“Quem tem de se preocupar com Moro é Bolsonaro”, provoca Lula

Data 02/08/2020 13:24:07 | Tóopico: Regionais


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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (1º), em entrevista a um conjunto de rádios do interior da Bahia, que gostaria de participar de um debate com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, caso o ex-juiz da Lava Jato viabilize sua candidatura à Presidência da República em 2022. O petista disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é quem deve estar preocupado com uma eventual candidatura de Moro.

“Não tenho um pingo de preocupação”, disse Lula, dando a entender que pode ser candidato.

“Se tiverem que lançar o Moro como candidato, que lancem. Quem deve estar preocupado com ele é o Bolsonaro”, afirmou o petista, cuja candidatura é impedida com base na Lei da Ficha Limpa.

E acrescentou: “Tem gente que acha que Moro deve ser um candidato forte. Eu sinceramente gostaria de ver o Moro disputando uma eleição presidencial. Gostaria de poder participar de um debate com o Moro, cara a cara, na televisão, para chamá-lo de mentiroso, olhando na cara dele sem a proteção da toga”.

Parte do jogo sujo

Lula disse ainda que Moro tem pouco caráter e dignidade. “Ele está fazendo tipo, ele fez tipo no meu processo, ele sabe que ele mentiu. Ele sabia que precisava me condenar. Ele faz parte do jogo sujo, sujando a história do poder Judiciário Brasileiro, ele sabe disso. Eu dizia isso pra ele”.

O ex-presidente da República afirmou também que sua condenação foi por “crime indeterminado”. “O Moro deveria escrever num pedacinho de papel o que é um crime indeterminado”.



O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a criticar neste sábado (1º) a atuação do Ministério da Saúde e o combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil.

Segundo Gilmar, há uma crise de gestão “na cabeça do SUS” e o país precisará rediscutir a sustentação do sistema após a pandemia da Covid-19. O ministro do STF afirmou que a situação é “constrangedora” e só não foi pior pela atuação do sistema público e dos governadores dos estados.

“É um campeonato constrangedor que nunca gostaríamos de vencer. Ainda não chegamos a resultados piores graças ao SUS, o que é sempre falado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, e também graças às ações dos governadores que foram muito proativos”, disse.

Gilmar Mendes foi protagonista de uma crise recente entre os poderes Executivo e Judiciário quando afirmou que a atuação do Ministério da Saúde se assemelhava a um “genocídio”, morte em massa de grupos éticos e sociais, ao qual o Exército estava associado. A citação aos militares deriva do fato de o ministro interino da Saúde ser um general, Eduardo Pazuello.

Após alguns dias de trocas de farpas e conversas de reaproximação, chegou a ganhar força a possibilidade de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolhesse um novo ministro efetivo para a Saúde. Essa tendência não só não se confirmou como Pazuello foi elogiado publicamente pelo presidente.

“Tivemos um médico, olha a desgraça lá que foi o primeiro”, disse, em referência ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). Bolsonaro disse que Pazuello é “gestor”, e enfatizou a atuação do militar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e na situação dos venezuelanos em Roraima.

A crítica de Gilmar Mendes sobre falta de coordenação foi reforçada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que também participou da live.

“Estamos neste momento com realidades epidêmicas diferentes no Brasil porque é uma condução atabalhoada, uma espécie de ‘salve-se quem puder’ pela ausência da coordenação nacional. É preciso fortalecê-lo”, argumentou.



O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que defende a rejeição de uma queixa-crime apresentada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A ex-presidente apresentou a queixa ao STF em razão de uma postagem do presidente no Twitter, em agosto de 2019. Em vídeo publicado em sua rede social, Bolsonaro reproduziu uma fala na Câmara dos Deputados, em 2014, na qual o então parlamentar compara Dilma a uma “cafetina”.

Para Aras, o comentário de Bolsonaro não teria relação como mandato presidencial e ele não poderia “ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”.

O PGR se baseia no fato de que Bolsonaro não deve responder, enquanto presidente, por atos anteriores à sua posse no Palácio do Planalto. Portanto, Augusto Aras se baseia na data da fala citada e não no momento em que esta foi recompartilhada nas redes sociais de Bolsonaro.

 “A conduta atribuída ao presidente configura, em tese, crime comum e que não guarda relação com o desempenho do mandato presidencial, inexistindo, assim, nexo funcional”, disse.

“Descabe cogitar da instauração de processo criminal em face do Presidente da República, durante o mandato, por suposto crime comum que não guarda relação com as funções presidenciais”, defendeu Aras.




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