DIA DA CACHAÇA

Data 13/09/2021 10:13:31 | Tóopico: Brasil

Dia do símbolo nacional a nossa cachaça

Dia Nacional da Cachaça: história e curiosidades da bebida brasileira

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Já não é de hoje que a cachaça deixou o antigo status de bebida popular para se consolidar cada vez mais como um destilado versátil e de alta qualidade, ideal para ser apreciada pura ou em incríveis drinks com a cara e o sabor do Brasil. Surgida no século XVI, a bebida oriunda da cana-de-açúcar destilada carrega curiosidades únicas que se misturam à história do nosso país.

Com cerca de 500 anos de história, a cachaça caiu no gosto dos brasileiros e ganhou até mesmo sua própria data. Comemorado no dia 13 de setembro, o Dia Nacional da Cachaça celebra esta que é uma das bebidas mais consumidas e enraizadas em nossa cultura. Abaixo, relembramos algumas destas histórias e drinks clássicos que tem a cachaça como base, como a incomparável caipirinha de limão, uma verdadeira paixão brasileira.

Qual a origem da cachaça?

Assim como muitas outras bebidas, a origem exata da cachaça é incerta, mas estima-se que ela tenha sido inventada entre os anos de 1516 e 1532, sendo considerada a primeira bebida destilada da América Latina. Reza a lenda que a cachaça teria surgido como uma variação com cana-de-açúcar na bagaceira, tradicional bebida portuguesa feita a partir dos bagaços de uva destilados.

Ainda segundo a história, o nome da bebida teria surgido do espanhol cachaza, usado para um tipo de vinho consumido em regiões da Espanha e de Portugal. Outras fontes creditam o nome a uma versão feminina de “cachaço”, como os porcos selvagens eram chamados na época. O motivo seria o fato de que o líquido era usado para amolecer a carne do animal antes de seu cozimento e consumo. Devido ao seu antigo processo de destilação, onde pingava do alambique, a cachaça também ganhou o apelido popular de “pinga”.

A proibição e a taxação da cachaça

Depois de ganhar espaço no Brasil colonial, a cachaça passou a servir até mesmo como moeda de troca, sendo utilizada nos negócios escravagistas e compras de bens de consumo da época. Em 1635, a corte portuguesa resolve proibir a cachaça, por razões que variavam do medo de que a bebida causasse uma revolta entre os escravos, passando pela desvalorização da bagaceira e por receio de que o consumo da cachaça interferisse na exploração de ouro no Brasil.

Mas nem mesmo a proibição foi capaz de deter a cachaça, e, sem saída, a Corte resolveu permitir a produção e consumo da bebida, mas com a condição de cobrar uma taxa, que se tornou uma das principais fontes de impostos para o Império Português, sendo um dos mais importantes artifícios para a reconstrução de Lisboa, arrasada por um terremoto em 1755.

Foto: Flickr

A cachaça como orgulho nacional

Ao longo dos anos, a cachaça passou por altos e baixos. Após a fracassada tentativa de proibição pela corte portuguesa, a bebida ganhou espaço no país, originando outras bebidas, como o quentão e a caipirinha, e se tornando um aspecto essencial da formação cultural e social brasileira.

Associada ao consumo pelos escravos e pelas classes menos abastadas desde seu início, a cachaça também levou tempos para se desvencilhar dos preconceitos e do injusto rótulo de uma bebida de qualidade inferior, sem valor na mixologia. Isso mudou com o passar dos anos, quando as cachaças artesanais passaram a ser valorizadas em território nacional e internacional, sendo atualmente exportadas para diversos países.

Curiosidades sobre a cachaça

Atualmente, a cachaça é uma das bebidas mais apreciadas do mundo, sendo equiparada a outros destilados como conhaque, whisky, vodka e similares. Com o selo de qualidade de ótimos produtores nacionais, o destilado se tornou um orgulho do Brasil e base para muitos de nossos incríveis drinks, como as batidas, quentões e, é claro, as indispensáveis caipirinhas, como a tradicionalíssima caipirinha de limão.

Além disso, a cachaça marca presença também no exterior e ainda contribui para o nosso vocabulário:

  • Atualmente, o Brasil produz cerca de 1,2 bilhões de litros de cachaça por ano.
  • A bebida é exportada para mais de 60 países do globo, sendo a Alemanha o principal consumidor externo, respondendo por cerca de 30% das exportações de cachaça.
  • Com mais de 2000 sinônimos, a cachaça é apontada por linguistas e estudiosos como uma das palavras com mais sinônimos na língua portuguesa.

Então, para celebrar o dia de hoje, a dica não poderia ser outra: separe a sua cachaça preferida, corte alguns limões, adicione o gelo, mexa bem e brinde com a clássica caipirinha de limão.  Saúde!

E, nos últimos anos, a cachaça tem sido ainda mais valorizada. Vários produtores estão trabalhando para elevar a qualidade da bebida, experimentando novas técnicas de envelhecimento e também buscando novas madeiras para conferir sabor à bebida.

Com isso, a marvada pode ser tomada tanto pura quanto em coquetéis caprichados. A seguir, selecionamos 15 receitas para você se inspirar e comemorar a mais brasileira das bebidas em casa.

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Dia da Cachaça: especialista explica como avaliar uma boa cachaça de alambique

Delfino Golfeto – Foto: Divulgação

Há diferentes versões sobre a história da cachaça, bebida brasileira que faz sucesso nacional e internacionalmente. De acordo com a versão apresentada pelo historiador Luís da Câmara Cascudo, no livro “Prelúdio da Cachaça”, a primeira cachaça foi destilada por volta de 1532 em São Vicente, no litoral de São Paulo, local onde surgiram os primeiros engenhos de açúcar no Brasil. O destilado ganhou a preferência dos brasileiros e, por isso, em 13 de setembro, é celebrado o Dia da Cachaça. O que muitos desconhecem é que este tipo de produto deve ser apreciado como uma bebida especial, principalmente as que contam com uma produção artesanal. As diferentes versões podem ser harmonizadas com pratos, da mesma forma que fazemos com vinhos. Para desvendar este universo, Delfino Golfeto, fundador e presidente da Água Doce Sabores do Brasil, mostra curiosidades sobre a produção e degustação da cachaça.

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Os 80 restaurantes da marca, localizados em diferentes regiões do Brasil, contam com uma diversificada carta de cachaças, sendo todas elas degustadas e aprovadas pelo próprio Golfeto. Dessa forma, figuram apenas os rótulos de alta qualidade, que passam por uma nova avaliação a cada dois anos. Para se tornar um conhecedor da bebida, o primeiro passo é entender que pinga e cachaça são bem diferentes. “Tecnicamente falando, a pinga é um produto sintético, cheio de químicas e vendido comercialmente, em larga escala. No caso da cachaça, é produzida a partir da fermentação da cana de açúcar, descansadas em tonéis de madeira, de forma natural. Essa bebida, de alambique, é artesanal, sem qualquer adição química e seu sabor é completamente diferente. É esse o nobre produto nacional, que deve ser apreciado e valorizado”, revela o embaixador no Brasil.

Para avaliar a bebida, quando se toma uma dose é preciso observar alguns fatores, como a acidez, o sabor alcoólico inicial e residual. A doçura também deve ser observada, pois se for positiva será resultante dos compostos doces do próprio produto e do método de armazenamento, ou seja, quando recebe açúcares da madeira em que a cachaça é armazenada. Se for negativa é quando há a adição de sacarose e, muitas vezes, o açúcar disfarça sabores ruins. “Uma boa cachaça é límpida, transparente e sem resíduos. Nós, especialistas, avaliamos a aparência e o aroma da bebida e não apenas o sabor. Ao cheirá-la, o aroma deve ser agradável e despertar a vontade de saboreá-la. Uma cachaça de boa qualidade, por exemplo, deixa no copo uma oleosidade que escorre lentamente. É por isso que o copo ou cálice para apreciar o produto deve ser liso, transparente e de boca larga. Assim, a bebida queima agradavelmente na boca, descendo de forma suave”, explica em detalhes Golfeto.

Caipirinha de cachaça – Foto: Pixabay

A busca pela qualidade começa no preparo do solo para o plantio da cana de açúcar. O processo requer a escolha correta do terreno, um bom preparo do solo e a seleção criteriosa da variedade da cana. Em seguida, o plantio e a colheita precisam ser realizados na época correta. A moagem, extração da sacarose, fermentação e destilação são processos igualmente importantes. Outra questão que pesa muito é o tipo de madeira utilizada na fabricação, pois isso traz uma modificação química e sensorial na cachaça, além de contribuir com aromas, cores e sabores. O processo de envelhecimento é feito de acordo com cada tipo de madeira utilizada, sendo que as mais comuns são carvalho, amburana e balsamo. Isso influencia diretamente no resultado, pois cada madeira cria sabores diferenciados e aromas frutados. Para ter qualidade, a cachaça precisa ficar armazenada por, no mínimo, dois anos em uma boa madeira. Se ficar acima de oito anos, torna-se um produto nobre e ganha status.

“Quando nós, degustadores, colocamos o líquido em contato com a língua por alguns segundos, já conseguimos distinguir e definir o paladar, entre as opções adocicada, ácida, amarga ou salgada. A gente demora de 15 a 20 minutos para degustar uma cachaça. Já um coquetel e uma batida demoram mais, cerca de 20 a 30 minutos. Alguns especialistas costumam agitar a garrafa para verificar a quantidade de bolhas que se formam, mais conhecidas como rosário. Quanto maior o número de bolhas, melhor a qualidade da bebida. No processo de degustação de rótulos com gradação alcoólica diferente, é essencial tomar água mineral gasosa e comer pedaços de pão puro, pois isso auxilia na limpeza do paladar”, ressalta o fundador e presidente da Água Doce.

Saiba harmonizar

Pratos com acento tropeiro, como linguiças, torresmos, carnes suínas e tutu de feijão, se encaixam bem com uma boa cachaça. Segundo Golfeto, há dois tipos básicos de harmonização: por semelhança, com uma cachaça suave com pratos mais suaves ou cachaças adocicadas com pratos agridoces; ou contraposição, apostando no contraste, ou seja, uma cachaça mais ácida com pratos adocicados. Para que a bebida possa valorizar a comida é preciso levar alguns fatores em consideração, como o teor alcoólico, o índice de acidez, os sabores, o aroma e o tipo de envelhecimento.

No caso das cachaças neutras, que apresentam aspecto cristalino e não passam pelo processo de envelhecimento, os pratos mais indicados são: tilápia ao molho de camarão, bolinho de bacalhau, camarão crocante, saladas, queijo provolone e tilápia crocante. Já no caso das cachaças que passam pelo processo de envelhecimento em tonéis madeiras, é preciso levar em consideração o tipo de madeira utilizado para escolher o prato para harmonização. As cachaças envelhecidas no balsamo, por exemplo, combinam com filé-mignon com gorgonzola, picadinho de carne, isca de tilápia e picanha na chapa. A amburana pode ser perfeita quando a opção é um bolinho de carne de sol, bolinho de mandioca recheado, chapa mista com picanha, linguiça e filé de frango e, por incrível que pareça, até mesmo com sobremesas. O carvalho, por sua vez, pode ser harmonizado com pratos como escondidinho, costelinha suína, torresmo e carne de sol.

Museu da Cachaça

Outra curiosidade é que Golfeto fundou em maio de 2004 o Museu da Cachaça, localizado em Tupã, no interior de São Paulo, onde fica a sede da Água Doce Sabores do Brasil. O local tem mais de 3.000 rótulos, além de contar a história da bebida e o processo de fabricação. A Água Doce foi pioneira na valorização da cachaça ainda nos anos 1990, investindo tanto na variedade de opções da bebida, como no uso em caipirinhas e outros drinques. Como em tempos de pandemia fica mais difícil visitar determinados locais, a marca preparou um tour virtual para que os apaixonados pela bebida possam conhecer um pouco mais sobre o local, por meio de uma navegação guiada em 360º com vídeos, fotos e explicações sobre o acervo e sobre a história da cachaça.




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