A motociata promovida por bolsonaristas em São Paulo no último dia 12 de junho rendeu multas do governo paulista ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ministros e parlamentares que o acompanharam pelo descumprimento ao decreto que determina o uso de máscaras em locais públicos. A medida, junto ao distanciamento social, ajuda a evitar o contágio pelo novo coronavírus.
As multas são de R$ 552,71 e o não pagamento resultaria na inclusão do nome do infrator em serviços como o Serasa.
Como uma espécie de protesto contra as autuações, deputados bolsonaristas como Carla Zambelli (PSL-SP), Hélio Lopes (PSL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) organizaram neste domingo uma vaquinha virtual para pagar as multas. Entre os autuados, além dos deputados citados, está o ministro Tarcísio Gomes, da Infraestrutura.
Até a noite deste domingo, quando publicamos esta reportagem, a vaquinha já havia arrecadado mais de R$ 53 mil. O que sobrar depois do pagamento das multas, segundo os parlamentares, será usado para comprar alimentos a serem doados para instituições de caridade e famílias afetadas “pelo fechamento promovido pelo governador João Doria”, como disse Zambelli em vídeo de divulgação da iniciativa.
Zambelli também disse que os deputados vão depositar na vaquinha o valor das multas, “antes que critiquem”.
“Essa maldade vai virar uma bondade”, provocou Eduardo Bolsonaro na divulgação.
CNN Brasil
Integrantes da cúpula da CPI da Pandemia passaram a defender que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entre no rol de investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito e, como primeiro passo para consolidar a medida, avaliam pedir que Bolsonaro preste depoimento por escrito aos senadores.
A equipe jurídica que auxilia o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), após avaliar precedentes do Supremo Tribunal Federal, tem a convicção que o único impedimento da comissão em relação ao presidente é a sua convocação para prestar esclarecimentos presencialmente. A avaliação é a de que outras medidas, inclusive a própria investigação sobre ações e omissões de Bolsonaro no combate à pandemia, podem ser adotadas pelos senadores.
Nesse cenário, a cúpula da CPI da Pandemia costura um caminho para que, em breve, Bolsonaro seja instado a responder a uma série de questionamentos por escrito. Uma das preocupações dos senadores é garantir que, uma vez aprovado o pedido, ele não seja derrubado pelo Supremo.
entre integrantes da corte, não há um consenso sobre a possibilidade de comissão investigar o presidente da República, mas a avaliação é a de que, se for elencado como testemunha, Bolsonaro tem a prerrogativa de depor por escrito.
Em entrevista à imprensa na última sexta-feira (18), o senador Renan Calheiros afirmou que estuda incluir Bolsonaro na lista de investigados pela CPI da Pandemia. “Aparecendo fatos óbvios, como tem aparecido, a CPI vai ter que responsabilizar. Diante de provas, não há como não responsabilizar. Seria um não cumprimento do nosso papel”, afirmou.