ÉPOCA
Nas últimas 24 horas, o telefone no gabinete de Antonio Tedeschi , conselheiro regional de Molise, no sul da Itália, tocou mais de 1.000 vezes. Todas as ligações estavam relacionadas ao mesmo assunto: a proposta de atrair novos residentes para essa região com o pagamento de 700 euros mensais como incentivo por um período de três anos.
“Foi uma avalanche de ligações com pedidos de informações vindos do Brasil, de brasileiros que vivem na Itália, e dos Estados Unidos”, disse o conselheiro à ÉPOCA em entrevista por telefone na manhã desta quinta-feira (12).
“Os brasileiros são muito bem-vindos”, acrescenta Tedeschi, de 38 anos, que exerce um cargo equivalente ao de um deputado estadual no Brasil. Ele foi o idealizador da iniciativa do ‘Reddito di residenza attiva’ – Remuneração de residência ativa – proposta pela região de Molise.
O italiano explica o que é necessário para disputar uma oportunidade no programa: “Não quero jogar um balde de água fria, principalmente nos brasileiros, mas para sonhar com uma vida tranquila por aqui, é necessário ter passaporte europeu ou um visto de residência comunitário”.
No próximo dia 16 de setembro, o governo irá publicar online o edital com todas as informações para os interessados em fincar raízes, por pelo menos 5 anos, em uma das 106 cidades com menos de 2 mil habitantes existentes na região de Molise.
O candidato terá um prazo de 60 dias para realizar a inscrição acompanhada por um projeto de investimento empresarial na região – requisito obrigatório para ter acesso ao benefício 700 euros mensais por 3 anos. “As propostas serão avaliadas por uma comissão. E haverá ainda uma fiscalização constante para verificar se as atividades abertas estarão funcionando regularmente”, adverte o conselheiro regional.
O problema da subpopulação não é recente no sul da Itália. O fluxo migratório em direção às cidades do norte como Milão, Turim e Roma é intenso principalmente entre os jovens, que vão em busca de melhores oportunidades de trabalho.