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Brasil : VERÃO
Enviado por alexandre em 05/01/2017 01:39:17


Bronzeamento à luz do sol e com fitas vira febre entre mulheres
Já passavam das 9h da manhã e Maceió possuía uma sensação térmica de quase 40° graus. "Está um forno essa cidade", comentavam as pessoas na rua. Mas, aparentemente, para um grupo de mulheres, em uma clínica de bronzeamento ao ar livre, sem praia e sem piscina, no bairro da Serraria, a vaidade falava mais alto.

Elas estavam há quase duas horas, em pleno sol, a fim de ter a tão sonhada marquinha de biquíni perfeita. O mais curioso é que os biquínis não eram peças comuns. Eram apenas uma fita e ganhavam a forma perfeita da moldagem feitas especificamente para cada mulher.

Algumas fazem o procedimento para o aumento da autoestima, porque acham bonito o fio marcando o bronze e algumas até pra apimentar a relação com o companheiro. "Essa marquinha faz um estrago", brinca uma das mulheres, que queria fazer uma surpresa ao marido.

A febre do momento entre as mulheres se popularizou de tal forma que muitas delas saíram de vários bairros de Maceió, inclusive até do interior, simplesmente para moldar o corpo com a marca de bronze.


Fabiana Lopes mora no bairro de Bebedouro, na parte baixa da capital e, sempre que pode, vai até o local para se bronzear, como ela mesma diz, de maneira perfeita. "Não é como na praia, onde a marca nunca fica certinha e reta. Além disso, sai rápido. Venho com frequência ao local, já tem aproximadamente dois anos. Procuro sempre manter", expôs.

Além da vaidade de ter os belos traços, Fabiana é mais uma das mulheres que acredita no poder da marquinha de biquíni no relacionamento amoroso. "Meu marido ama as marquinhas. Não é só pela autoestima, mas também pra agradar o companheiro. Inclusive, isso ajuda a melhorar o ego da mulher", ressaltou.

O local do bronzeamento ao sol funciona apenas pela manhã, precisamente das 7h às 10h, em virtude deste ser o melhor horário para não prejudicar a pele, devido aos fortes raios ultravioletas emitidos pelo sol. O valor por cada sessão varia de R$ 75 a R$ 90 e, para poder realizar o bronzeamento, é necessário tomar alguns cuidados:

- Evitar ir à praia nos últimos 15 dias;

- Comer antes da sessão;

- Tomar bastante água.


Juliana Omena, de 37 anos, resolveu ter a ideia de experimentar o bronzeamento durante uma viagem que fez a São Paulo. "Fiz e adorei. Como sou estetista, eu era proprietária de um salão de beleza e estética. Mas, preferi pegar rumo a essa área da beleza que é bem melhor pra mim", informou.

Ela conta que o procedimento todo dura cerca de duas horas. "As meninas ficam em várias posições no sol até saírem com a marquinha perfeita durante o tempo correto. Algumas que saem antes desse tempo mesmo ficam bastante satisfeitas com o resultado e isso é o que importa pra gente: a satisfação do cliente", ressaltou Juliana.

Segundo Juliana, as fitas são colocadas nas meninas e, após isto, um coquetel de cremes é passado na pele, a fim de protegê-la, hidratá-la e acelerar o bronze. O principal produto que é responsável pelas marquinhas de biquíni é a base de uma substância chamada de betacaroteno, um carotenoide antioxidante, que age também no ganho de vitamina A.

Durante todo o processo para se bronzear, as mulheres parecem estar se divertindo. "Me sinto realizada", expôs uma delas. A satisfação é de 95% das clientes, segundo a proprietária da clínica.

Mas, apesar desta beleza que as mulheres buscam, alguns dermatologistas alertam também sobre os cuidados que devem ser tomados ao utilizar o serviço de bronzeamento com a luz solar.

A dermatologista Michele Haik explica que o uso destes adesivos, fitas ou esparadrapos em algumas pessoas pode causar reações alérgicas. Por isto, é importante saber se o usuário do bronzeamento é alérgico.

GAZETA WEB

Brasil : CERVEJA OU CHOPE
Enviado por alexandre em 03/01/2017 01:38:01


Curiosidades sobre a cerveja. Veja se você concorda
Especialista fala se colarinho é necessário, se há diferença para o chope, se o tipo de copo e a cor da garrafa influenciam e se a bebida é sempre amarga
Curiosidades sobre a cerveja. Veja se você concorda

Que a cerveja está na lista das preferências nacionais, isso todo mundo sabe, mas há alguns detalhes que mesmo os amantes da bebida não sabem responder. Por exemplo, cerveja é melhor em lata ou em garrafa? É a mesma coisa que chope? Ela engorda? Precisa de colarinho? São algumas das curiosidades que envolvem a popular cervejinha.

Para acabar com esses mistérios, o sommelier de cervejas e diretor a rede de loja especializada em cervejas artesanais Mestre-Cervejeiro.com, Daniel Wolff, respondeu essas e outras curiosidades sobre a bebida.

Lata ou garrafa?

Você já parou para pensar se existe diferença entre a cerveja armazenada em latas ou em garrafas? Bom, existe sim! “Geralmente, a lata costuma manter a cerveja fresca, conservando aromas e sabores por um período de tempo maior. Isso porque, como o material é opaco, o líquido não sofre com a exposição ao sol”, explica Daniel.

A cor da garrafa influencia?

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Por incrível que pareça, sim! A cor vai influenciar na durabilidade do líquido. Daniel explica que quanto mais clara for a garrafa, mais a bebida estará exposta aos raios solares, causando um impacto negativo no aroma e no sabor. “Entre garrafas transparentes, verdes ou âmbares, a melhor opção é a âmbar”, afirma.

Cerveja é sempre amarga?

São mais de 100 estilos diferentes dessa mesma bebida e três famílias cervejeiras. Algumas levam na composição frutas, como pêssego, melancia, cereja e framboesa, e até chocolate. “O que vai determinar o amargor da cerveja é a variedade do lúpulo e o tipo de torra do malte utilizado nela”, fala o especialista. Ou seja, sabor varia muito, podendo ser adocicado ou muito amargo.





Cerveja artesanal é muito alcoólica?

Alto ou baixo teor alcóolico, muito ou pouco amargor, mais ou menos encorpada, todas essas características vão depender do estilo da cerveja. “O fato de ela ser artesanal relaciona-se apenas aos processos de produção e à variedade e qualidade dos insumos nela utilizados”, ressalta o sommelier.

+ Cerveja artesanal sem glúten? Sim, isso existe e já testamos

Cerveja engorda?

Essa é a pergunta que não quer calar! Como os estilos de cerveja são variados, a quantidade de calorias também é, pois isso depende do processo de produção e do teor alcóolico. Sabe aquela famosa “barriguinha de chope”? Ela está associada a quantidade de bebida ingerida e aos petiscos que você acaba comendo enquanto bebe.


“Fazendo um comparativo com doses iguais, a cerveja geralmente tem menos calorias do que o vinho, a cachaça ou até mesmo o suco de laranja. O ideal para quem quer evitar engordar é beber com moderação, dar preferência a estilos menos encorpados e com teor alcoólico mais baixo”, esclarece Daniel.

Existe diferença entre chope e cerveja?

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Na verdade é igual, mas diferente! O especialista fala que a origem do produto, o processo de fabricação e os insumos usados são os mesmos, o que muda é o tipo de armazenamento e isso interfere em algumas características da bebida.

“O chope retirado direto de algum tipo de chopeira costuma ser mais aerado, mais cremoso. A maioria das cervejas, diferente do chope, são pasteurizadas, por isso, tendem a ser menos frescas e com sabores e aromas menos presentes”, fala.

Cerveja precisa de colarinho?

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A espuma é fundamental para avaliar a saúde de bebida e também ajudar na preservação da temperatura. “Se uma cerveja não tem espuma é porque não está bem carbonatada. Esse pode ser um defeito de fábrica, algum problema no armazenamento ou ela não foi servida da maneira adequada”, expõe Daniel. Já o tipo e a quantidade da espuma vão depender do estilo da cerveja.

O tipo de copo faz diferença?



Pode não parecer, mas o copo pode influenciar a maneira que a pessoa sentir o aroma da cerveja, seja de forma positiva ou negativa. O formato também pode interferir visualmente e na retenção de espuma.



“O copo Weissbier tem um formato adequado para manter a formação do colarinho, enquanto a taça snifter concentra os aromas de cervejas mais complexas. Já o famoso pint tem um formato utilitário e a boca mais larga, que permite beber em grandes goles”, detalha o sommelier de cervejas.

Agora que você já matou todas essas curiosidades você pode sair por aí afirmando que bons conhecimentos sobre a cerveja.

Brasil : CRIATIVIDADE
Enviado por alexandre em 02/01/2017 17:46:43


O mercado de chocolate da Amazônia: um produto tipo exportação
Rebeca Mota
Manaus (AM)

No Amazonas, as empresas de chocolate investem nas embalagens, destacam a originalidade, a criatividade e no diferencial do produto. São produtos deste o cupuaçu, a castanha, açaí, camu-camu, araçá-boi, bacuri e buscam inovar de forma artesanal, além de dedicação e originalidade que se faz um bom negócio.

O proprietário da Bombons Finos, Jorge Alberto Coelho, trabalha com a própria poupa das frutas, a padronização e com a criatividade das embalagens e um dos diferenciais é a utilização total do cupuaçu.

“Nós utilizávamos parcialmente o cupuaçu na produção de embalagens, mas o percentual de aproveitamento ainda era baixo em torno de 20%. O restante era perdido ou transformado em adubo orgânico”, conta Jorge.

As embalagens além de não prejudicar o meio ambiente, também possibilitam a geração de emprego e renda para os amazônidas, por meio do trabalho dos artesãos de diversos municípios do estado do Amazonas. Atualmente a empresa trabalha com cerca de 200 famílias.

Além do reaproveitamento do cupuaçu, também são utilizados outros frutos da região na confecção das embalagens ecológicas como o ouriço da castanha, fibras do buriti, o tucumã, cipós, entre outros que são utilizados pelos artesãos.

São mais de 200 embalagens e empresa só utiliza madeiras caídas, cipós ou sementes na confecção de suas caixas de madeiras, de fibras, palhas artesanais, cuias, fibras de piaçaba, uma forma de retratar a cultura amazônica e presentear as pessoas.

Segundo o Gerente de Marketing, Jorge Alberto Junior, as plantações e as produções são feitas pela própria empresa, além da opção da pronta entrega.

“Queríamos tornar conhecidos os frutos regionais poucos famosos como: camu-camu, araçá-boi, cubiu, taperebá. Além dos que já tem uma certa evidência como o açaí, guaraná, cupuaçu e castanha”, enfatiza Junior.

A Bombons Finos já está há 18 anos no mercado e conta com 6 lojas espalhadas pela capital amazonense, 200 distribuidoras, alguns vendedores e um representante em São Paulo.

Saiba mais

Classificado como o terceiro maior produtor de chocolate, o Brasil, consome em média 2,8 quilos de chocolate por ano - sendo 55% desses consumidores da classe C segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates Cacau e Amendoim (Abicab). E os volumes globais de produção de chocolate caíram 1,1% em comparação com 2015. Apesar dessa queda global na produção do doce no Brasil, os dados são outros, segundo a Euromonitor.

Oiram Chocolates

Com 20 anos no mercado amazonense, a Oiram Chocolates, do advogado Mário Oiram Fogaça, com mais de 72 itens desde o chocolate até licor, vinho de cupuaçu, molho de murupi e geleias. Ele investe em um produto que possa atingir todo o Brasil.

“Nossa empresa é diferente na qualidade, temos prêmios classificando a qualidade do produto. Começamos apenas com o chocolate e sentimos necessidade de expandir para os demais produtos”, conta Mário.

A empresa recebeu o nome de Oiram que significa o contrário do nome Mario e narrado remete aos sons indígenas. E para as embalagens o proprietário deu um toque especial, como o licor.

“Nossas garrafas são personalizadas por artistas locais como Alex Marsall que tem o cuidado de retratar pinturas indígenas”, destaca Mário.

A empresa venceu o Prêmio PQA 2005 (Prêmio Qualidade Amazonas) sendo a primeira microempresa a receber esta premiação outorgada pela Federação das Indústrias do Amazonas. Em 2006 Adélia, sua esposa e parceira do empreendimento, recebeu o prêmio Mulher de Negócios do Sebrae em 2007, em 2012 concorreu e venceu os Premio SESI (troféu ouro) na categoria Sustentabilidade e, mais uma vez, o PQA.

O grande salto da empresa ocorreu em 2010, por meio do Pappe Subvenção, que proporcionou a oportunidade à empresa de desenvolver um novo produto, o Vinho de Cupuaçu. Em 2012, a empresa iniciou pesquisas sobre lanches com insumos amazônicos, destinados à merenda escolar e canteiro de obras

Brasil : ONLINE
Enviado por alexandre em 01/01/2017 13:47:33



Jornalismo online em ritmo crescente que em 2017 promete mais
O ano de 2016 ficará marcado pelo avanço das assinaturas digitais nos principais títulos jornalísticos diários no Brasil. Neste ano de 2016, de janeiro a novembro, 11 dos principais jornais do país ganharam 90.965 assinantes digitais. É um avanço considerável comparado a 2015, quando houve estagnação na venda do produto online. O problema dos jornais está na perda contínua de assinantes que consomem o produto em sua versão impressa.

2. Houve uma redução de 123.932 assinantes de jornais impressos de janeiro a dezembro de 2016. Ou seja, na soma geral, neste ano, o meio jornal perdeu 32.967 assinantes (90.965 novos leitores assinantes digitais contra 123.932 que abandonaram a versão em papel). Não é um quadro muito positivo. Mas, sem o avanço do digital, o cenário poderia ser ainda pior.

3. Em números absolutos (saldo da perdas e ganhos no impresso e no digital), só 3 títulos dos 11 considerados nesta reportagem ficaram no azul até agora: “Globo” (saldo de 16.717 novos assinantes); “Estadão” (ganho de 8.476) e “Folha” (7.487). Como se observa, os números ainda são modestos. Quadro comparativo, (01). A situação ganha um contorno mais dramático quando se observa que o valor da assinatura da edição impressa é maior do que a da edição digital. Eis 5 exemplos:

CORREIO BRAZILIENSE

Impresso + digital – R$ 55,17/mês
Só digital – R$ 19,90/mês

ESTADÃO

Impresso + digital – R$ 54,90/mês
Só digital – R$ 19,90/mês

FOLHA DE S.PAULO

Impresso – R$ 93,90/mês
Só digital – R$ 29,90/mês

GLOBO

Impresso + digital – R$ 39,90/mês
Só digital – R$ 29,90/mês

VALOR ECONÔMICO

Impresso + digital – R$ 66/mês
Só digital – R$ 37,50/mês

4. EM 2 ANOS, PERDAS CONSISTENTES. O avanço do online em 2016 é um alento para a indústria do meio jornalístico. Em 2015, houve estagnação inclusive na plataforma digital. Alguns títulos chegaram a perder assinantes nas versões impressa e digital. Como 2015 foi um ano ruim para essa indústria, o quadro de assinantes de janeiro de 2015 a novembro de 2016 (23 meses) é bem negativo para todos os 11 jornais analisados nesta reportagem.

5. Apesar de alguns ganhos pontuais no digital, a perda geral foi de 229.103 assinantes nesse período de 23 meses. O destaque negativo ficou com o “Estado de Minas”, no vermelho nas versões impressa e online. A curiosidade é o “Valor”, cujo saldo positivo em 23 meses totalizou 9 assinantes. Dados: (02). Os jornais costumam divulgar métricas diferentes sobre audiência. É comum ouvir que o número de visitantes únicos ou de páginas vistas tem batido recordes.

6. A audiência é vital para o sucesso de 1 veículo, sobretudo porque os jornais de qualidade vivem também de sua capacidade de influir nos debates sobre os grandes temas nacionais. A dificuldade, entretanto, está em rentabilizar esse tráfego de leitores que já existe para os principais títulos. Uma das formas parece ser a venda de assinaturas digitais. Não está claro, entretanto, quando a curva de rentabilidade com assinantes online vai compensar a perda de venda do produto impresso.

7. Um dos principais veículos diários do planeta, “The New York Times”, está há alguns anos avançando na venda de assinaturas digitais. As estatísticas mais recentes mostram o “Times” com mais de 1,3 milhão de assinantes nessa modalidade. Consultores em mídia digital acreditam que o “Times” estará confortável quando atingir perto de 3 milhões ou 1 pouco mais de assinantes online. Não se sabe quando essa meta poderá ser atingida.

8. No caso do Brasil, 2 títulos lideram a corrida digital. A “Folha”, com 167.353 assinantes online, seguida pelo “Globo”, com 148.730. Os jornais brasileiros não costumam ser muito generosos na publicação de suas finanças e cálculos sobre quando pode haver o “break-even point” da operação digital. Ou seja, não há como saber qual é a meta de assinantes online dos principais veículos no Brasil para que a indústria possa novamente experimentar um período financeiramente robusto como nos anos 1980 e 1990.

Brasil : 2017 TEM MAIS
Enviado por alexandre em 30/12/2016 02:45:42


Após ano mais produtivo, Lava Jato mira em bancos em 2017 para evitar crimes

Muitos crimes poderiam ter sido evitados se os bancos tivessem agido corretamente, feito o trabalho corretamente. E a gente percebeu isso tanto no Brasil quanto no exterior

A Lava Jato encerra 2016 com a avaliação de que este foi seu ano mais produtivo, com mais que o dobro de etapas e ordens judiciais expedidas em relação a 2014, primeiro ano da operação. "Embora mais cansados, nós conseguimos extrair o melhor da investigação. Foi o ano mais intenso, em termos de investigação, de resultados", diz o procurador regional da República Orlando Martello, membro da força-tarefa da operação, que ressalta: "Ainda há muito o que se fazer".

Além disso, o novo ano, para a Lava Jato, deve ter um foco maior em instituições financeiras, que poderiam ter "evitado muitos crimes", diz Martello, referindo-se à lavagem de dinheiro. "Queremos avançar também na área de compliance dos bancos. Nós percebemos que há muitas falhas nos bancos", observa.

De acordo com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, até agora, os envolvidos com a corrupção terão de ressarcir os cofres públicos e as vítimas do esquema com multas que, no total, chegam a R$ 10,1 bilhões. A esse valor, também deverá se somar a quantia de R$ 6,9 bilhões que serão pagos pelas empresas Odebrecht e Braskem após acordo com a Lava Jato.

"Sem dúvida, foi o ano mais produtivo. A partir de nossos procedimentos fiscais, resultantes das investigações da operação, identificamos R$ 10 bilhões de créditos tributários que foram sonegados pelas empresas e pessoas investigadas", afirma o auditor fiscal Flávio Vilela Campos, coordenador-geral de fiscalização da Receita Federal.

Mais provas

Com as delações da Odebrecht --empreiteira acusada de usar contratos com a Petrobras para pagar propina a políticos e servidores--, a Lava Jato espera ter acesso a uma quantidade de provas semelhante a tudo o que foi amealhado nesses quase três anos de investigações, segundo o procurador.

Sobre o ano que se encerra, o procurador do MPF (Ministério Público Federal) diz que 2016 serviu tanto para confirmar o que já se sabia como para abrir novas linhas de investigação. "Você já tinha a tipologia do crime, como ele era praticado, os métodos utilizados, mas algumas pessoas novas apareceram na investigação. E, além disso, houve também uma expansão para outras áreas. Basta ver essa do Rio de Janeiro, que acabou tendo como alvo o ex-governador."

Martello refere-se a Sérgio Cabral, investigado tanto na Lava Jato, como em uma operação que derivou dela, a Calicute, sob responsabilidade do MPF do Rio de Janeiro.

As fases da Operação Lava Jato em 2016:


22ª etapa – 27 de janeiro – Triplo X
23ª etapa – 22 de fevereiro – Acarajé
24ª etapa – 4 de março – Aletheia
25ª etapa – 21 de março – Polimento
26ª etapa – 22 de março – Xepa
27ª etapa – 1º de abril – Carbono 14
28ª etapa – 12 de abril - Vitória de Pirro
29ª etapa – 23 de maio – Repescagem
30ª etapa – 24 de maio – Vício


Desdobramento – 23 de junho – Custo Brasil
Desdobramento – 1º de julho – Sépsis


31ª etapa – 4 de julho – Abismo
32ª etapa – 7 de julho – Caça-Fantasmas
33ª etapa – 2 de agosto – Resta Um
34ª etapa – 22 de setembro – Arquivo X
35ª etapa – 26 de setembro – Omèrta
36ª etapa – 10 de novembro – Dragão
37ª etapa - 17 de novembro – Descobridor/Calicute (em conjunto com MPF do Rio de Janeiro)


19.Desdobramento - 5 de dezembro - Deflexão



Terceiro ano



Alguns números explicam o cansaço sentido por auditores, juízes, procuradores e policiais em razão da intensidade das investigações. Em 2016, foram expedidas mais de 650 ordens judiciais e a operação teve 19 etapas ou desdobramentos. No primeiro ano da Lava Jato, a quantidade foi bem menor: 8 fases com mais de 260 ordens judiciais. Em 2015, foram 15 etapas e os mandados passaram de 430.



A Lava Jato teve início em março de 2014, quando se começou a investigar o esquema de corrupção na Petrobras, que, segundo relatórios da Polícia Federal, teve prejuízos de mais de R$ 42 bilhões em função do esquema.



Até hoje, a operação registrou 120 condenações de investigados na primeira instância da Justiça, a maioria deles sentenciados mais de uma vez pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, responsável pela operação (com exceção dos casos em que os investigados possuem foro privilegiado; nesse cenário, a responsabilidade é do ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] Teori Zavascki).



Somente no âmbito da Receita Federal, foram abertos 1.374 procedimentos fiscais para averiguar possíveis sonegações dos investigados na operação. "Encerramos 443 procedimentos fiscais e temos em aberto outros 931 procedimentos, que, quando forem encerrados, poderão representar a devolução de cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos", afirma Campos.

Somados os auditores da área de fiscalização aos que trabalham no setor de inteligência, chega-se a mais de uma centena de funcionários da Receita trabalhando na Lava Jato, registra o auditor.

Mandados

Para as 19 fases ou desdobramentos de 2016, foram expedidos mais de 430 mandados de busca e apreensão. Alguns deles tiveram como alvo os prédios da Odebrecht e da Eldorado Brasil, uma empresa de celulose que faz parte da J&F, controladora do grupo JBS.

Entre prisões preventivas e temporárias, foram mais de 80 mandados. Políticos famosos foram os alvos deles. Nessa lista, estão os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega (liberado horas depois da detenção) e Paulo Bernardo, o deputado federal cassado Eduardo Cunha, o ex-senador Gim Argello e o ex-governador fluminense, Sérgio Cabral. Também foram detidos o marqueteiro de campanhas presidenciais do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura, já libertados. Em comum, todos eles têm o fato de não possuírem foro privilegiado.

Houve também cerca de 130 mandados de condução coercitiva. Entre eles, está o mais polêmico: o que, em 4 de março, teve como alvo o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi obrigado a prestar depoimento na ocasião. Após o episódio, Lula intensificou suas críticas à Lava Jato. Hoje, ele é réu em cinco processos e diz que a Lava Jato o persegue para evitar sua candidatura à Presidência em 2018.

"A Lava Jato, que começou investigando desvios na Petrobras, se tornou uma perseguição ao ex-presidente Lula, aceitando ações capengas e sem provas sobre um apartamento que o ex-presidente aluga e um terreno que jamais foi pedido ou usado pelo Instituto Lula para justificar uma perseguição política que tem como objetivo impedir que Lula seja candidato em 2018", disse o Instituto Lula em 19 de dezembro.

No mundo acadêmico, também houve críticas à Lava Jato. Em entrevista à "Folha de S.Paulo", o antropólogo John Comaroff, professor na Universidade Harvard, afirmou que a Lava Jato viola a lei para criar "presunção de culpa" do ex-presidente Lula.

"Eu acho que já caiu por terra esse tipo de defesa", defende-se Martello, da força-tarefa. "Hoje já perdeu sentido [esse argumento] mesmo porque o PT não é o partido que tem mais parlamentares ou ex-parlamentares envolvidos na investigação [trata-se do PP]. E eu acho que, hoje, não tem mais força esse tipo de defesa, até porque já são várias denúncias oferecidas, recebidas".

Conhecimento

A intensidade que o ano de 2016 representou para a Lava Jato deve-se à experiência que a força-tarefa possui na investigação dos fatos. "Isso se deve ao know-how nosso, que nós fomos aperfeiçoando, fomos intensificando. Aí o trabalho flui mais facilmente", diz Martello.

"A experiência de trabalho na Lava Jato nos possibilitou a criação de novas programações que identificam fraudes fiscais com maior rapidez", afirma o auditor fiscal Flávio Vilela Campos, da Receita.

Segundo o procurador do MPF, os investigados também têm um papel importante para a Lava Jato ter avançado. "As pessoas, já sabendo o grau de envolvimento e a quantidade de provas, acabam preferindo o não embate e, sim, a colaboração", explica Martello. "Os advogados, conhecendo o grau de envolvimento dos clientes e a quantidade de provas, sugerem um outro tipo de abordagem. Quando notificado, eles já preferem confessar a responsabilidade. [A experiência] serve tanto pra força-tarefa como pra inúmeros escritórios de advocacia que lidam conosco."

A cooperação internacional também tem se mostrado muito importante para a operação, segundo o procurador. "Nós temos 98 pedidos ativos de colaboração com 31 países". O acordo para o pagamento das multas da Odebrecht e da Braskem, por exemplo, foi firmado em parceria com Suíça e Estados Unidos. Martello faz uma ressalva especial no caso da Suíça: "Essa investigação suíça foi extremamente importante para rastrear o dinheiro e contas no exterior. Não fosse isso, as investigações teriam se desenvolvido lentamente, talvez ainda estivéssemos na primeira camada de offshores".

Famosos

O ano de 2016 também foi marcado por polêmicas envolvendo funcionários da PF (Polícia Federal) que ganharam notoriedade ao participarem de etapas da operação. O mais famoso deles, o agente Newton Ishii, o "Japonês da Federal" --que virou tema até de marchinha de Carnaval--, teve de usar tornozeleira eletrônica.

Em 2009, ele foi condenado pelos crimes de corrupção e descaminho por ter facilitado a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. Com as negativas nos julgamentos dos recursos, ele passou a cumprir a pena em regime semiaberto a partir de junho. Com um desconto na pena, ele ficou liberado da tornozeleira em outubro.

Mas, neste ano, ele passou a ter um companheiro no quesito fama: o "Lenhador da Federal". O agente Lucas Valença ganhou destaque depois que escoltou, em Brasília, o deputado Eduardo Cunha para o avião da PF que o levaria para Curitiba. Dias depois, ele começou a aparecer em programas de televisão para comentar a fama repentina.

Como consequência, ele foi aconselhado a tirar férias. Na mesma época, uma recomendação passou a vigorar: que os agentes da PF usassem balaclavas para esconder sua identidade. A PF nega que exista uma obrigatoriedade do uso da peça.

De perfil mais reservado, o procurador da força-tarefa Orlando Martello não acha que a fama que esses integrantes da Lava Jato ganharam seja um problema. "É uma questão muito pessoal. Atrapalhar, não atrapalha, mas também não ajuda. Mas acaba sendo uma necessidade da própria sociedade fazer ídolos. Eu prefiro um Ministério Público um pouco mais discreto."

Olho nos bancos

Um dos objetivos da Lava Jato para 2017 é dar uma atenção especial às instituições financeiras, mais focada no setor de compliance, que, basicamente, cuida para que as empresas sigam as normas e leis vigentes, e evitar desvios de conduta. "Nós temos aqui uma demanda reprimida, que está aguardando justamente aprofundar nessa questão da falha do compliance dos bancos. Sobretudo, não têm funcionando. E, eventualmente, até [podemos fazer] moderações nesses bancos", diz Martello.

Para ele, isso fica claro a partir da situação de Sérgio Cabral, em que houve a participação de joalherias para camuflar verbas advindas de corrupção. "Nesse caso, ficou muito evidente que o compliance realmente não está funcionando. As informações que eles deveriam ter prestado ao Coaf não foram feitas. Há muitas linhas também para desenvolver esse sistema de prevenção à lavagem de ativos", diz.

Agora, isso só será possível se não surgirem surpresas vindas do Legislativo. "Vamos ver se não vai ser aprovada mesmo a lei de anistia, a lei que pune o procurador que denuncia, do juiz que julga [em referência à proposta sobre abuso de autoridade]. Aí são outras perspectivas. Se deixarem trabalhar, a Lava Jato ainda tem fôlego para aprofundar a investigação."

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) comentou em nota que "em 2015, foram feitas, pelo setor bancário, 47.413 comunicações de operações suspeitas, uma variação de 27% em relação ao ano anterior". "As comunicações de operações em espécie acima de R$ 100 mil aumentaram 10% e chegaram a mais de 1 milhão. Esse movimento faz do setor bancário o principal remetente de comunicações ao Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]: 17% dessas comunicações transformaram-se em abertura de investigação no ano passado", continua o comunicado.

"Houve, em 2015, 11,4 bilhões de transações com cartões, 17,7 bilhões por meio de internet banking e 11,2 bilhões de transações por mobile banking. A quantidade de contas ativas de pessoas físicas e pessoas jurídicas, em 2015, chegou a quase 117 milhões. Nesse enorme universo de clientes e usuários do sistema financeiro, os bancos têm aperfeiçoado, ano a ano, as maneiras de enfrentar o desafio considerável de analisar os desvios de comportamento e identificar irregularidades. Os saques de valores expressivo em espécie, nos bancos, são um facilitador de crimes como a lavagem de dinheiro, o terrorismo, o tráfico de drogas e a corrupção. Só em 2014, foram movimentados R$ 70 bilhões em dinheiro vivo por pessoas e empresas que sacaram mais de R$ 50 mil de uma só vez, em espécie, nos bancos. Há casos de um único saque de mais de R$ 2 milhões em espécie."

Fim da operação?

O procurador, porém, não faz uma projeção sobre uma data para o término da operação por um outro fator: em setembro, vence o prazo da força-tarefa. Ou seja, caso o MPF não estenda a duração da Lava Jato, não haveria mais um grupo de trabalhadores dedicado exclusivamente ao caso. "O futuro é muito incerto. A gente tem que trabalhar com perspectivas menores."

A força-tarefa surgiu em abril de 2014, um mês após o início da operação. No último mês de setembro, ela foi prorrogada por mais um ano pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Eu espero que o Ministério Público nos dê mais um tempo, pelos menos para dar cabo desse material apreendido que vai ser analisado", diz Martello. "De qualquer forma, há espaço aí para muita investigação."

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