Regionais : Quatro universidades de Portugal vão passar a aceitar notas do Enem
Enviado por alexandre em 16/08/2019 22:37:33

Alexandre Ribeiro Pereira Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Foto: Agência O Globo

O Ministério da Educação divulgou nesta sexta-feira que mais quatro universidades portuguesas passarão a aceitar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de acesso. O Instituto Universitário de Lisboa, a Universidade Autônoma de Lisboa, o Instituto Politécnico da Lusofonia e a Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa são as instituições que entram na lista.

O programa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) existe desde 2014 e engloba 41 universidades portuguesas. O ministério anunciou hoje uma renovação no acordo com a Universidade de Coimbra e a Universidade do Algarve. Elas contam com 1239 e 450 estudantes, respectivamente.

Segundo o presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Lopes (foto), os estudantes que participarem do Enem este ano já poderão se candidatar para as novas universidades portuguesas. Ele também negou problemas com a aplicação da prova e disse que a execução do Enem está dentro do cronograma.

Lopes também explicou que o Ministério da Educação está conversando com representantes da Espanha e da França para expandir os convênios.

– Há sim interesse em abrir o acesso ao Enem para outras universidades de outros países, nós já começamos essas tratativas, mas ainda estão de forma muito incipiente. Espanha e França. Espanha nós já começamos a conversar com o embaixador espanhol e acreditamos que será possível, já começamos as tratativas, vai ser possível, mas é um processo que ainda demora um pouco, explicou.

Casos de xenofobia

Em abril, um grupo de estudantes brasileiros denunciaram um caso de xenofobia na Universidade de Lisboa. Fotos mostravam uma caixa de madeira com pedras dentro e uma placa: “Grátis se for para atirar a um “Zuca” (que passou à frente no mestrado)”. “Zuca”, um apelido pejorativo para brasileiros.  Dias depois, os estudantes se juntaram para se manifestar contra a xenofobia.  

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que não vê Portugal como um país hostil aos brasileiros.

– Sempre existe gente ruim, no Brasil, em Portugal, eu não consigo enxergar Portugal como sendo uma nação hostil aos brasileiros, à prova disso é a quantidade de brasileiros que moram lá, afirmou o ministro.

Weintraub também comparou a situação com “países teocráticos”.

– Se você me falar que alguns países totalitários, estou tentando medir as palavras para não falar nada errado, porque hoje sou o Abraham ministro, não sou mais o Abraham professor. Países onde você têm teocracias, aonde uma mulher brasileira ai sim sofreria problemas graves, disse.

O presidente Jair Bolsonaro,entre a ministra Damares Alves e o ministro Abraham Weintraub Foto: Jorge William/Agência O Globo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que governos anteriores apresentavam temáticas LGBT para crianças a partir de cinco anos por meio de livros didáticos. O documento oficial onde estariam essas orientações, no entanto, não apresenta as informações citadas por Bolsonaro.

A declaração foi feita durante uma cerimônia no Palácio do Planalto em homenagem ao Dia Internacional da Juventude. Segundo Bolsonaro, anos atrás talvez houvesse “dois homens se beijando”:

— Se fossem três, quatros anos atrás, em um evento como esse, talvez tivessem dois homens se beijando aqui na frente. Estimulando, desacreditando, desconstruindo a heteronormatividade, como está no Plano Nacional de Promoção e Cidadania LGBT, disse Bolsonaro.

Depois, o presidente disse que não tem “nada contra” casais LGBT, mas afirmou que não se pode “impor isso daí”.

— Nada contra quem quer se feliz com um parceiro igual a si. Mas não podemos impor isso daí. Até nesse programa se falava em livros didáticos com essa temática para crianças a partir de cinco anos de idade. O que podemos esperar ao estimular jovens precocemente ao sexo? Já não bastam crianças entre nove e 19 anos serem responsáveis 1.700 partos por dia? Será que não basta isso? Não devemos combater isso daí? A intenção é estimular cada vez mais?

O Plano Nacional de Promoção e Cidadania LGBT foi lançado em 2009, durante governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento sugere “incluir recomendações relacionadas à promoção do reconhecimento da diversidade sexual e ao enfrentamento ao preconceito e à violência por orientação e identidade de gênero” nos editais de seleção de obras didáticas. Também recomenda incluir nos livros “a temática das famílias compostas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”. Não há, no entanto, referência da idade para quais esses livros são recomendados, como disse Bolsonaro.

O plano fala em “desconstrução da heteronormatividade” em um trecho de competências do Ministério da Saúde. A ideia era “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do SUS e no planejamento familiar, todas as configurações familiares protagonizadas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia