Pesquisadores americanos anunciaram nessa terça (15/2) que conseguiram curar duas pessoas de vícios severos em drogas por meio de cirurgias cérebrais.
Os cientistas do Instituto de Neurociência Rockefeller tentaram o tratamento inovador em quatro pessoas: para um dos voluntários, ele não funcionou e, para o outro, ainda está sendo monitorado.
O procedimento é uma estimulação profunda do cérebro, cirurgia que é aprovada nos Estados Unidos para tratar Parkinson, TOC e casos severos de epilepsia. Os médicos implantaram um fio elétrico em uma área do órgão que ajuda a regular a função da dopamina, neurotransmissor que atua no sistema de recompensa e satisfação.
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O dispositivo também estimula o córtex frontal, que está ligado à tomada de decisões. As duas regiões são danificadas com o uso de drogas a longo prazo.
O fio permite que os cientistas monitorem as funções cerebrais à distância, e pode ser realocado remotamente, caso seja necessário, para evitar recaídas.
Um dos pacientes que participou do estudo, Gerod Buckhalter, 33, é usuário de drogas desde os 15. Quando era um jogador de basquete promissor, começou a tomar opióides para lidar com as dores de uma grave lesão e nunca mais parou. Depois dos comprimidos, começou a usar heroína.
O americano já era paciente do instituto, mas nunca tinha conseguido largar o vício. O máximo de tempo que ele havia passado longe das drogas tinha sido dois meses.
Em entrevista à CNN Internacional, o ex-atleta contou que estava desesperado e aceitou fazer a cirurgia e participar do estudo imediatamente. Buckhalter estava sedado, mas acordado durante o procedimento, e foi exposto à imagens de drogas para que o fio fosse colocado no local correto.
Funcionou — o americano está sóbrio há dois anos e meio. Além da cirurgia, ele toma um remédio, faz terapia, e trabalha em uma clínica de reabilitação.
Promessa
O procedimento é caro, e a cirurgia ainda é experimental, mas os resultados são promissores. Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, mais de uma dúzia de pacientes devem ser testados nos próximos anos para verificar a eficácia do tratamento.
“Mesmo se não for algo que possa ser usado na prática clínica, pode ser traduzido em métodos mais baratos e menos invasivos. Há uma promessa enorme na neuromodulação“, afirmou a diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos, Nora Vulkow, à CNN.
Fonte: Metrópoles