem voto auditável" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencerá as eleições de 2022 "pela fraude". Mais uma vez, Bolsonaro participou de um evento com aglomeração sem usar máscara e voltou a criticar as medidas de isolamento social para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

"Se tiraram da cadeia o maior canalha da história do Brasil, se para esse canalha foi dado o direito de concorrer, o que me parece é que, se não tivermos o voto auditável, esse canalha, pela fraude, ganha as eleições do ano que vem. Não podemos admitir um sistema eleitoral que é passivo de fraude", disse Bolsonaro.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o processo de voto eletrônico já passa por auditoria. O tribunal afirma que, desde 2002, quando a auditoria passou a ser feita em todos os estados, o processo nunca apontou falhas que pudessem alterar os resultados das eleições.

Milhares de apoiadores do presidente acompanharam o discurso, em frente ao carro de som, aglomerados e grande parte deles sem máscara de proteção contra a covid-19. Bolsonaro chegou ao ato montado em um cavalo junto a alguns ministros.

Pesquisa Datafolha divulgada esta semana mostrou que Lula lidera a corrida eleitoral de 2022. Em um possível segundo turno contra Bolsonaro, o ex-presidente tem 55% de intenção de voto, contra 32% do atual chefe do Executivo.

A fala de Bolsonaro ocorreu em um carro de som que integra uma manifestação de apoio ao presidente, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No veículo, estava escrito: "Faça o que for preciso, eu autorizo, presidente".

Em cima do carro de som, antes das principais falas ao microfone, Bolsonaro disse que o local estava muito cheio e uma bagunça. "Ou desce a metade desse povo ou eu desço."

Ministros sem máscara

Ministros do governo Bolsonaro também fizeram falas no carro de som — assim como o presidente, nenhum deles usava máscara de proteção contra a covid-19. Em mensagem breve, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, exaltou a importância do agronegócio.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, defendeu o trabalho do governo no desenvolvimento de rodovias e ferrovias que beneficiam os ruralistas. "O agro é o maior amigo do meio ambiente, essa é a verdade. As cidades é que poluem. O agro brasileiro é exemplo para todo o mundo", falou Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

O ministro do Turismo, Gilson Machado, tocou sanfona, como costuma fazer em lives e até em eventos com Bolsonaro, e também proferiu palavras de apoio ao governo. O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet eram outros presentes no carro de som.

Em determinado momento, os apoiadores de Bolsonaro gritaram "Renan, vagabundo", em referência ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, no Senado. Além do Hino Nacional e oração, o ato contou com uma música de um artista gaúcho.

Na canção, ele elogiou o governo e criticou o comunismo. Também declarou que a "desgraça do país é um tal de STF". Em resposta, o público se exaltou mais ainda em apoio a Bolsonaro.

Ao lado do músico, o presidente da República não fez menção para que parasse com as críticas ao Supremo. Em outro momento, enquanto Bolsonaro cumprimentava os apoiadores, o carro de som puxou o grito de "voto impresso auditável".

No ato, Bolsonaro defendeu a aprovação de projeto no Congresso que trata da obrigatoriedade de votos impressos, sem a extinção da urna eletrônica. O texto é de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e tem o apoio da bancada bolsonarista.

Em 2020, Bolsonaro disse haver provas de fraudes no primeiro turno das eleições de 2018, pleito em que se elegeu à Presidência. Mas, Bolsonaro nunca apresentou as supostas provas.


"Renan, vagabundo", gritam apoiadores de Bolsonaro

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a cavalo em ato com a presença de milhares de apoiadores em Brasília. Vários ministros acompanharam o chefe do Executivo durante a manifestação.

Bolsonaro também disparou críticas contra o ex-presidente Lula, a quem chamou de "canalha" e disse que o petista só ganhará "pela fraude", voltando a questionar o sistema eleitoral. Em outro momento, apoiadores gritaram "Renan, vagabundo", em referência ao relator da CPI da Pandemia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Nas suas redes sociais, o presidente publicou um vídeo fazendo um balanço do ato pró-governo. Na manifestação, foi possível ver diversos participantes sem máscara. Também havia faixas pedindo intervenção militar, o que é inconstitucional.


Bolsonaro e ministros almoçam com ruralistas

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou, hoje, de um almoço no Centro de Tradições Gaúchas Caetano Braun em Brasília. Sem máscara, ele tirou fotos e cumprimentou apoiadores, que se aglomeraram ao seu redor. O comportamento é criticado por aumentar as chances de transmissão da Covid-19. As informações são do Poder360.

O deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) publicou um vídeo do evento no Facebook. Pelo menos três ministros estavam presentes, de acordo com as imagens: Braga Netto (Defesa), Gilson Machado (Turismo) e Tereza Cristina (Agricultura).

Apenas a ministra Cristina aparece no vídeo de máscara. Os demais membros do governo, bem como a maioria dos presentes, não usavam o equipamento de proteção.

Fotos compartilhadas nas redes sociais mostram os ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) no evento. O deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) também estava presente.

Bolsonaro foi cercado por dezenas de apoiadores que gritaram expressões como “mito!” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão!”. Segundo convidados, o almoço foi organizado por representantes do agronegócio.

O mesmo grupo coordena atos favoráveis ao governo, hoje, na Esplanada. Bolsonaro já confirmou presença na manifestação em seu Facebook.




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