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Brasil : SEM REGALIAS
Enviado por alexandre em 24/07/2017 09:14:11


Câmara pode derrubar artigo que beneficia igrejas

MP dos Refis

Folha de S. Paulo - Mônica Bergamo

A Câmara dos Deputados deve derrubar artigo inserido por parte da bancada evangélica na MP do Refis, o programa de renegociação de dívidas com o governo. Ele prevê que as igrejas serão dispensadas do pagamento de impostos quando fizerem remessas ao exterior.

O item beneficiaria instituições que têm atividades fora do Brasil, em países da África e até da Europa. Elas hoje pagam 25% de Imposto de Renda e 0,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) quando enviam valores "de caráter missionário ou evangelizador" ao exterior.

O artigo, que no limite possibilita até a devolução de impostos já pagos, é considerado um exagero mesmo diante da crise política que obriga o governo de Michel Temer a agradar a bancada religiosa, de mais de cem deputados.

O discurso é que as igrejas já estão sendo extremamente beneficiadas: em outro artigo fica estabelecido que elas devem ser isentas não apenas de tributos, mas também de contribuições -e ainda que devem ser perdoadas de todos os débitos do passado.

Lei aprovada em 2015, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presidia a Câmara, já estabelecia que as igrejas não precisariam mais pagar contribuições sobre a remuneração de pastores, as chamadas prebendas. Mas havia divergências e a Receita continuava autuando as organizações religiosas.

Há uma estimativa de que pelo menos 12 delas caíram na malha fina, algumas com multas superiores a R$ 50 milhões. Se o Refis for aprovado, serão todas perdoadas.

Brasil : ALERTA GERAL
Enviado por alexandre em 23/07/2017 12:51:01


Contra superbactérias, hospitais tentam conter abuso na prescrição de antibióticos

Terra

No final de janeiro, a estudante macapaense Adrielly Gadelha Montoril, de 23 anos, se preparava para um final de semana tranquilo após sua rotina de hemodiálise. Três vezes por semana, ela era submetida à transfusão de sangue por meio de uma fístula arteriovenosa - ligação entre uma artéria e uma pequena veia feita em seu antebraço.

A doença renal crônica que a acometia estava sob controle, e nada no horizonte indicava que ela precisaria de intervenções médicas emergenciais. Mas uma dor insuportável em seu braço, iniciada numa sexta-feira, deu o sinal de que algo poderia estar errado.

"Eu peguei uma bactéria na fístula - não sabemos como. Fiquei em casa no final de semana chorando de dor, pedindo ajuda para meu pai. Meu braço queimava. Fiquei três dias tomando antibiótico, e ela só foi progredindo. Crescia. A gente pensava que ela estava morrendo. Eu tinha febre, aquela agonia no meu braço. Mas a gente não sabia o que era aquela bactéria", relembra.

Na segunda-feira seguinte, quando Adrielly chegou ao hospital para uma nova sessão de hemodiálise, havia uma bolha negra em seu braço. "Os médicos se assustaram. Tiraram foto porque nunca tinham visto aquilo. Fui levada com urgência para a sala de cirurgia", relembra. "Meus pais não queriam acreditar. A fístula é um canal para o coração. Foi um milagre eu ter sobrevivido."

Adrielly foi vítima de uma infecção por uma versão resistente da bactéria Staphylococcus aureus. Além de ter que se submeter a uma cirurgia para limpeza da área, a estudante perdeu a chance de continuar com as transfusões.

Diante disso, a estudante teve que entrar de emergência na fila de transplante. Ela recebeu um novo órgão em abril. Após idas e vindas, teve alta definitiva na última terça-feira, mais de seis meses depois da infecção bacteriana.

Assim como Adrielly, casos de pacientes infectados por bactérias resistentes vêm crescendo no Brasil e já causam ao menos 23 mil mortes por ano, estimam especialistas.

Uma das principais causas da resistência bacteriana é o uso excessivo de antibióticos, inclusive dentro do ambiente hospitalar. Por esse motivo, hospitais brasileiros vêm implantando um novo sistema para controlar o consumo desses medicamentos e evitar abusos.

"Há uma dificuldade estrutural para enfrentar a resistência antimicrobiana, mas hoje sabemos que é preciso implementar regras básicas para diminuir o uso de antimicrobianos. O paciente chega com um problema e o médico já prescreve o antibiótico," afirma Sylvia Lemos Hinrichsen, médica infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Desde o ano passado, Sylvia vem treinando hospitais brasileiros a racionalizar o uso de antibióticos, após estudar programas de gestão de uso desses medicamentos no Reino Unido.

Gestão racional

Chamadas de Antimicrobial Stewardship Program (ASM), as iniciativas começaram nos anos 2000 e se tornaram comuns na Europa e nos Estados Unidos com a preocupação crescente sobre superbactérias. No Brasil, programas para controle do uso de antibióticos também não são novos, mas as iniciativas ainda estão em fase inicial.

O objetivo é que os médicos usem antibióticos de maneira mais precisa e evitem desperdícios. Quanto mais se usa um antibiótico sem necessidade, maior o risco de se criar uma superbactéria.

De acordo com informações compiladas pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em 2014, cerca de 20% a 50% dos antibióticos prescritos em hospitais de cuidados intensivos naquele país são ou desnecessários ou foram prescritos incorretamente.

No Brasil, as estatísticas não são melhores, segundo os médicos.

"Costumávamos tratar pacientes antes mesmo da cirurgia. A pessoa ia tirar um dente e começava com o antibiótico dias antes. E isso traz riscos muito graves", explica a médica Maria Manuela Alves dos Santos, superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação, que certifica a qualidade de hospitais em parceria com a Joint Commission International.

Desde julho, a JC incluiu gestão racional de antibióticos como um dos requisitos para seu selo de qualidade. Para usar esses medicamentos de maneira mais eficiente, os hospitais precisam mapear os organismos infecciosos mais comuns em sua unidade e criar mecanismos para identificar rapidamente as reais causas das infecções em pacientes.

"Da mesma forma que um hospital precisa de uma equipe de limpeza, precisa de uma equipe de microbiologia para saber sua realidade microbiológica. Porque é a partir disso que vou sugerir guias terapêuticos para os meus médicos", diz Pedro Mathiasi, infectologista do HCor, em São Paulo, que desde 2013 lidera um programa de gestão racional de uso de antibióticos.

Demora

Quando um doente chega ao hospital, os médicos muitas vezes não conseguem identificar prontamente a causa da infecção, mas colocam o paciente sob antibióticos, para evitar que a doença se alastre, enquanto colhem amostras para investigar o problema.

Essa investigação é feita pelo laboratório de microbiologia, que determina quais bactérias, fungos ou vírus são a causa de determinada doença. Em países desenvolvidos, esses testes saem em até duas horas, mas, no Brasil, médicos relatam que resultados podem levar até sete dias para ficar prontos.

"Se o laboratório de microbiologia dá retorno rápido, o médico ajusta o tratamento. Isso traz resultados melhores para o paciente e reduz o tempo dele no hospital", explica José Martins de Alcântara Neto, farmacêutico do Hospital Universitário Walter Cantídio, de Fortaleza, que em fevereiro desse ano também implantou um programa para racionalizar o uso de antibióticos.

Porém, quanto mais esses testes demoram, maior o risco de pacientes receberem antibióticos fortes demais, que atacam múltiplas bactérias ao mesmo tempo. Chamados de amplo espectro, esses medicamentos são efetivos, mas selecionam mais bactérias resistentes.

"Quando chega o resultado, vejo se posso diminuir o espectro do antibiótico, se posso dar uma dose mais branda. Esse é o pulo do gato. Porque às vezes você está dando um tiro de canhão na bactéria quando um tiro de chumbinho resolveria", compara Mathiasi.

Desde 2014, o HCor diz ter reduzido em 60% o uso de antifúngicos e de carbapenêmicos, uma classe de antibióticos de amplo espectro. A queda foi registrada na UTI de cardiopediatria, que faz cirurgias de alta complexidade em crianças.

A instituição também reduziu à metade casos de diarréia causadas pela bactéria Clostridium difficile , que é associada ao uso de antibióticos. "Conseguimos praticamente tudo: redução dos índices de resistência, de custo com antibióticos e de efeito adverso para os pacientes", enumera Mathiasi.

A passos lentos

O HCor faz parte de uma rede de 220 hospitais nacionais que têm sido treinados dentro de um programa internacional da empresa farmacêutica MSD. A companhia diz que já levou a iniciativa a 26 países.

Oferecido gratuitamente, o programa faz parte dos esforços da companhia para que seus antibióticos durem mais. Com a capacidade de bactérias de se adaptar rapidamente aos medicamentos desenvolvidos para eliminá-las, remédios às vezes podem se tornar inúteis em poucos anos, gerando perdas às farmacêuticas.

A ideia é elogiada por especialistas, mas ainda está longe de representar a realidade brasileira.

"Não estamos onde deveríamos estar," resume Ana Gales, coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Um programa como esse deveria estar em todos os hospitais brasileiros. Mas, como país subdesenvolvido, temos instituições onde isso está completamente implantado, mas outras que ainda nem começaram", diz.

Parte dos entraves é estrutural. O Brasil tem cerca de 6,2 mil hospitais, e nem todos possuem laboratórios de microbiologia, o que dificulta tratamentos precisos.

Um levantamento preliminar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2015 indicou que o país tinha 660 laboratórios do gênero cadastrados em seu sistema - praticamente um para cada dez hospitais. A agência diz que abriu nova chamada para cadastrar essas instituições.

Também não há ainda um guia nacional para as instituições hospitalares. Aqueles que adotaram tais iniciativas recorreram a publicações internacionais, como a da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (IDSA, na sigla em inglês).

Em nota, a Anvisa informou que trabalha desde novembro em uma diretriz nacional para hospitais e que irá publicá-la até o final do ano.

"Um modelo nacional vai sem dúvida estimular os hospitais a adotar o modelo", avalia Alcântara Neto, do Hospital Walter Cantídio. "Você imagina, vários hospitais do Ceará, trabalhando com uma mesma metodologia. Tem chance de dar resultados melhores."

Lucro

Outro entrave é comercial. Ainda perdura em muitos hospitais, principalmente privados, a visão de que usar antibióticos é uma prática lucrativa. As instituições, ao medicar pacientes, cobram dos convênios o uso desse medicamento, num modelo de revenda, no qual garantem margem de lucro.

Mas especialistas dizem que a prática está cada vez mais em declínio. "A gente já identifica que esse pagamento por serviço de antibiótico está morrendo. Poucos hospitais ainda sobrevivem disso", diz Mathiasi, do HCor.

Sylvia Hinrichsen, da UFPE, acredita que a mentalidade econômica do uso de antibióticos e a cultura de usar o medicamento em excesso precisam mudar por inteiro - e que o paciente também faz parte dessa mudança.

"Essa cultura vai precisar mudar porque a própria população vai começar a entender que não é para tomar antibiótico por 21 dias, não é para tomar quatro tipos de antibióticos numa tacada só", diz.

"Vai ser igual a quando começamos a usar cinto de segurança - vamos entender que o risco de não utilizar corretamente pode ser fatal."

Brasil : MEIO AMBIENTE
Enviado por alexandre em 23/07/2017 12:16:02


Piratas saqueiam R$ 100 milhões por ano na Amazônia
Conhecidos como “ratos d’água”, os criminosos atacam embarcações de transporte de combustível e produtos eletrônicos

A era dos piratas não acabou. Ela apenas mudou de rota: da costa brasileira foi para os rios da Amazônia. Em vez de olho tapado e espadas, capuz, metralhadoras e fuzis AR 15. Para comunicação, sistema de rádio VHF. A nova “caça ao tesouro” agora é por combustível, que representa 70% do prejuízo de R$ 100 milhões por ano para as empresas que fazem transporte de carga pelos rios da floresta amazônica.

Também chamados de “ratos d’água”, os piratas atuam sempre em grupos. Eles ficam de tocaia e, usando rádios, articulam o ataque. O alvo predileto são embarcações que transportam combustível e eletrônicos da Zona Franca de Manaus.

Com barcos pequenos e rápidos, os piratas cercam as embarcações, amarram uma corda e sobem na balsa, encapuzados, com luvas pretas e armas pesadas, fazendo arruaça. A tripulação é presa na cabine e os piratas tomam o comando. Eles levam a carga roubada para um barco maior, ancorado próximo às balsas. Em quase todas as ocorrências há também roubo de combustível dos tanques das embarcações. Muitas vezes, os piratas levam ainda todos os pertences da tripulação.

Os rios da Amazônia têm sido alvo crescente de ataques de piratas. O número de assaltos nos trechos Manaus-Belém e Manaus-Porto Velho quadruplicou de 50 em 2015 para mais de 200 em 2016, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários do Amazonas (Sintraqua). Os ataques são feitos quase sempre à noite. Durante o dia, as ações ocorrem com as embarcações em movimento, para chamar menos a atenção.

Nos pontos mais críticos, empresas de transporte de carga só navegam acompanhadas de escolta armada. O Estreito de Breves, canal fluvial de acesso ao Arquipélago do Marajó, no Pará, é um dos trechos mais perigosos. A região é estratégica para o escoamento de diversos produtos. Para atravessar o estreito, as embarcações precisam reduzir a velocidade. É quando os piratas, que estão em barcos mais rápidos, atacam. “Essa é a área vermelha. Nossa situação é horrorosa, pois a pirataria tem uma ligação muito forte com o tráfico internacional de drogas”, ressalta Eduardo Carvalho, presidente do Sindicato dos Armadores do Pará (Sindarpa).

Por dia, são registrados de dois a três ataques no Estreito de Breves, com roubo de 20 mil a 30 mil litros de combustível. “Sem falar de roubos de óleo de embarcações menores, que ocorrem toda hora”, afirma Carvalho. Ele estima que os prejuízos do setor ultrapassem R$ 100 milhões. “A situação piora a cada ano. O isolamento é completo.”

O comandante Enilson Antônio Sousa Miranda, de 59 anos, relatou ao Estado o terror dos ataques piratas no Estreito de Breves. Em uma noite de janeiro de 2015, ele foi feito refém próximo à Vila de Antônio Lemos, em uma viagem de Belém para Santarém, numa embarcação que transportava 30 carretas de cargas diversas. “Eu tinha acabado de jantar. Me pegaram pelo macacão e colocaram um revólver 38 na minha cabeça. Me bateram, pisaram no meu pescoço para eu deitar no chão e me levaram para a proa.”

Segundo Miranda, os piratas prenderam a tripulação nos camarotes e levaram tudo o que puderam em um barco maior: aparelho de rádio de comunicação da embarcação, celulares, óleo diesel, óleo combustível e até comida. Os bandidos estavam drogados. Traumatizado, Miranda teve de fazer tratamento psicológico e psiquiátrico. Meses depois, ele foi demitido. “Não tem segurança nenhuma ali.”

Depois de trabalhar por 20 anos no trecho Rio Paraguai-Paraná, o comandante Marcelo Conceição de Oliveira passou a navegar na Amazônia há três meses. Ao passar pelo trecho para Belém, ficou com medo de ataques de piratas, algo que, segundo ele, não existia na outra região. “Praticamente não dormi com a minha tripulação.”

Operação conjunta. Cientes dos ataques de piratas, autoridades do Pará passaram a atuar de forma conjunta, valendo-se de serviços de inteligência, principalmente no Estreito de Breves. “O pessoal invade e rouba toda a carga. O que pesa muito é a questão do roubo de carga da Zona Franca de Manaus”, afirma o delegado Ualame Fialho Machado, superintendente regional da Polícia Federal no Pará. Levantamento do Sindarpa aponta que 71% dos assaltos ocorrem em áreas onde não há nenhum sistema de comunicação disponível, o que dificulta que a polícia seja acionada. “Quando só roubam, digo que é lucro, pois é um grupo muito violento”, diz o delegado.

Um dos agravantes para a pirataria na Amazônia é o envolvimento da própria tripulação. Todas as investigações presididas pelo delegado Dilermando Dantas Júnior, diretor do Grupamento Fluvial de Segurança Pública no Pará (GFLU), constataram o envolvimento de pelo menos um tripulante nas ocorrências. “E tinha inquérito com toda a tripulação envolvida.”

As empresas de transporte reclamam da falta de mão de obra especializada. “Se não tivermos formação de aquaviários em grande escala e mais bem preparados, não vamos conseguir combater a pirataria”, ressalta Raimundo Holanda, presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária. Por meio de nota, a Marinha informou que não há relação entre o aumento de roubo e a possível “falta de aquaviários” na região.

Os trabalhadores se defendem. “O aquaviário é assaltado no meio do rio, faz o BO na delegacia mais próxima e, quando chega na cidade, ainda é preso. É humilhante”, reclama o capitão Rucimar Souza, presidente do Sintraqua.

Fonte: AGÊNCIA ESTADO

Brasil : SAUDAVEL
Enviado por alexandre em 22/07/2017 00:07:38


Uma pausa de 5 minutos para caminhar é o que você precisa para transformar seu dia

uma caminhada curta - ao ar livre ou em ambientes fechados - promove efeitos positivos também para o pensamento criativo

Os benefícios da caminhada para a saúde já são bastante conhecidos e divulgados por médicos, que afirmam que apenas meia hora da atividade por dia já é capaz de afastar as chances de sedentarismo. E mesmo quem não tem esse tempo extra para abandonar o trabalho e se movimentar precisa saber que caminhar durante somente 5 minutos é o suficiente para transformar completamente seu dia.

Caminhadas curtas fazem bem à cabeça. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Stanford, além de trazer melhora física, uma caminhada curta - ao ar livre ou em ambientes fechados - promove efeitos positivos também para o pensamento criativo. Os pesquisadores avaliaram a criatividade dos participantes do trabalho científico após uma caminhada através de aplicação de problemas e desafios que exigiam soluções que saíssem do comum. Foi descoberto então que os voluntários que deram uma caminhada breve de poucos minutos ao ar livre apresentaram aumento de mais de 60% na criatividade em relação aos que permaneceram sentados em suas mesas.

Apesar de a caminhada ao ar livre indicar benefícios mais pronunciados, aqueles que andaram em ambientes fechados geravam cerca de 40% mais ideias criativas do que os participantes que não praticaram a atividade. O resultado sugere que, mesmo que uma pessoa não possa sair para caminhar, ela pode obter melhoras após dar algumas voltas no próprio trabalho ou sobre uma esteira.



Vix.com

Brasil : RISCO À SAÚDE
Enviado por alexandre em 21/07/2017 22:15:53


Pílulas para engordar viram febre entre mulheres

Jovens sudanesas estão tomando pílulas para engordar e ganhar curvas — e assim se encaixar no padrão de beleza do país. A jornalista africana Yousra Elbagir investigou como essas mulheres estão procurando substâncias proibidas em sua busca por beleza:

Modas cosméticas que ameaçam a saúde não são novidade no Sudão. O clareamento de pele, por exemplo, é um artifício usado há anos. Mas uma nova febre tem se alastrado pelo país: as pílulas que engordam.

Sem regulação, os remédios são vendidos ilegalmente pelas mesmas pequenas lojas que vendem cremes clareadores de pele e outros itens de beleza.

Podem ser comprados individualmente, em pequenos sacos ou embalagens de doces, e não têm nenhuma informação sobre os riscos médicos.

É difícil estimar quantas mulheres no Sudão usam esses produtos para ganhar peso porque muitas não admitem o uso. "Pílulas são distribuídas nas vilas como se fossem balas", diz Imitithal Ahmed, uma estudante da Universidade de Khartoum. "Eu sempre tive medo de usá-las porque vi parentes ficarem doentes e amigos se tornarem dependentes de estimulantes de apetite". "Minha tia está prestes a sofrer falência nos rins e está com artérias bloqueadas por tomar pílulas que engordam na tentativa de conseguir um bumbum maior", afirma Ahmed. "Todos na família sabem que ela está doente, mas ela não admite. Ela só parou de tomar quando o médico mandou."

Pílulas do tipo são com frequência disfarçadas, e recebem apelidos que fazem referência aos seus efeitos. De nomes como "Terror dos Vizinhos" e "Pernas de Frango" a "Mamãe Desconfia", os nomes clínicos dos remédios são ignorados e substituídos por promessas de bumbuns maiores, coxas grossas e uma barriga que fará sua mãe suspeitar que talvez você esteja grávida.

As substâncias contidas nas pílulas variam: vão de estimulantes de apetite comuns a remédios contra alergia que contém cortisona, um hormônio esteroide. Os efeitos colaterais da cortisona são hoje uma galinha de ouro para os traficantes de pílulas. A substância é conhecida por diminuir o metabolismo, aumentar o apetite, causar retenção de líquidos e criar depósitos extras de gordura no abdômen e no rosto.

Usar hormônios não regulados sem supervisão pode causar danos ao coração, ao fígado, aos rins e à tireoide, diz Salah Ibrahim, presidente da Associação dos Farmacêuticos do Sudão. Ele explica que a cortisona é um hormônio que existe naturalmente no corpo, ajudando a regular funções vitais. Quando uma versão concentrada e artificial é inserida no organismo, o cérebro ordena o corpo a parar a produção.

Se um usuário desses remédios abruptamente para de tomar a substância, os órgãos mais importantes podem ter disfunções.

Médicos dizem que jovens mulheres do Sudão estão morrendo por falência nos rins e problemas cardíacos por causas de paradas súbitas na ingestão de esteroides. As mortes são mais comuns entre noivas e recém-casadas, que tradicionalmente passam por um mês de intenso embelezamento antes do seu dia de casamento e depois param abruptamente com o uso de pílulas de engordar e cremes branqueadores.

Os óbitos são registrados como "falência abrupta de órgãos". Apesar de tudo isso, essas tendências de beleza continuam a crescer. O uso abusivo dessas pílulas está aumentando na sociedade conservadora do Sudão, em parte porque elas não têm o mesmo estigma de álcool e maconha — e seu uso é mais fácil de ser escondido.

Universitárias têm comprado aos montes o potente analgésico Tramadol. Cada pílula é vendida por 20 libras sudanesas (R$ 9,5). Alguns dos vendedores de chá de beira de estrada da cidade de Khartoum são conhecidos por dissolver o analgésico em uma xícara de chá a pedido de clientes.

Campanhas de conscientização têm tido pouco impacto até agora. Salah Ibrahim tem aparecido em inúmeros programas de TV para alertar sobre os perigos do uso de remédios de tarja preta. Nas universidades, estudantes do curso de Farmácia têm sido incentivados a agir dentro da lei. Mas, em um país onde profissionais de saúde recebem muito pouco, a tentação de vender esses remédios para revendedores ilegais muitas vezes acaba prevalecendo. "A última vez em que fui a uma loja de produtos de beleza, o dono trouxe uma caixa de chocolates cheia de pílulas para engordar diferentes", diz Ahmed, a estudante de Khartoum. "As meninas têm muito receio de perguntar sobre os produtos a seus médicos e acabam comprando de outros locais, por medo de sofrerem humilhações públicas", afirma ela.

A polícia tem prendido vendedores ilegais e bloqueado rotas de tráfico, mas os lucros de farmacêuticos irregulares têm crescido da mesma forma. O Sudão não é o único país da África onde estar acima do peso é um símbolo de prosperidade e poder - e uma característica que aumenta as chances de uma mulher se casar.

Mas, nessa sociedade, é uma espécie de ideal de mulher sudanesa perfeita — cheinha e de pele clara — desejada como esposa. O status de ícone de Nada Algalaa, uma cantora sudanesa cuja aparência é amplamente elogiada e copiada, é uma prova disso. Para algumas mulheres, é um ideal a ser alcançado custe o que custar.

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