Covid-19: Farmacêutica Novartis promete doar 130 milhões de doses de hidroxicloroquina

Data 05/06/2020 23:34:40 | Tóopico: Regionais



REUTERS/George Frey/File PhotoHidroxicloroquina ainda não tem sua eficácia comprovada no combate à covid-19
A gigante farmacêutica Novartis anunciou, nesta sexta-feira (5), que se comprometeu a doar até 130 milhões de doses de hidroxicloroquina para o combate à pandemia do novo coronavírus. O remédio está sob avaliação em testes clínicos para o tratamento contra a Covid-19.
A própria Novartis está fazendo seus testes e avaliará, de acordo com os resultados, se deverá estendê-los ou não. Vale destacar que ainda não há estudo robusto que aponte a droga como eficaz contra a Covid-19.
Uma vez que o uso da hidroxicloroquina seja regulamentado pelas autoridades competentes, de acordo com o comunicado da empresa, 130 milhões de doses de 200 mg serão doadas até maio. A companhia também estuda a capacidade de aumentar o estoque do medicamento, buscando até parcerias internacionais para fabricá-lo e atender a demanda global.
A Novartis deverá buscar registro para a hidroxicloroquina nas agências competentes dos EUA e da Europa. Segundo o texto, ela trabalhará justo a Organização Mundial da Saúde para determinar como funcionará a distribuição do remédio, incluindo regiões mais necessitadas.
O compromisso anunciado hoje faz parte da série de iniciativas da Novartis, conhecido como Fundo de Resposta à Covid-19. Ele inclui a doação de 20 milhões de dólares, testes clínicos de medicamentos já existentes, além de colaboração para descoberta de novos tratamentos.

OMS se desculpa por controvérsias em pesquisas sobre hidroxicloroquina

Jovem Pan

EFE/EPA/ZSOLT CZEGLEDI"Nos desculpamos coletivamente pela imagem de confusão que os estudos podem dar", disse diretor da entidade
A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu desculpas nesta sexta-feira (5) pela controvérsia gerada com o posicionamento da entidade em relação a pesquisas sobre a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19.
“Nos desculpamos coletivamente pela imagem de confusão que os estudos podem dar, mas é preciso seguir evidências científicas e garantir que as pessoas que entram nestes testes clínicos o façam de forma segura, que se dê prioridade ao bem-estar delas”, disse o diretor-executivo para Emergências da OMS, Mike Ryan, em entrevista coletiva.
Ryan deu a declaração no mesmo dia em que a Universidade de Oxford anunciou o fim das pesquisas com hidroxicloroquina em pacientes britânicos, ao determinar que não produzia benefícios visíveis nos tratamentos.

Pesquisa polêmica e testes da OMS

OMS havia interrompido na semana passada os estudos que conduzia, depois que a revista científica “The Lancet” apontou aumento do índice de mortalidade em pacientes que eram submetidos à terapia com o medicamento.
A agência, no entanto, retomou as atividades depois que três dos quatro autores do texto se retificaram e pediram a retirada do material do ar.
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“Acontece muito raramente, mas quando uma publicação identifica que um artigo é questionável, faz o correto ao retirá-lo”, explicou o diretor-executivo.
A chefe de estudos científicos da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou ainda que dados contraditórios em pesquisas paralelas sobre um mesmo tratamento é “algo normal”, mas, no caso da hidroxicloroquina, o caso está sendo acompanhado mais de perto pela opinião pública, devido à pandemia.
“É um processo científico habitual, obter diferentes resultados, em diferente testes. A comunidade científica, normalmente, requer mais de um teste para confirmar os efeitos.”
*Com EFE


Autores de estudo que apontava riscos da hidroxicloroquina retiram artigo


Hidroxicloroquina

Caixa de hidroxicloroquina

Foto: George Frey - 27.mai.2020/Reuters
Três autores de um artigo que constatou que a hidroxicloroquina aumentou o risco de morte em pacientes com Covid-19 retiraram o estudo diante de preocupações com a qualidade dos dados da pesquisa. O estudo foi publicado na The Lancet, revista científica sobre medicina do Reino Unido, no mês passado.

Eles disseram que a Surgisphere, empresa que forneceu os dados, não iria transferir o conjunto completo de dados para uma análise independente, e "não podem mais garantir a veracidade das fontes primárias de dados".

Repercussão da pesquisa
Os resultados da pesquisa, publicados em 22 de maio na revista britânica, tiveram grande repercussão ao redor do mundo. Na mesma semana (25), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que os estudos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19 tinham sido suspensos pela organização, que até citou o estudo na ocasião. 
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Na última quarta-feira (3), contudo, a OMS retomou os testes com o medicamento. "Na semana passada, decidimos interromper os testes com hidroxicloroquina, como precaução devido aos riscos à saúde do medicamento. O comitê resolveu retomar os testes com esse medicamento. O comitê de monitoramento continuará a acompanhar os testes de todos os medicamentos contra o novo coronavírus", afirmou Tedros.
"Mais de 3,5 mil de pacientes foram recrutados em mais de 35 países para os testes. A OMS tem o compromisso de acelerar o desenvolvimento de tratamentos, para oferecer ao mundo ciência, solidariedade e soluções", disse o diretor-geral.
(Com Reuters)



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