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Brasil : Japão é primeiro país asiático a apoiar Fundo Amazônia
Enviado por alexandre em 05/04/2024 11:37:42

Desde o início do atual governo, em 2023, oito países, entre atuais e novos parceiros, anunciaram a intenção de doar ao Fundo Amazônia, totalizando R$ 3,9 bilhões


O Japão formalizou doação de 411 milhões de ienes (cerca de R$ 14 milhões) para o Fundo Amazônia, maior iniciativa de redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal (REDD+) do mundo. O contrato foi assinado pela Embaixada do Japão e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo, em cerimônia na sede do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em Brasília.

Desde o início do atual governo, em 2023, oito países, entre atuais e novos parceiros, anunciaram a intenção de doar ao Fundo Amazônia, totalizando R$ 3,9 bilhões.

Foto: Divulgação/Fundo Amazônia

Participaram da cerimônia de assinatura a ministra Marina Silva, o embaixador do Japão, Teiji Hayashi, o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa, e o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Eduardo Saboia.

"A doação é um recurso inicial de outras cooperações que virão, a partir de agora, da relação bilateral entre o Japão e o Brasil", afirmou a ministra.

Segundo o embaixador, a transferência dos recursos ocorrerá até março: "Trata-se de um primeiro passo para apoiar o combate ao desmatamento no Brasil", afirmou Hayashi, que ressaltou o interesse japonês de aprofundar a cooperação nipo-brasileira em questões ambientais e climáticas.

Barbosa destacou que "com a doação, o Japão torna-se o primeiro país asiático a apoiar o Fundo, reforçando a parceria histórica entre os países". Hoje, Noruega, Alemanha, Reino Unido, Suíça e Estados Unidos formam o grupo de doadores internacionais.

O Fundo Amazônia é administrado pelo BNDES em coordenação com o MMA e apoia projetos alinhados ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), lançado em junho de 2023.

Doações 

O Fundo foi retomado em janeiro de 2023, após quatro anos de paralisação por decisão do governo anterior. Desde então, oito países anunciaram novas doações, reflexo da confiança internacional na agenda do Brasil de combate ao desmatamento.

Em outubro, a Alemanha desembolsou R$ 107 milhões, uma parcela do valor contratado de aproximadamente R$ 187 milhões. No fim de 2023, doações de R$ 15 milhões dos EUA e de R$ 28 milhões da Suíça entraram no fundo.

Doações já contratadas de R$ 497 milhões do Reino Unido e de R$ 80 milhões da Alemanha irão ingressar nos próximos meses.

Há ainda recursos adicionais já anunciados, que estão em fase de negociação: R$ 107 milhões da União Europeia, R$ 245 milhões da Noruega, R$ 2,4 bilhões dos Estados Unidos, R$ 218 milhões do Reino Unido e R$ 107 milhões da Dinamarca.

O Fundo encerrou o ano de 2023 com R$ 3,5 bilhões em doações já recebidas no BNDES, considerando o montante acumulado desde a sua criação e os novos aportes já desembolsados.

Historicamente, a Noruega é o doador que mais contribuiu para o mecanismo, com 89,9% dos recursos já recebidos, seguida por Alemanha (8,4%), Suíça (0,8%), Petrobras (0,5%) e Estados Unidos (0,4%).

 Fundo Amazônia

Criado em 2008, o Fundo já apoiou 107 projetos, em um investimento total de R$ 1,8 bilhão. As ações apoiadas já beneficiaram aproximadamente 241 mil pessoas com atividades produtivas sustentáveis, além de 101 Terras Indígenas na Amazônia e 196 Unidades de Conservação (dados apurados até dezembro de 2022).

Brasil : Quanto ganham os presidentes da América Latina?
Enviado por alexandre em 04/04/2024 12:22:33

Uruguaio Luis Lacalle Pou é o mais bem pago em termos absolutos, e ganha sete vezes mais do que presidente boliviano, por exemplo

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ganha menos que um terço do salário dos presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e da Guatemala, Bernardo Arévalo. Embora os três países façam parte da América Latina, as diferenças são grandes.

 

E para entender essa disparidade de salários presidenciais na região é importante comparar o vencimento do mandatário com o salário mínimo do país.

 

“Esse é um indicador interessante, pois é possível observar o nível de preços, as diferenças de renda e definir onde os presidentes realmente ganham mais ou menos”, explica Javier Rodríguez Weber, professor da Universidade da República (UdelaR), do Uruguai.

 

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De acordo com a plataforma de notícias Bloomberg Línea, a Costa Rica tem o salário mínimo mais alto da região, com 710 dólares. É seguida de Uruguai (580), Chile (520), México (445), Guatemala (420), Bolívia (342), Colômbia (335), Honduras (329), Panamá (326) e Brasil (283). O salário mínimo mais baixo dos países considerados para o estudo é o da Argentina, com 182 dólares por mês.

 

Levando em conta o indicador comparativo usado por Rodríguez Weber, verifica-se que, na Guatemala, Bernardo Arévalo ganha 46 vezes o salário mínimo mensal do país. Ele é seguido pelo uruguaio Luis Lacalle Pou, cuja renda mensal é 40 vezes maior que a renda mínima de seus compatriotas.

 

Em seguida, vem Gustavo Petro, da Colômbia, que recebe um salário equivalente a 30 vezes o salário mínimo colombiano. Javier Milei, por sua vez, ganha 26 salários mínimos argentinos.

 

Os presidentes Andrés Manuel López Obrador (México) e Luiz Inácio Lula da Silva têm uma remuneração mensal de cerca de 22 vezes o salário mínimo em seus respectivos países.

 

Tabela com valores dos salários de presidentes da América Latina e do mundo em dólar - Metrópoles

 

DO URUGUAI À BOLÍVIA, UMA ENORME DIFERENÇA

 

Todos os anos, cada país aprova uma lei orçamentária geral do Estado, que estabelece os salários de seus líderes e ministros. Esses dados são de livre acesso na maioria dos casos.

 

Por exemplo, o presidente do Uruguai recebe um salário mensal bruto de 22.288,67 dólares (cerca de R$ 112 mil). No outro extremo está o presidente da Bolívia, Luis Arce, que recebe 3.013,64 dólares por mês (aproximadamente R$ 15 mil).

 

Ricado Torres Pérez, economista e pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Americana em Washington, explica que essa enorme diferença salarial se deve, entre outros fatores, ao “Uruguai ter um dos PIBs per capita mais altos da América Latina, enquanto a Bolívia tem sido historicamente um país muito mais pobre do que o Uruguai”.

 

Da mesma forma, o especialista ressalta que, no caso da Bolívia, as reformas promovidas pelo ex-presidente Evo Morales devem ser levadas em conta nessa análise comparativa.

 

“Morales foi um presidente austero e, talvez num país como a Bolívia, mergulhado há anos na pobreza, Evo tenha tentado promover uma transformação com ênfase nas questões sociais. Ele queria estabelecer salários no setor público que mostrassem que os fundos alocados ao governo estavam sendo usados corretamente e não para enriquecer políticos”.

 

Foto colorida do presidente da Bolívia, Luis Arce, durante a celebração do dia nacional do 'Acullico' em 11 de janeiro de 2024 em La Paz, Bolívia - Metrópoles

Fotos: Gaston Brito/Getty Images

 

INDICADORES MACROECONÔMICOS A SEREM LEVADOS EM CONTA

 

De acordo com Rodríguez Weber, ao falar sobre essas diferenças salariais, é essencial analisar o tema a partir de indicadores macroeconômicos, pois os países latino-americanos têm níveis de preços diferentes.

 

“O Uruguai é um país mais caro do que a Bolívia, por exemplo. Quando são feitas comparações internacionais, falamos de dinheiro em paridade de poder de compra, ou seja, não comparamos dólares, porque com 100 dólares na Bolívia eu compro muito mais do que com 100 dólares no Uruguai”, esclarece.

 

Torres Pérez acrescenta que o tamanho da economia e o PIB per capita determinam, de certa forma, os salários de cada presidente, bem como os de outros funcionários públicos.

 

“Os países com PIB per capita mais alto têm níveis salariais melhores porque é assim que o mercado de trabalho funciona em geral, embora haja obviamente diferenças que têm a ver com questões como a estrutura jurídica ou institucional, as leis de cada país, entre outros fatores”.

 

O CASO DO PRESIDENTE DE CUBA

 

Segundo Torres Pérez, que também é ex-acadêmico do Centro de Estudos da Economia Cubana (CEEC), há pouquíssima transparência sobre a vida dos líderes em Cuba.

 

“Assim como na Venezuela, não há informações públicas sobre os salários de Fidel Castro e de seu irmão Raúl Castro, que o substituiu no cargo”. Também não há dados sobre a renda do atual presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

 

“Esse tipo de informação não existe. O mais próximo que se pode chegar é o item de despesa declarado no escritório Nacional de Estatística e Informação (ONEI)”, diz Mónica Baró Sánchez, redatora da revista digital El Estornudo.

 

“Em Cuba não há informação oficial sobre nada que comprometa financeiramente as instituições. A única coisa que existe como banco de dados anual é um relatório geral feito pela ONEI, mas os salários dos funcionários públicos não aparecem lá”, explica a jornalista Lianet Fleites.

 


 

A DW, após consultar relatórios da ONEI e várias edições do Diário Oficial de Cuba, não encontrou nenhum dado que revele o salário de Miguel Díaz-Canel ou de qualquer ministro que compõe seu governo.

 

Fonte: Metrópoles

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Brasil : Parque Nacional de Anavilhanas
Enviado por alexandre em 04/04/2024 12:14:08


Vista aérea do arquipélago de Anavilhanas, no Rio Negro — Foto: Rede Globo

O Parque Nacional de Anavilhanas foi criado com o objetivo de preservar o arquipélago fluvial de Anavilhanas bem como suas diversas formações florestais, além de estimular a produção de conhecimento por meio da pesquisa científica e valorizar a conservação do bioma Amazônia com base em ações de educação ambiental e turismo sustentável. O foco é harmonizar as relações entre as comunidades do entorno e a Unidade com ações de bases sustentáveis.

No Parque, o Rio Negro apresenta um cenário singular que oferece inúmeras possibilidades de sensações, experiências e aprendizagem, em um labirinto de ilhas e águas negras espelhadas que se transforma com a variação do nível do rio, em um convite a desafiar nossos limites e ampliar nossa visão de mundo. 

O Parque Nacional de Anavilhanas está aberto o ano todo. Na seca (setembro a fevereiro) é possível desfrutar das belas praias de areias brancas que emergem por todo o arquipélago. Na cheia (março a agosto) o vislumbre fica por conta das trilhas aquáticas de igapó, isto é, passeios de barco por dentro das florestas alagadas.

Em qualquer época, porém, é possível visitar o Flutuante dos Botos, apreciar a rica flora e fauna amazônica, fazer passeios de barco por um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, fazer trilhas terrestres, banhar-se nas belas águas do Rio Negro, conhecer comunidades tradicionais ribeirinhas e o belo artesanato de Novo Airão, entre outros atrativos.

Como chegar

A partir de Manaus, é possível chegar à Novo Airão - cidade sede do Parque - por via aérea, fluvial ou terrestre.

Via aérea – Novo Airão não possui aeroporto, somente Manaus, mas é possível fretar um hidroavião e pousar no rio Negro. Também é possível o pouso de helicópteros em áreas descampadas das comunidades, da Base 2 do PNA e de Novo Airão. Nas duas primeiras é preciso prévia autorização.

Via fluvial - Os barcos para Novo Airão saem do Porto de São Raimundo, em Manaus. No momento, não há opção de lancha rápida (3 horas de viagem), somente barco regional (9 horas de viagem).

De Manaus para Novo Airão, as partidas são à noite: terças e sextas às 20h. É importante confirmar os dias e horários, que ocasionalmente variam. A passagem custa por volta de R$ 35,00 por pessoa, e é necessário levar rede.

Via terrestre - A viagem pode ser feita de carro, táxi-lotação ou ônibus executivo.

Carro

A partir de Manaus, depois de atravessar a ponte sobre o rio Negro, o visitante deve seguir pela AM-070 por aproximadamente 86 km, sentido Manacapuru. Após passar pelo balneário do Miriti (há placa no local), haverá um entroncamento à direita, onde se inicia a rodovia AM-352. Desse ponto, o deslocamento é de 98km até Novo Airão.

Obs.: No entroncamento não há sinalização clara, de maneira que é preciso ficar atento. Contudo, caso não acerte, não se preocupe, o máximo que pode acontecer é você parar em Manacapuru e ter que retornar 5 km para entrar na estrada para Novo Airão.

Taxi-lotação

De taxi-lotação é mais rápido (por volta de 2 horas e meia de viagem), mas o serviço não é 24h. Geralmente o fluxo maior é no início da manhã ou da tarde. Sugerimos um contato prévio com algum prestador desse serviço.

É possível combinar com o taxista da lotação dele mesmo buscar o visitante em qualquer lugar de Manaus, devendo o preço ser acertado anteriormente. Pacotes para transporte exclusivo Manaus-Novo Airão também são possíveis.

Ônibus

Há ônibus executivos que saem da rodoviária de Manaus. A maior parte das rotas inclui uma parada em Manacapuru, fazendo com que a viagem dure por volta de 4 horas até Novo Airão. Nesse período de pandemia do COVID19 os dias e horários estão mais restritos. Sugerimos sempre confirmar os horários.


Fonte: ICMBio

Brasil : Desenvolvido por professor do Pará, pesquisa sobre processos atmosféricos na Amazônia ganha destaque internacional
Enviado por alexandre em 04/04/2024 12:11:42

Pesquisa de professor do Instituto Federal do Pará (IFPA), Cleo Quaresma Dias Júnior, contribui para o avanço do conhecimento científico sobre os processos atmosféricos que ocorrem na atmosfera da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, com a publicação do artigo "Process-evaluation of forest aerosol-cloud- climate feedback shows clear evidence from observations and large uncertainty in models" na revista Nature Communications. A publicação ocorreu em fevereiro de 2024.

O artigo foi escrito com base em dados coletados em estações na Finlândia e no estado do Amazonas em períodos distintos ao longo do ano de 2016. As simulações revelam que os modelos comumente utilizados não são adequados para os estudos em clima tropical. "As simulações foram muito mais precisas para as florestas da Finlândia que para a floresta amazônica. Ou seja, temos muito trabalho pela frente para o entendimento adequado dos processos atmosféricos que ocorrem na maior floresta tropical do planeta", esclarece o professor.

Foto: Reprodução/IFPA

Professor Quaresma explica que o resultado dos dados trabalhados no artigo deixa claro que ocorreram avanços importantes nas previsões de modelos climáticos globais. "Contudo, as interações entre aerossóis, radiação solar e nuvens ainda requer melhoramentos. No cenário atual de mudanças climáticas globais e esse melhoramento precisa ser rápido para que tenhamos previsões precisas do clima futuro", avalia.

Os estudos sobre os aerossóis atmosféricos no Brasil não são inéditos e nem recentes. Estas partículas respondem por uma das maiores incertezas nas pesquisas dos cenários de mudança climática. Porém, este artigo é o primeiro a comparar os dados experimentais de aerossóis, temperatura e nuvens por meio de simulações oriundas de modelos climáticos globais. Graças ao monitoramento de longo prazo do projeto ATTO.

O projeto ATTO é uma torre pesquisa científica com altura de 325 metros situada em uma região de terra firme, em um planalto de 130 metros de altitude, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã (RDSU) na Amazônia. Está instalada a 150 quilômetros de Manaus. E serve de base de estudos para diversos pesquisadores.

Quem é Cleo Quaresma? 

O professor Cleo Quaresma Dias Júnior é paraense, conhece bem a floresta como poucos e se especializou por meio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Ele integra, desde 2011, o grupo de pesquisadores de micrometereologia do programa científico da Torre Alta da Amazônia (ATTO). E, desde 2023, é um dos pesquisadores membros do Conselho Nacional de Produtividade e Pesquisa (CNPq) e contemplado com a bolsa de produtividade.

O artigo publicado na Nature é um dos diversos artigos científicos resultantes das pesquisas desenvolvidas na região amazônica por meio de orientação de alunos. Ajuda a ampliar a fronteira dos conhecimentos sobre os processos atmosféricos na Amazônia.

O que são os aerossois? 

Aerossol é o nome empregado pelos pesquisadores para se referir às partículas sólidas e líquidas suspensas no ar atmosférico ou meio gasoso. São partículas com tamanhos que podem variar de 0,001 a 100 micrômetros (μm), partículas inaláveis. Em outras palavras, são as nuvens, a neblina, o ar dos desodorantes e purificadores, assim como a poeira e a fumaça, que são extremamente finos, as vezes invisíveis aos olhos, porém perceptíveis ao olfato, respiração humana e aparelhos de estudos do ar.

Na atmosfera, estas partículas podem ser carregadas pelo vento de um lugar para outro e passar dias suspensas antes de voltar a superfície da Terra. Situação que pode gerar impactos a níveis local, regional e global.

Os aerossóis podem ser de origem natural ou proveniente da atividade humana. Os aerossóis atmosféricos têm, devido às atividades humanas, aumentado causando impactos ambientais e adversos à saúde humana e mudanças climáticas. Os modelos matemáticos e físicos desenvolvidos para estudar e prever o clima, o tempo e a qualidade do ar, passaram a considerá-los.

As fontes de aerossóis podem ser naturais como, por exemplo, os oceanos (sal), os desertos e vulcões (poeira), ou artificiais como, por exemplo, a queima de biomassa e combustíveis fósseis (fuligem e fumaça). As bactérias, vírus, fungos, esporos e pólens são os chamados bioaerossóis, por conta da origem biológica.

Brasil : Vazamento de óleo na Foz do Amazonas pode atingir países vizinhos, diz expedição
Enviado por alexandre em 03/04/2024 10:59:57

Investigação feita pelo Greenpeace e pelo Iepa observou a corrente marítima para entender o potencial impacto de um acidente na exploração de petróleo

Com apoio do barco do Greenpeace, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) embarcaram em uma expedição científica de 21 dias na Foz do Amazonas, do Pará ao Amapá, para compreender melhor a dinâmica das águas costeiras e mapear possíveis impactos da exploração de petróleo na região. Após observar o movimento de sete equipamentos oceanográficos que emitem sinais de localização, o estudo indica que em caso de acidente de vazamento de petróleo no local, o óleo poderia se espalhar até a Guiana Francesa, o Suriname e a Guiana.

 

É nessa bacia, no Amapá, que está o chamado bloco FZA-M-59 (ou bloco 59), onde há interesse da estatal Petrobras. A empresa teve a licença negada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em maio de 2023 e aguarda nova decisão. De forma geral, a justificativa na época foi a ausência de estudos suficientes sobre a área, algo que Enrico Marone, porta-voz de oceanos do Greenpeace, concorda.

 

“Existem poucas modelagens com relação às características hidrodinâmicas dessa zona Costeira e marinha e é muito importante a gente ter um entendimento melhor sobre essa dinâmica para poder interpretar o que aconteceria em caso de vazamento de petróleo”, explica.

 

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A viagem foi realizada durante o mês de março a bordo do veleiro Witness, que, por ser menor que outros tipos de embarcação (como um navio), permite chegar a trechos mais estreitos e rasos do rio. Em vários locais do percurso, foram lançados sete equipamentos rastreadores, chamados derivadores, que são boias de 20 centímetros que ficam na superfície e simulam a dispersão de poluentes.

 

Na página da expedição, é possível acompanhar as atualizações desses localizadores. O monitoramento continua e a previsão é que, em algumas semanas, o relatório oficial seja divulgado. Resultados preliminares já sinalizam alertas. Em pouco tempo, dois dos derivadores chegaram a zonas protegidas da Amazônia: a Área de Proteção Ambiental (APA) do Arquipélago do Marajó, no Pará, e a Reserva Ecológica do Lago Piratuba, no Amapá. “Dos outros cinco que a gente lançou em áreas mais profundas e também em cima do bloco 59, um cruzou a fronteira com a Guiana Francesa.

 

O outro tocou a costa do Suriname, mais um chegou à costa da Guiana e dois deles seguem viajando em direção ao Caribe”, descreve Marone, que também é oceanólogo. Se os derivadores chegaram até essas áreas, isso quer dizer que é provável que, em caso de vazamento de óleo, aconteça o mesmo. “Isso poderia criar um grande problema diplomático também”, adverte.

 

Outra preocupação é a ameaça que um acidente dessa atividade representaria para os manguezais da Amazônia, que compõem o maior cinturão do ecossistema no mundo. “São ambientes dominados pela macromaré, que podem chegar a 12 metros. Então, imagine só, se uma mancha de óleo vir numa maré e entrar num mangue, vai assentar nesse ambiente complexo, cheio de raízes, depois que a maré baixar. Seria um dano Irreversível”, complementa. Na Foz do Amazonas está ainda a ilha de Maracá, onde se tem uma das maiores concentrações de onça pintada do mundo.Um dos motivos da negativa à licença da Petrobras no ano passado foi a ausência de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).

 

 

O instrumento é de responsabilidade conjunta do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e avalia o impacto de projetos de produção de gás natural e petróleo em toda a cadeia. No início desta semana, a Folha de S. Paulo divulgou um anúncio que teria sido feito pelo diretor do Ibama, Rodrigo Agostinho, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve publicar um decreto sobre a necessidade de realizar o AAAS para obter a autorização de perfuração no país. Apesar de a avaliação ter sido instituída no Brasil em 2012, acabou não se tornando prática e Agostinho acredita que o decreto pode ajudar a todos terem “o mesmo entendimento”.

 

 Fotos: Reprodução

 

“Globalmente, os combustíveis fósseis são o principal emissor de CO2 e agravam muito a crise climática. Não faz mais sentido apoiar a abertura de novas fronteiras de exploração de petróleo, principalmente aqui na bacia da Foz do Amazonas, uma região tão sensível do ponto de vista socioambiental”, declara Enrico Marone.

 


 

Para ele, a COP 30, conferência mundial sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém no ano que vem, é uma oportunidade de levantar o debate sobre a importância da conservação dos ambientes costeiros e marinhos para o equilíbrio climático e a manutenção do modo de vida das comunidades.

 

Fonte: O Eco

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