Na última segunda-feira (27), em meio a uma fase conturbada na relação com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse, ao ser questionado no programa Pânico, na Jovem Pan, que uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) “é uma perspectiva que pode ser interessante”. “Natural na minha carreira. Venho da magistratura”, afirmou.
No entanto, o ex-juiz é, no momento, o último na lista de Bolsonaro para as duas vagas que serão abertas até 2022: a do decano Celso de Mello, ainda neste ano, e de Marco Aurélio Mello, em 2021.
Entre os cotados para a vaga no STF, além de Moro, estão o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, e a advogada Karina Kufa.
Oliveira, além de advogado, é policial militar da reserva. Mendonça é pastor presbiteriano. Kufa defendeu Bolsonaro nas ações contra ele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e é tesoureira do partido que o presidente tem tentado criar, o Aliança pelo Brasil. Sobre todos, há pontos que contam a favor na escolha do mandatário, mas é o chefe da AGU quem sai na frente. Bolsonaro tem repetido que o STF precisa de um ministro evangélico.
Já o ministro da Justiça, embora siga na lista do mandatário, nunca esteve mais longe de ocupar uma cadeira na Suprema Corte. Pessoas próximas a Bolsonaro contaram que ele chegou a dizer esta semana que “não vai indicar de jeito nenhum o Moro ao STF”.
Essa nomeação, que é exclusiva do presidente, esteve entre as promessas feitas por Bolsonaro a Moro quando o então juiz aceitou abrir mão de 22 anos de magistratura, à frente da Operação Lava Jato, conhecida como um símbolo de combate à corrupção no País. Continue reading