SAÚDE O CAOS

Data 11/10/2011 17:30:40 | Tóopico: Saúde



Conselho de Medicina repudia forma como Governo do Estado trata a Saúde

Presidente do Cremero, Maria do Carmo (c) conversa com o médico Juan Carlos, do HB, durante reunião no Ministério Público
A presidente do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), médica Maria do Carmo Wanssa, classificou, nesta terça, como vergonhosa e desumana as negociações que o Governo do Estado vem tentando fazer para não deixar faltar anestesiologistas nos dois principais hospitais do estado: o hospital de base ‘Ary Pinheiro’ e o pronto socorro ‘João Paulo II’. “É muito triste e desestimulante para um médico participar de uma reunião em que se trata friamente sobre números, remuneração, datas e prazos sem levar em consideração os seres humanos que padecem em macas e no chão dos hospitais públicos a espera de um tratamento digno. Isso é revoltante”, disse a médica, ao sair da reunião realizada no Ministério Público para buscar uma solução para a contratação de anestesiologistas para os hospitais de Porto Velho.
Secretário estadual de Saúde, dirigentes do Hospital de Base, diretores do Sindicato Médico de Rondônia (Simero), presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremero), representantes da Procuradoria Geral do Estado e representante do Ministério Público de Contas; representante do Centro Médico Anestesiológico (CMA) e representante do Ibrapp se reuniram na manhã desta terça-feira na sala de reunião da Procuradoria Geral de Justiça a convite da Promotoria da Saúde para tentar encontrar uma solução para o impasse na contratação de anestesiologistas. Ao final da reunião, ficou acertado que o Estado continuará com um contrato emergencial com o Centro Médico Anestesiológico até o dia 30 de novembro próximo.
Como presidente do Conselho Regional de Medicina, cuja atribuição estatutária é a defesa da melhor prestação de saúde ao cidadão e a vigilância ética aos profissionais da área, Maria do Carmo Wanssa disse que ao Cremero toda aquela discussão envolvendo legalidade de processo licitatório, valores a serem pagos para profissionais terceirizados parece não levar em conta o ser humano desprovido de condições financeiras para buscar atendimento na rede particular. “Essas pessoas não tem alternativa, só lhes resta buscar o atendimento na rede pública de Saúde. E o que eles encontram nos hospitais do estado? Atendimento péssimo pela sobrecarga de trabalho a que o médico é submetido, falta de estrutura, falta de medicamentos e fica jogado pelo chão dos corredores”, apontou a médica, acrescentando que, sinceramente, esperava mais resolução do Governo do Estado para o setor de saúde.
Infelizmente – lamenta a presidente do Cremero –, as ações da Secretaria de Estado da Saúde só nos levam a acreditar que tudo está sendo feito para justificar uma proposta de privatização dos serviços de saúde.
A dirigente do Cremero lembra ainda que, de acordo com as três entidades médicas a nacional (Conselho Federal de Medicina, Federação Nacional dos Médicos e Associação Médica Brasileira), a terceirização não é a solução para a melhoria da saúde, mas uma boa gestão administrativa e de recursos e concursos públicos com um plano de cargos e salários digno. As discussões, portanto, devem ser muito mais amplas e abrangentes e não se limitar apenas a interesses e conveniências dos gestores.

ascom


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