Governo do Acre pede intervenção da Força Nacional em bloqueios da BR-364 para evitar desabastecimento

Data 24/11/2022 10:21:33 | Tóopico: Regionais

O governo do Acre encaminhou, no fim da tarde de terça-feira, 22, um ofício ao Ministério da Justiça (MJ) e à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), referente ao desabastecimento causado pelos bloqueios nas rodovias federais que dão acesso ao estado.

No documento, o governador Gladson Cameli ressalta a possibilidade do desabastecimento de água no estado já a partir do dia 28 de novembro, por falta de produtos químicos essenciais para a purificação e tratamento de água.

Ainda na na tarde de ontem, a Polícia Rodoviária Federal reportou que os entraves na BR-364, em Rondônia, não existem mais, contudo dois pontos ativos de bloqueios mesma rodovia, em Mato Grosso, impossibilitam a chegada de carregamentos até Rondônia e, consequentemente, ao Acre: no km 1.025, em Sazepal, e no km 1.076, em Campos de Júlio.

Cameli pede ao ministro da Justiça, Anderson Gustavo Torres, e ao secretário nacional de Segurança Pública, Carlos Renato Paim, o envio da Força Nacional para desobstruir as vias e viabilizar a normalização do tráfego de veículos até o Acre.

Governo pediu ao Ministério da Justiça intervenção da Força Nacional para desobstruir as vias de acesso ao Acre para evitar desabastecimento. Foto: Ministério da Justiça.

Além disso, um relatório do Corpo de Bombeiros do Estado do Acre (CBMAC) reportou a possibilidade de paralização das atividades do órgão por desabastecimento das viaturas oficiais de atendimento, caminhões e viaturas, e também da frota de ônibus do transporte público, até o dia 24 de novembro, se não houver a regularização da chegada dos caminhões de abastecimento.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio), em documento, prevê a possibilidade de que alimentos perecíveis e não perecíveis que fazem parte da cesta básica comecem sofrer desabastecimento entre os dias 26 e 27 de novembro, além do risco de que produtos hospitalares, como medicamentos e oxigênio, também possam entrar em falta se persistir o bloqueio.

A Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa) também enviou um relatório ao governo do Acre, em que informa que as empresas associadas não conseguem contratar transportadoras ou transportadores autônomos para abastecimento do Acre, e pediu ao Estado a avaliação da realização de decreto de estado de calamidade pública ou de emergência. O documento também informa o fim dos estoques do gás de cozinha já nesta quinta-feira, dia 23 de novembro.


Estado monta gabinete de crise em decorrência de prejuízos causados pelo bloqueio de rodovias

As manifestações contrárias ao resultado da eleição presidencial têm causado uma série de prejuízos e transtornos em vários estados do país. No Acre, a escassez de combustíveis, gêneros alimentícios e de outros produtos essenciais já é realidade.

Na BR-364, única estrada que liga o estado às demais regiões do país, vários pontos de bloqueio foram registrados em cidades de Rondônia e Mato Grosso, impossibilitando a passagem de veículos e cargas.

Na BR-364 vários bloqueios foram registrados, impossibilitando a passagem de veículos e cargas. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Diante do atual cenário de potencial desabastecimento, o governo acreano decidiu instalar um gabinete de crise. O grupo ficará responsável pelo monitoramento, discussão e adoção de medidas necessárias em decorrência das interdições rodoviárias. O decreto de criação foi publicado na edição do Diário Oficial desta quarta-feira, 23, e tem validade de 15 dias.

O gabinete será composto por representantes da Secretaria de Estado da Casa Civil, Gabinete do Governador, Secretaria Extraordinária de Assuntos Governamentais, Procuradoria-Geral do Estado, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Secretaria de Estado da Fazenda, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão e Secretaria de Estado de Saúde.

“O governo está ciente e preocupado com a situação enfrentada nos últimos dias. Não queremos que a população sofra com a falta de produtos, por conta dessas manifestações. Por isso, vamos trabalhar intensamente para que os impactos sejam os menores possíveis ao nosso estado”, pontuou o governador Gladson Cameli.





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