O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso explicou o polêmico voto a favor da absolvição dos réus do mensalão quanto ao crime de formação de quadrilha. Barroso foi duramente criticado pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, que considerou que o colega fez um “discurso político” ao declarar seu voto. Em entrevista ao portal Migalhas, o ministro afirmou que “nem todo mundo entendeu” a sua linha de pensamento. “A tese central do meu voto foi a seguinte: mantida a proporcionalidade mínima exigível entre a pena de quadrilha e as penas aplicadas aos demais crimes, a pena por quadrilha jamais poderia exceder 2 anos. Portanto, independentemente de qualquer juízo sobre condenação ou absolvição, a punibilidade já estaria extinta. Por essa razão, a prescrição se colocava como uma preliminar de mérito”, explicou. Sobre quem discorda do seu ponto de vista, Barroso disse: “Qualquer pessoa tem o direito de pensar diferentemente. Mas esse argumento não só é jurídico como, a meu ver, é difícil de superar. Eu julgo José Dirceu, Eduardo Azeredo ou Natan Donadon com a mesma medida de imparcialidade”, concluiu.