O Ministério da Educação divulgou nesta sexta-feira que mais quatro universidades portuguesas passarão a aceitar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de acesso. O Instituto Universitário de Lisboa, a Universidade Autônoma de Lisboa, o Instituto Politécnico da Lusofonia e a Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa são as instituições que entram na lista.
O programa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) existe desde 2014 e engloba 41 universidades portuguesas. O ministério anunciou hoje uma renovação no acordo com a Universidade de Coimbra e a Universidade do Algarve. Elas contam com 1239 e 450 estudantes, respectivamente.
Segundo o presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Lopes (foto), os estudantes que participarem do Enem este ano já poderão se candidatar para as novas universidades portuguesas. Ele também negou problemas com a aplicação da prova e disse que a execução do Enem está dentro do cronograma.
Lopes também explicou que o Ministério da Educação está conversando com representantes da Espanha e da França para expandir os convênios.
– Há sim interesse em abrir o acesso ao Enem para outras universidades de outros países, nós já começamos essas tratativas, mas ainda estão de forma muito incipiente. Espanha e França. Espanha nós já começamos a conversar com o embaixador espanhol e acreditamos que será possível, já começamos as tratativas, vai ser possível, mas é um processo que ainda demora um pouco, explicou.
Casos de xenofobia
Em abril, um grupo de estudantes brasileiros denunciaram um caso de xenofobia na Universidade de Lisboa. Fotos mostravam uma caixa de madeira com pedras dentro e uma placa: “Grátis se for para atirar a um “Zuca” (que passou à frente no mestrado)”. “Zuca”, um apelido pejorativo para brasileiros. Dias depois, os estudantes se juntaram para se manifestar contra a xenofobia.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que não vê Portugal como um país hostil aos brasileiros.
– Sempre existe gente ruim, no Brasil, em Portugal, eu não consigo enxergar Portugal como sendo uma nação hostil aos brasileiros, à prova disso é a quantidade de brasileiros que moram lá, afirmou o ministro.
Weintraub também comparou a situação com “países teocráticos”.
– Se você me falar que alguns países totalitários, estou tentando medir as palavras para não falar nada errado, porque hoje sou o Abraham ministro, não sou mais o Abraham professor. Países onde você têm teocracias, aonde uma mulher brasileira ai sim sofreria problemas graves, disse.