Regionais : Exército vai perfurar poços no NE em agosto, diz Bolsonaro
Enviado por alexandre em 31/07/2021 22:58:02


Em entrevista concedida ao Programa do Ratinho, do SBT, na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que o Exército Brasileiro vai perfurar poços artesianos no Nordeste em agosto. "No mês que vem, vou estar com o Exército e o comandante [general Paulo Sérgio Nogueira] no Nordeste furando poços artesianos", declarou.

Em maio deste ano, o Governo Federal divulgou a liberação de quase R$ 57 milhões para a perfuração de 790 poços e implantação de 2.194 cisternas em 191 municípios nordestinos. A expectativa é de que 50 mil pessoas em todos os estados da região sejam beneficiadas com as novas estruturas.

As obras fazem parte da estratégia do Governo Federal para a emancipação dos carros-pipa. Os recursos foram empenhados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

O Exército já vinha atuando em anos anteriores para esse fim. No governo do presidente Michel Temer (MDB), foram perfurados 593 poços artesianos entre 2016 e 2018. 

Ainda de acordo com o Exército, 307 atingiram água. Destes, 125 têm água potável, enquanto 182 possuem água que pode ser usada para outros fins, como agricultura e consumo de animais.


‘Ninguém precisa de recursos públicos para fazer campanha’ Bolsonaro voltou a criticar Fundão eleitoral de 5,7 bilhões


Presidente Jair Bolsonaro Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro voltou a sinalizar que poderá vetar mais de R$ 2 bilhões do fundo eleitoral e reforçou que, se pudesse, “vetava todo o Fundão”.

De acordo com Bolsonaro, ele ainda não sabe o valor exato a ser vetado, mas acredita que o corte ultrapassará R$ 2 bilhões de reais. O presidente manteve o discurso de que tem que aprovar a ferramenta para não incorrer no crime de responsabilidade. A declaração foi dada por ele em entrevista à rádio 89 FM (SP), na manhã desta sexta-feira (30).

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O chefe do Executivo também declarou não concordar com o fundo eleitoral. Ele disse: “Ninguém precisa, no meu entender, de recorrer a recursos públicos para fazer campanha”.

– Quem tem mandato especial e quem faz uso do Fundão… têm oportunidade, ao longo de quatro anos, de trabalhar e consolidar o apoio junto à população. Agora, sou obrigado a sancionar aquilo que a lei diz – afirmou Bolsonaro.

De acordo com a legislação brasileira, se o fundo for vetado pelo presidente, o governo e os parlamentares deverão estabelecer o gasto com as campanhas, considerando os impostos arrecadados com o fim de propaganda partidária (em torno de R$ 803 milhões), e somá-lo a um percentual não definido da reserva destinada às emendas parlamentares de bancada, cuja somatória deve chegar a R$ 8 bilhões no próximo ano.



Quem quer dar o golpe: o presidente eleito ou aqueles que negam a Bolsonaro o direito de se reeleger? Democracia é ameaçada por todas as forças que não querem Bolsonaro nas eleições de 2022 — e que, para atingir esse propósito, estão prontas a promover e a aceitar qualquer ilegalidade

 JP

YURI MURAKAMI/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDOO presidente Jair Bolsonaro participa de motociata em São Paulo com milhares de apoiadores

É possível ler pelo menos uma vez por dia que a democracia no Brasil está correndo os riscos mais sérios de sua história neste preciso momento — e todo mundo sabe perfeitamente quem é o responsável direto por isso, segundo nos dizem a mídia, as classes ilustradas e o Brasil equilibrado, europeu e social-democrata que tanto encanta a nossa elite. O culpado é ele mesmo: Jair Bolsonaro. Há, entre os riscos, os “atos antidemocráticos”, como as aglomerações de gente onde se pede o despejo dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Há as passeatas de motocicleta. São apresentadas ideias inconstitucionais, como a de que a presente Constituição não vale nada. Há a reivindicação de que o voto nas eleições de 2022 possa ser comprovado fisicamente. E há, acima de todas as outras ameaças fatais à democracia, a possibilidade de que Bolsonaro ganhe a eleição presidencial do ano que vem e continue presidente do Brasil por mais quatro anos.

Como assim? Isso aí é o que se chama de contradição absoluta. Como o resultado de uma eleição livre, direta, com voto universal e secreto, pode ser a pior ameaça à uma democracia? Pois é onde estamos hoje, exatamente. O debate político no Brasil foi sendo tão degenerado, mas tão degenerado, que eleição, conforme o resultado, passou agora a ser crime político. Há muita conversa, claro, sobre “movimentação militar”, coisas obscuras e imprecisas que ninguém foi capaz de definir até o momento. Aqui e ali murmura-se sobre algum tipo de “golpe de Estado” – sem que fique preciso, nunca, quem daria esse golpe, quando, como e onde. Como o presidente disse que o Brasil tem de ter eleições limpas, ou não terá eleição nenhuma, e como a eleição terá de ter voto auditável para ser limpa, e como não vai haver voto auditável, há uma confusão contratada para o no que vem. Há os “radicais” em volta de Bolsonaro, há o discurso do ódio (só do lado dele), há os “atos antidemocráticos”, há o general Braga — enfim, há uma infinidade de coisas que são relacionadas todos os dias para indicar que a democracia brasileira está em estado de coma. Mas tudo isso, em geral, é conversa para encher o noticiário. O problema, mesmo, é Bolsonaro ganhar a eleição.

Quem não admite que existe uma maneira diferente da sua para de ver o mundo é um militante do totalitarismo

E nesse caso, quem é a verdadeira ameaça à democracia? O presidente, que só continuará a ser presidente se ganhar a eleição de 2022, ou quem nega a ele, em qualquer circunstância, o direito de se reeleger? É cada vez mais comum, na esquerda, dizerem que não vão “esperar” a eleição para desembarcar Bolsonaro do governo. Que diabo significa isso? Todo o discurso de oposição fala em “excluir a possibilidade” de mais quatro anos com ele. Prega-se abertamente, também, que a democracia é um valor que está “acima de qualquer outro”; como Bolsonaro, nessa maneira de ver as coisas, torna “impossível” qualquer regime democrático no Brasil, tudo passa a ser admissível para “deter” a sua caminhada. Outra coisa: impedir o “fascismo” é um dever cívico acima de qualquer lei, e está na cara desse evangelho que Bolsonaro e “fascismo” são exatamente a mesma coisa. É um dever de todos, portanto, agir nessa direção.

Os verbos são esses mesmos: excluir, deter, impedir. A mensagem que transmitem, quando se desconta a hipocrisia, é que não existem dois lados na próxima eleição e que quem ganhou deve levar. Só existe um lado legítimo — o que é contra Bolsonaro. Se ele perder, ganha a democracia; se ele ganhar, ganha a ditadura. Eis aí, no fundo, o ovo dessa serpente: a exclusão do “outro lado” da vida política. Tanto faz, aí, se quem acredita nisso é de esquerda ou de direita. Quem não admite que existe uma maneira diferente da sua para de ver o mundo, ou oposta à sua, é um militante do totalitarismo. É assim em Cuba, na Venezuela ou na China — só há uma verdade, essa verdade é a do governo e quem discorda é um inimigo da sociedade. No Brasil de hoje, só pode haver um ganhador para a eleição de 2022 — o nome que não for Bolsonaro —, e quem discorda disso não deve ter voz. 

A esquerda, o centro equilibrado e o Brasil que se dá o direito de pensar por todos acreditam, como artigo de fé, que pessoas como Bolsonaro, com o seu temperamento, suas ideias, seu tipo de admiradores, sua atitude geral diante da vida, seus conceitos e preconceitos, suas simpatias e antipatias, suas reações etc. etc. não podem ser aceitas numa democracia. Gente assim não foi feita para participar da vida pública; são a negação dos valores “corretos” e uma fonte permanente de tensão. Pode ser, mas estas não são expectativas realistas, nem éticas, de uma sociedade democrática. Democracia, ao contrário, depende do conflito para existir — inclusive os conflitos trazidos por lideranças políticas como as do presidente Bolsonaro. Na verdade, as divisões, por mais duras que sejam, são essenciais num regime democrático. Todas elas, inclusive as representadas por Bolsonaro, que são tão legítimas quanto quaisquer outras. Por que não? Só os conflitos declarados virtuosos ou aceitáveis pelo STF, pela OAB e pelas classes intelectuais seriam permitidos? É o que se pretende no Brasil de hoje. Esquecem, todas essas almas tão preocupadas com as “instituições”, que se não houvesse divergências como as que são encarnadas por Bolsonaro, não haveria necessidade de democracia. Para que, se todos estão de acordo?

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