Mais Notícias : Ministério define 12 semanas de intervalo entre doses da Pfizer
Enviado por alexandre em 04/05/2021 09:30:00

Período é diferente do estipulado pelo fabricante

Ministério estipulou intervalo de 12 semanas entre as doses da vacina da Pfizer Foto: EFE/Martin Alipaz

O Ministério da Saúde orientou os estados a aplicarem a vacina contra a Covid-19 da farmacêutica Pfizer com 12 semanas de intervalo entre as doses. O Brasil recebeu na quinta-feira passada 1 milhão de doses do imunizante como parte de um acordo que prevê a aquisição de 100 milhões de doses a serem entregues até o fim do terceiro trimestre deste ano. A orientação relativa às 12 semanas supera o prazo previsto na bula do produto, que é de 21 dias.

A carga começou a ser distribuída aos estados para aplicação no público prioritário. Neste domingo (2), a Coordenação-geral do Programa Nacional de Imunizações, do ministério, divulgou novas orientações técnicas sobre a campanha de vacinação, e especificamente sobre a aplicação da vacina da Pfizer.

Leia também1 Lewandowski suspende antecipação de vacina a policiais e professores
2 Queiroga: Brasil negocia 100 milhões de doses com a Pfizer
3 Covid-19: Vacina da Pfizer ficará em freezers emprestados
4 Queiroga diz que toda população estará vacinada até o fim do ano
5 Brasil paga R$ 10,3 mi em seguro para vacinas de Pfizer e Janssen

A coordenação diz que a ampliação do intervalo “poderá trazer ganhos significativos do pontos de vista da saúde pública”, o que poderá reduzir a gravidade da Covid-19 em um país com alta mortalidade pela doença. Há uma necessidade, acrescenta o órgão, de ampliar a oferta de vacinas à população brasileira. Até esta segunda-feira, 7,69% receberam as duas doses dos imunizantes aplicados em território nacional.

Para justificar a decisão, a coordenação cita o exemplo do Reino Unido, onde o mesmo prazo de 12 semanas foi adotado.

– Esta recomendação considerou que a vacinação do maior número possível de pessoas com a primeira dose traria maiores benefícios do ponto de vista de saúde pública, considerando a necessidade de uma resposta rápida frente a pandemia de covid-19 – escreveu Laurício Monteiro Cruz, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

A interpretação é de que a primeira dose já começa a oferecer proteção em patamares significativos contra o novo coronavírus. Vinte um dias após a primeira dose, a efetividade estimada é de 80% a 90%, aponta o documento. O intervalo de 12 semanas, reconhece o órgão federal, foi recebido com controvérsia e análises preliminares chegaram a apontar uma efetividade reduzida na comparação com o prazo indicado.

Questionada sobre a orientação do Ministério da Saúde, a Pfizer não se posicionou objetivamente sobre um eventual respaldo à decisão. A empresa disse que os regimes de dosagem “ficam a critério das autoridades de saúde e podem incluir recomendações seguindo os princípios locais de saúde pública”.

*Estadão


Mundo teve mais casos de Covid-19 em duas semanas do que em 6 meses, diz OMS

Nas últimas duas semanas houve mais casos de coronavírus do que nos seis primeiros meses de pandemia no mundo; Índia e Brasil somam mais da metade dos registros

Joshua Berlinger, Adam Renton, Aditi Sangal e Vital Neto, da CNN

Equipe médica cuida de pacientes em área de emergência de hospital
Equipe médica cuida de pacientes em área de emergência de hospital
Foto: Diego Vara/Reuters

Globalmente, houve mais casos de Covid-19 relatados nas últimas duas semanas do que durante os primeiros seis meses da pandemia, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, durante uma coletiva de imprensa em Genebra nesta segunda-feira (3). 

Dados levantados pela CNN mostram que, entre 19 de abril e 2 de maio de 2021, a OMS registrou 11.439.682 casos de Covid-19. Já entre 30 de dezembro de 2019 – quando foi confirmado o primeiro caso no mundo – e 6 de julho de 2021 foram registradas 11.338.515 infecções. 

“Mais casos de Covid-19 foram relatados globalmente nas últimas duas semanas do que durante os primeiros seis meses da pandemia”, disse Tedros Adhanom. “Índia e Brasil respondem por mais da metade dos casos da semana passada. Mas existem muitos outros países em todo o mundo que enfrentam uma situação muito frágil”. 

A Índia está há 12 dias consecutivos registrando mais de 300 mil novos casos de Covid-19 a cada 24 horas. A OMS fornece equipamentos e suprimentos, como concentradores de oxigênio, ao país, e dá orientações sobre como cuidar, em casa, de pessoas que não conseguem leitos hospitalares. 

A Fundação OMS também está levantando fundos para apoiar a necessidade de oxigênio e suprimentos relacionados em todo o mundo, disse Tedros, que pediu a todos que continuem seguindo as recomendações da organização e dos países em relação às medidas de segurança da saúde pública. 

“O que está acontecendo na Índia e no Brasil pode acontecer em outros lugares, a menos que todos nós tomemos esses cuidados de saúde pública que a OMS vem pedindo desde o início da pandemia”, disse Tedros. “As vacinas são parte da resposta, mas não são a única resposta.” 

(Texto traduzido. Clique aqui para ler a versão em inglês)

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia